Frase Solar

” Mais importante do que cuidar do planeta para nossos filhos e netos, é cuidar melhor dos nossos filhos e netos para o planeta.”

Menos 1 GW na ponta com 2 milhões de aquecedores solares no programa minha casa minha vida

A previsão de instalação de aquecedores solares nas 2 milhões de habitações previstas na segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, pode tirar 1.000 MW de demanda no horário de pico do consumo de eletricidade. O cálculo é do consultor Carlos Café, do Studio Equinócio.

A nova fase do programa federal prevê o financiamento da instalação de coletores solares para substituir o aquecimento de água, normalmente feito por chuveiros elétricos, que contribuem para a demanda no horário de pico. Na primeira etapa, o Minha Casa, Minha Vida financiou apenas 40 mil aquecedores solares de forma experimental.

O cálculo de Café leva em conta a instalação de 2 m² de coletores para cada domicílio, o que seria suficiente para atender a cerca de 60% da demanda de água quente de uma família de quatro pessoas. Se colocados em todas as casas previstas pelo programa, os coletores somariam uma potência de 2.800 megawatts térmicos (MWth).

Como parte do uso dos chuveiros elétricos acontece no horário de pico, chega-se ao cálculo dos 1.000 MW retirados da ponta. Caso essa energia tivesse que ser gerada por uma usina, seria necessário investir aproximadamente R$ 3 bilhões para construí-la, levando em conta o custo médio de construção de empreendimentos de geração.

“Evidentemente é uma meta audaciosa”, afirma Café. “Mas se colocada em prática resultaria em uma economia anual de energia elétrica equivalente pouco mais de 1 bilhão de kWh. Energia que daria para abastecer mais de 590 mil habitações”.

O consultor ressalta que o uso da energia solar também teria impacto financeiro para as famílias beneficiadas, pois o chuveiro elétrico responde por 30% do consumo total de eletricidade das famílias de baixa renda. “Pesquisas apontam para economias mensais que vão de R$ 15,00 a R$ 55,00 por mês, valor significativo principalmente para as famílias de menor poder aquisitivo”.

http://www.energiahoje.com/online/eletrica/eolica-e-solar/2011/07/05/435406/menos-1-gw-na-ponta.html

IPTU Verde de SP concede desconto de até 20% em Guarulhos. Quem usar aquecedor solar terá 3% de desconto por 5 anos.


Quem usar aquecimento solar obtém 3%de desconto no IPTU

Os proprietários de imóveis de Guarulhos (Grande São Paulo) que adotarem medidas sustentáveis podem obter vantagens na hora de pagar o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano). As casas que tiverem acessibilidade nas calçadas, árvores plantadas, áreas com gramados ou jardins, energia solar, sistema de reuso de água da chuva, entre outros recursos, terão descontos de 3% a 20% no valor do imposto.

Trata-se do programa IPTU Verde, que se transformou em política pública municipal em dezembro de 2010. As diretrizes do programa foram apresentadas para técnicos da Prefeitura na última quinta-feira (30), no Adamastor Centro.

Para receber o benefício no próximo ano é necessário fazer a solicitação até o mês de setembro, explica o secretário de Finanças, Nestor Seabra. A constituição do programa foi possível graças a diversos levantamentos técnicos realizados durante aproximadamente um ano, com base nos programas de outros municípios que também reformularam a legislação do IPTU, tais como Campinas, São Carlos, Araraquara (SP) e Vila Velha (ES). A instituição de incentivos ambientais, levando em consideração o conceito de sustentabilidade trouxe inovação para o município que agora figura entre pouco mais de dez cidades sustentáveis com programas similares.

O IPTU Verde se insere em uma nova legislação que passou a vigorar no município em janeiro de 2011, e trouxe mudanças de ordem técnica e administrativa. Seabra afirma que houve uma consolidação de toda a lei que rege o IPTU, alterando as metodologias de cálculo do valor das edificações através do padrão construtivo, porém a mudança mais inovadora na legislação foi a criação dos incentivos ambientais. Existem outras isenções que a nova legislação trouxe para a cidade, por exemplo, o incentivo à construção de residências horizontais; o proprietário que pretende construir fica isento de IPTU por dois anos.

Em 2010, 46 mil contribuintes tinham isenção de IPTU, mas a estimativa é de que esse número aumente para 83 mil em 2011. “A missão da Prefeitura é criar um meio ambiente sustentável e elaborar uma política ambiental do município, em conjunto com diversas secretarias e órgãos da administração municipal”, ressaltou Seabra.

Entenda como funciona o IPTU Verde

O IPTU Verde consiste em um conjunto de benefícios fiscais concedidos à população, mediante a adoção dos princípios da sustentabilidade nas edificações. Os benefícios estão previstos na Lei 6.793/2011 e compõem um conjunto de descontos mediante vários critérios. São eles:

Acessibilidade – quem adaptar sua calçada para trânsito livre e seguro de pedestres e cadeirantes, mantendo de 1 a 1,5 metro para circulação terá desconto de até 5% no valor do IPTU

Arborização – os imóveis com uma ou mais árvores terão desconto de até 2% no valor anual do IPTU

Áreas permeáveis – Os imóveis horizontais com jardins ou gramados que permitam a absorção das águas das chuvas terão desconto de 2%, e os condomínios terão desconto de até 1%

Sistema de captação de água de chuva – 3% de desconto

Sistema de reuso de água – 3% de desconto

Sistema de aquecimento hidráulico solar – 3% de desconto e sistema de “energia elétrica” solar 3% de desconto

Construções com materiais sustentáveis – 3% de desconto

Utilização de energia passiva (quando o projeto arquitetônico propicia o melhor aproveitamento da luz solar, dispensando o uso de ar condicionado e iluminação artificial) – 3% de desconto;

Utilização de energia eólica – 5% de desconto

Telhado verde (vegetação em cima de todos os telhados da casa) – 3% de desconto

Separação de resíduos sólidos (exclusivo para condomínios horizontais ou verticais que comprovadamente destinem sua coleta para reciclagem) – 5% de desconto.

Cada medida ambiental implantada e mantida garante ao proprietário do imóvel desconto de IPTU durante cinco anos consecutivos, depois cessa o benefício. Para obtenção inicial dos descontos é necessário comprovação de duas ou mais medidas implantadas na propriedade. Existe também a isenção de IPTU para as áreas de preservação permanente (APPs), que são áreas protegidas cobertas ou não por vegetação nativa com a função de preservar recursos hídricos e a biodiversidade, entre outras coisas. Se a área for totalmente preservada o desconto pode chegar a 100%. O pedido do benefício deve ser protocolado a cada 3 anos.

A estimativa é de que aproximadamente 4.500 contribuintes peçam os benefícios. Os descontos que tratam da arborização e permeabilização do solo são cumulativos, podendo atingir até 5%. Já o artigo 61 da nova legislação compreende um conjunto de medidas de sustentabilidade ambiental passíveis de descontos de até 20% para imóveis que adotem e mantenham estas medidas.

Embaixada da Itália inova com sustentabilidade, energia solar e eficiência energética

Diego Luis, para o Procel Info

A sede diplomática da Itália no Brasil, desenvolvida pelo engenheiro italiano Pierluigi Nervi, tem sido reconhecida, desde o ano passado, como a Embaixada Verde. Isto porque é a primeira embaixada no país a utilizar energias renováveis em seu abastecimento energético buscando a autossuficiência através da energia solar, e também a primeira da Itália no mundo. O projeto é constituído por 405 painéis fotovoltaicos com capacidade de geração de 86 megawatts-hora (MWh) por ano, o que pode evitar a emissão de 7,6 toneladas de dióxido de carbono (CO2) à atmosfera anualmente.

A iniciativa partiu da preocupação do embaixador, Gherardo La Francesca, com o alto custo das faturas de energia elétrica do prédio. Diante disto, ele pediu um estudo técnico de viabilidade para implantação de um sistema de abastecimento através da energia solar na sede, que gerasse economia de energia para a Embaixada. O projeto, elaborado em consonância com normas e diretrizes internacionais para estudos e projetos de centrais solares fotovoltaicas integradas à edificação, faz parte de um programa mais amplo chamado Farnesina Verde, lançado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália. Para que a instalação do sistema fosse possível, a Embaixada da Itália no Brasil contou com a colaboração da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Companhia Energética de Brasília (CEB) e da Enel Green Power.

“Tornar-se a primeira sede diplomática a utilizar energias renováveis para seu abastecimento energético representa acima de tudo nossa contribuição na busca de uma solução para os problemas ambientais”, destacou o conselheiro Econômico da Embaixada da Itália, Cristiano Musillo. Segundo ele, a partir dessa iniciativa outras sedes diplomáticas e outras instalações urbanas e instituições brasileiras estão estudando a possibilidade de reproduzir a experiência. “A Embaixada Verde representa um projeto-piloto, tornando-se um centro de pesquisa para o mercado brasileiro de energia solar, uma vez que a parceria estabelecida com a CEB nos permitirá enviar para a companhia toda a energia que produzimos a mais durante o dia e que depois poderemos reaver durante a noite”, explicou.

Musillo se refere ao fato de a planta solar da embaixada estar conectada à rede elétrica de Brasília, o que permite o repasse da energia excedente não consumida para a CEB. A parceria também proporciona a troca de informações entre a embaixada e a distribuidora, envolvendo diversas questões. “Entre elas, a qualidade da energia que é exportada da embaixada para a rede da CEB Distribuição e a que a companhia fornece à embaixada; detalhes do paralelismo da rede entre a distribuidora e a embaixada, e a troca de informações técnicas sobre o estágio atual da geração distribuída no Brasil e na Itália”, listou o gerente de Normatização e Tecnologia da CEB Distribuição, Celso Nogueira da Mota.

De acordo com Mota, a parceria também possibilita à companhia um aprendizado valioso na área de geração fotovoltaica com venda de excedente. “Será um forte motivo para que o tema faça parte das normas e padrões da concessionária”, garantiu o gerente. “Em princípio, toda fonte de energia limpa, seguindo os preceitos básicos das normas da CEB Distribuição será bem vinda”, destacou. No entanto, como o projeto envolve um modelo de troca de energia entre a embaixada e a CEB, a cooperação acaba se estendendo a aspectos regulatórios. Mota acredita que são necessárias algumas alterações na regulamentação do tema. “A Aneel deve regulamentar de forma mais clara, com relação à geração distribuída, estas parcerias que utilizam fontes ambientalmente limpas”, opinou.

O engenheiro Carlos Café, especialista em aquecimento solar e geração solar do Studio Equinócio, também lamenta a falta de uma legislação que permita ao consumidor usufruir da exportação de energia para a rede elétrica. Segundo ele, isto proporcionaria o abatimento do consumo noturno, seja em termos de energia, com medidores bidirecionais, ou financeiros, através de política de compra e venda de energia distribuída. “Esta política serviria como base necessária e democrática para que todo cidadão ou empresário pudesse optar seriamente em escolher a fonte de energia que a sociedade deseja para o seu futuro”, comenta. “É uma mudança que traz importantes benefícios econômicos para toda a sociedade, principalmente a brasileira, que poderia se tornar sócia efetiva do governo na geração de energia elétrica”, garantiu.

Entre as muitas vantagens do sistema de energia solar está a redução do consumo de energia elétrica da rede. De acordo com Café, o uso da energia solar fotovoltaica pode atenuar alguns picos de consumo ao longo do dia, quando ocorrem também os picos de produção. Outra forma de reduzir o consumo, segundo ele, viria da utilização de sistemas de armazenamento da energia elétrica gerada, embora também apresentem desvantagens. “Se por um lado aumentam as perdas e os custos de manutenção, por outro lado permitem dimensionar um sistema para atender a 100% da demanda de energia elétrica de uma edificação”, explicou.

Café disse que em sistemas sem armazenamento, na ausência de uma legislação específica, a economia de energia pode ficar restrita ao consumo energético durante as chamadas “horas solares”, quando há uma efetiva produção de energia. Neste caso, segundo ele, um sistema dimensionado de forma adequada não exportaria energia para a rede e economizaria, em média, de 10% a 50% do consumo de energia, variando conforme o perfil de demanda elétrica da edificação ao longo das 24 horas do dia.

“Tornar-se a primeira sede diplomática a utilizar energias renováveis para seu abastecimento energético representa acima de tudo nossa contribuição na busca de uma solução para os problemas ambientais”, destacou o conselheiro Econômico da Embaixada da Itália, Cristiano Musillo

O projeto Embaixada Verde envolve também a utilização de um carro elétrico biflex, movido a energia elétrica e etanol, como veículo oficial. O Palio Weekend, desenvolvido e doado pela Fiat em parceria com a Itaipu Binacional, é abastecido com a energia produzida pelos painéis solares. “Trata-se de uma iniciativa moderna e ambientalmente correta”, explicou o chefe da Assessoria de Mobilidade Elétrica Sustentável da Itaipu Binacional, Celso Novais. “O Brasil está dando os primeiros passos para viabilizar um futuro mercado de veículos elétricos e o protótipo que desenvolvemos demonstra a viabilidade técnica”, disse.

Para Novais, que também é coordenador geral brasileiro do Projeto Veículo Elétrico, os custos da tecnologia ainda são uma barreira a ser vencida. “Os custos [da alternativa] são muito elevados no Brasil, havendo perspectivas de redução de preço a médio prazo”, afirmou otimista. No entanto, para que isso seja possível, uma série de fatores precisam ser levados em conta. “Incentivos governamentais, infraestrutura de abastecimento, mão-de-obra especializada para manutenção, aumento da autonomia, produção nacional dos componentes e redução do custo das baterias”, relacionou.

Segundo o gerente da Itaipu Binacional, a iniciativa da Embaixada da Itália pode influenciar positivamente outras instituições a repensarem o tema da sustentabilidade. “A Itaipu incentiva todas as ações de preservação do meio ambiente e considera que a iniciativa pode servir de estímulo a outras entidades, com a utilização de energia solar para alimentar suas instalações e com a possibilidade de fornecer o excedente à companhia elétrica responsável pela distribuição”, concluiu.

O programa Farnesina Verde, que abrange o projeto da Embaixada Verde, é um programa do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália que prevê medidas sustentáveis nas suas sedes diplomáticas. O programa envolve também o Restaurante do Ministério, que implementa ações para se tornar eco-responsável, estimando que 20% ou 30% dos alimentos comprados sejam provenientes de fornecedores locais.

Índia lança sistema de refrigeração solar térmica de alta eficiência

O ministro indiano de de Energias Renováveis, Dr. Farooq Abdullah, inaugurou em 1 de julho de 2011, um sistema de refrigeração solar térmica no Centro de Energia Solar em Gurgaon, em Haryana. Ministro de Energia, Shri Sushilkumar Shinde, também esteve presente na inauguração do sistema de refrigeração solar apontado como o de maior eficiência já construiído em todo o mundo.

Absorção de triplo efeito

O novo sistema de ar condicionado solar de 100 kw funciona com eficiência 30% maior do que os atuais sistemas disponíveis e tem várias características únicas. É baseado na tecnologia nova de absorção de triplo efeito, utiliza coletores solares parabólicos de alta eficiência para coleta de energia solar e armazena energia solar térmica na forma de materiais de mudança de fase.

Máquina de absorção gera água gelada a 7 ° C

O atual sistema vai atender ao ar-condicionado de 13 salas do Centro de Energia Solar. Para conseguir isso, 288 metros quadrados de área de coletores solares foram instalados para gerar 60 kW de água pressurizada a 210 ° C. Este calor é usado em uma máquina de absorção para gerar água gelada a 7 ° C . O que torna o sistema ainda mais atrativo é que nos os dias mais quentes do ano quando há maior necessidade de refrigeração a planta solar trabalha com maior quantidade de radiação solar, um casamento ideal entre demanda e oferta.

O sistema foi desenvolvido em colaboração conjunta do Centro de Energia Solar e a empresa Thermax M e diante da crescente demanda de ar condicionado na Índia já está disponível uma maneira altamente eficiente, limpa e rentável de gerar frio através do uso de energia solar térmica.

O avião “Solar Impulse” chega à Suíça e completa a sua primeira turnê internacional

O avião “Solar Impulse”, que funciona exclusivamente com energia solar, aterrisou esta noite na localidade suíça de Payerne, completando assim a sua primeira tournée internacional que foi da Bélgica a França.

O protótipo pousou na terra depois de pouco mais de 12 horas de voo desde Paris, onde o inovador avião foi apresentado no Salão Aeronáutico de Le Bourget. Teoricamente o avião podia ter aterrisado um pouco mais cedo, uma vez que já se encontrava na região há já algum tempo, mas teve de se aguardar pelas condições adequadas porque este aparelho é muito sensível aos efeitos térmicos, segundo explicou o chefe desta missão, Raymond Clerc.

As borbulhas de ar que se formam principalmente sobre as auto-estradas, as linhas férreas e as cidades podem desequilibrar o aparelho, assegurou. O motivo desta sensibilidade é a grande envergadura do avião com 63,4 metros, semelhante a um Airbus 340, e ao seu pouco peso de 1.600 quilos, equivalente a um automóvel.

Pilotado por André Borschberg, que foi o seu criador juntamente com Bernand Piccard, o avião conseguiu retomar à Suíça, depois de realizar os seus primeiros voos internacionais. O primeiro levou-o no dia 13 de Maio a Bruxelas, onde o “Solar Impulse” foi apresentado às autoridades europeias e a peritos aeronáuticos. Posteriormente, e depois de duas tentativas falhas de voo a Paris, devido a condições meteorológicas adversas, o avião pode efetuar o voo à capital francesa no dia 14 de Junho.

O objetivo a longo prazo da equipe que leva a cabo esta experiência é realizar uma volta ao mundo em 5 etapas entre 2013 e 2014. Antes disso, espera-se construir um segundo protótipo maior e melhorado, um projeto que está previsto iniciar-se no próximo mês. A primeira versão do “Solar Impulse” concentra uma sofisticada tecnologia que lhe permite voar sem combustível fóssil e unicamente com reservas de energia solar, captadas a partir de 12.000 células fotovoltaicas.

Fontes renováveis para um ambiente mais sadio

Autor: Suvendrini Kakuchi – Fonte: IPS/Envolverde

Após ficar marginalizada durante décadas, a indústria da energia renovável do Japão agora salta para primeiro plano, com a nação enfrentando as consequências do acidente na central nuclear de Fukushima. “Finalmente, público, governo e indústria nos consideram seriamente como solução viável para as necessidades energéticas do Japão”, disse Akira Taniguchi, porta-voz da Companhia de Energia Ohisama, localizada na cidade de Iida, na Prefeitura de Nagano. “Esperamos que a atenção atraia o tão esperado apoio oficial para as energias alternativas”, acrescentou.

Esta empresa de energia solar trabalhou vários anos na área das energias renováveis em Iida, cidade de 3.800 residências, mediante o lançamento em 2004 do Fundo Comunitário, que financia paineis solares. O Fundo instalou paineis em quase 4% das moradias da cidade, mais do que a média nacional, que gira em torno de 1% em comunidades pequenas. O programa inclui a compra de energia extra gerada entre as residências do Fundo para sua redistribuição.

Excluindo as fontes hidrelétricas, as energias renováveis representam menos de 2% da indústria da eletricidade no Japão, em comparação com 30% da energia nuclear. O país construiu 54 reatores com base em uma política nacional que considerava a energia atômica crucial para o crescimento econômico. Contudo, tudo isto muda com a devastação sofrida pelos reatores nucleares de Fukushima depois do terremoto seguido de tsunami, no dia 11 de março, no nordeste do país.

Em um contexto de rápida redução do apoio público à energia nuclear, o primeiro-ministro, Naoto Kan, disse que desenvolverá uma sociedade que economize energia, aumentando em 20% o uso de fontes renováveis (solar, eólica, biomassa, hidrelétrica) até 2020. Essa política foi elogiada como pilar dos planos de recuperação para as devastadas áreas afetadas nessa região.

Outro passo importante adotado por Kan é liberalizar o mercado para a eletricidade, cimentando o caminho para aqueles que incursionam na área e enfraquecendo o controle de grandes e ricas companhias de serviços públicos que promovem uma energia nuclear fortemente subsidiada pelo governo. As medidas são drásticas em um país onde a energia atômica era praticamente indispensável.

Especialistas em questões ambientais se colocam contra a reação pública à atual campanha que vive o país para conservar eletricidade, após o fechamento das usinas nucleares. As fábricas lidam com uma produção menor e, por fim, com uma queda nos ganhos, além de uma frequência menor de trens para os que viajam de uma parte a outra do país. A isto se soma o fato de Tóquio estar mais escura, atualmente iluminada com neon.

“Não se ouvia falar de escassez de eletricidade até o acidente de Fukushima, e esta nova experiência está atemorizando o público, o que pode levar à aprovação da energia nuclear”, destacou Hisayo Takada, especialista em energia do Greenpeace Japão. Takada disse à IPS que quem é favorável à energia renovável deve trabalhar duramente para mostrar ao público que essas fontes são muito mais seguras e amigáveis com o meio ambiente. Segundo ela, no país há muitos exemplos que apoiam esse ponto de vista.

Um deles é o programa de Certificados de Eletricidade Verde, criado em 2001 pela Companhia de Energia Natural do Japão. Este sistema, o primeiro de sua classe no país, permite que os consumidores comprem paineis solares ou energia a partir da neve pagando uma tarifa adicional pelo certificado. A empresa, integrada por engenheiros, especialistas em energias alternativas e organizações de consumidores, tem um único objetivo: tornar mais amigável com o meio ambiente a energia usada nas residências.

Hirano Matsubara, empregado da empresa, disse que apoia o plano de Kan de abrir o mercado energético a novos candidatos que ofereçam uma variedade de fontes energéticas. “Agora existe a oportunidade de convencer o público de que já não deve apoiar passivamente poderosas empresas de energia nuclear. Há a opção de contribuir com um futuro mais verde para si mesmos, tomando sua própria decisão sobre que tipo de energia deseja comprar”, disse à IPS.

Os ambientalistas realizam uma agressiva campanha para informar a população, ao mesmo tempo em que dão especial atenção à atração empresarial da energia renovável quando entrarem em vigor novas regulações de liberalização.

O engenheiro Tadashi Nemoto é um exemplo. Este cientista, especialista em biotecnologia, construiu em 2000 o que descreve como uma “casa independente” que simboliza um sistema onde os consumidores podem escolher sua fonte de energia doméstica. “A decisão de me transformar em dono de minha própria energia instalando fontes renováveis foi um desejo que tinha há muito tempo. Este é o futuro para o Japão”, afirmou.

Nemoto possui paineis solares que fornecem calefação no inverno sem implicar nenhum custo com eletricidade. O investimento inicial foi de US$ 30 mil, mas como quase não tem de pagar conta de luz, não se arrepende de nada do ponto de vista financeiro. Para ele, “a lição deixada por Fukushima é a de ver a energia não apenas economicamente, mas como um meio de contribuir para um meio ambiente mais seguro para o futuro”.

Eletrosul lança desafio para o meio científico: purificar silício para produção de células solares

Brasil pode se juntar ao restrito grupo de países que detêm tecnologia de produção de painéis fotovoltaicos.

A Eletrosul Centrais Elétricas S.A. – empresa do Sistema Eletrobras – quer colocar o Brasil entre os poucos países que têm pleno domínio da cadeia de produção de módulos fotovoltaicos – painéis que captam a radiação solar e convertem em energia elétrica. A estatal lançou um chamamento público, buscando parcerias do meio acadêmico e científico para o desenvolvimento de pesquisas de purificação do silício e fabricação de células solares. Atualmente, essa tecnologia é restrita à Alemanha, Noruega, China, Japão e Estados Unidos.

Universidades, centros de pesquisa e outras instituições do meio científico terão 45 dias, a partir da data de publicação do edital (28/6), para apresentar suas propostas de desenvolvimento da pesquisa. Passado esse prazo, a Eletrosul terá outros 45 dias para avaliar e selecionar uma das proposições. O projeto escolhido é, então, encaminhado para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que terá 60 dias para avaliá-lo.

A expectativa do gerente do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética da Eletrosul, Jorge Luis Alves, é que a pesquisa comece a ser desenvolvida, efetivamente, no início de 2012. A escolha do parceiro, segundo ele, levará em conta custo, competências, estrutura de laboratórios, por exemplo, e o prazo para realização da pesquisa.

“O que se quer com essa linha de pesquisa é fazer a purificação do silício em grau solar, o que significa atingir uma pureza de 99,9999%. Tendo o silício com essa pureza, a proposta é fazer a laminação do mineral para obtermos as células solares”, pontuou Alves, reforçando que essa é uma tecnologia que a indústria brasileira ainda não domina. “Depois de obter as lâminas de silício mono ou multicristalino, será possível fazer a montagem dos módulos, trabalhando a orientação dos cristais para maior ganho em eficiência no aproveitamento da radiação solar, técnica que já dominamos”, acrescentou.

O Brasil tem uma das maiores reservas de silício do mundo. O minério é exportado na forma metalúrgica (com pré-processamento simples) e volta ao País purificado, com valor agregado, para uso, principalmente, na indústria eletrônica e microeletrônica para produção de chips, circuitos eletrônicos, transistores, entre outros componentes.

Custo dificulta expansão

– Um dos principais entraves para o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica no Brasil é o alto custo de implantação das usinas, justamente, pela dependência de equipamentos importados. “Com o fomento às pesquisas para domínio da tecnologia, a Eletrosul quer ajudar a romper essa barreira, reduzindo custos e estimulando a expansão do uso da radiação solar como fonte de energia”, afirmou o diretor de Engenharia e Operação da estatal, Ronaldo dos Santos Custódio.

As empresas do Sistema Eletrobras estabeleceram alguns projetos estruturantes para o setor elétrico e cada uma é responsável por um segmento. A Eletrosul, por seu histórico de iniciativas em geração fotovoltaica, ficou com a coordenação dos projetos nessa área, inclusive, quando a demanda partir de outras subsidiárias Eletrobras.

Custódio afirma que a intenção da Eletrosul em incentivar a expansão da energia solar no Brasil está em sintonia com as diretrizes do Ministério de Minas e Energia (MME). O órgão tem trabalhado no sentido de acelerar a regulamentação de sistemas isolados de geração de energia. A legislação permitirá que unidades residenciais, que se utilizarem de painéis fotovoltaicos, possam se conectar à rede distribuição de energia. “O governo federal quer que isso – casas com geração fotovoltaica conectadas à rede – seja uma realidade, já a partir de 2020. Por isso, nossa pesquisa está mais do que no tempo de acontecer para que o Brasil tenha a competência tecnológica na fabricação dos módulos solares. Potencial de geração nós temos de sobra.”

– A Eletrosul vem acompanhando a geração fotovoltaica desde 2004, quando participou de pesquisa desenvolvida pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) para produção de painéis fotovoltaicos com tecnologia nacional. Foram produzidos 200 módulos. Em parte deles, buscou-se a eficiência máxima no aproveitamento da radiação solar, a partir da melhor orientação dos cristais de silício. Nos demais, buscou-se a maior eficiência com menor custo.

Segundo o gerente do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética da Eletrosul, Jorge Luis Alves, a pesquisa foi bem sucedida. Chegou-se a índices entre 13,5% e 16% de eficiência, comparáveis aos padrões mundiais. Esse resultado foi certificado pelo laboratório holandês Kema, principal autoridade global em testes e certificação de processos e produtos do setor elétrico.

“Temos, na ponta, essa tecnologia de montagem de painéis, de ganho em eficiência. Já provocamos a discussão da geração fotovoltaica e trouxemos o tema para conhecimento da sociedade. Como desdobramento disso tudo, o que queremos, agora, é ganhar competência, desenvolvimento tecnológico em cima da produção das células”, ponderou Alves.

Una e Eletrobrás lançam programa inédito

O Instituto Una lançou, na manhã de sexta, dia 1 de julho, na Casa Una de Cultura, a Rede Nacional de Cooperação em Energia Solar Térmica – Rede Procel Solar.

Capitaneada pela Eletrobrás e coordenada, nacionalmente, pelo Instituto Politécnico do Centro Universitário Una, o Instituto Una lançou, na manhã desta sexta, dia 1 de julho, na Casa Una de Cultura, no Campus Aimorés, a Rede Nacional de Cooperação em Energia Solar Térmica – Rede Procel Solar.

A Rede Procel Solar visa à capacitação profissional em Universidades e Escolas Técnicas e apoio ao Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal.

Segundo a coordenadora do projeto e professora do Instituto Politécnico da Una, Elizabeth Marques Duarte Pereira, o programa da Rede Procel Solar tem como meta formar 2 mil alunos em cinco anos. “Sete Centros de Capacitação, sendo um deles no Instituto Politécnico da Una, serão criados, inicialmente, em cinco regiões brasileiras, pelas Instituições integrantes do projeto”, afirma a professora.

O Programa de Capacitação vai ofertar vários cursos em diversas áreas, a serem divulgados amplamente para todos os alunos Una.

O projeto foi capitaneado pela Eletrobrás, no âmbito do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica- Procel e Una, a Rede Procel Solar integra a Fundação de Apoio à Escola Técnica- FAETEC/RJ, Instituto Federal da Bahia, Instituto Federal de Santa Catarina, Universidade Federal do Pará, Centro Estadual de Educação Tecnológico Paula Souza- CEETEPS, de São Paulo e a Universidade de Brasília- UNB.

Após a assinatura do protocolo de criação da Rede Procel Solar, a coordenadora do Projeto, professora Elizabeth Marques Duarte Pereira ministrou uma palestra sobre a criação e implantação do Programa. O Engenheiro Marcos Borges, do INMETRO também falou sobre a importância do Projeto para o Inmetro.

Pelo Centro Universitário Una participam do Projeto seis professores e sete universitários dos cursos de Engenharia de Produção, Engenharia Química e Engenharia de Controle de Automação.

Além da criação dos Centros de Capacitação, o Projeto conta ainda com laboratórios de testes, centro de divulgação e com o programa M&V- Programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal.

Professora Elizabeth explica que na prática a Rede fará a escolha de quatro conjuntos habitacionais do país para monitorar e acompanhar o uso de energia pelas famílias inscritas no Programa Minha Casa, Minha Vida.

Fonte:http://www.una.br/noticias/una-e-eletrobras-lancam-programa-inedito-850