A previsão de instalação de aquecedores solares nas 2 milhões de habitações previstas na segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, pode tirar 1.000 MW de demanda no horário de pico do consumo de eletricidade. O cálculo é do consultor Carlos Café, do Studio Equinócio.

A nova fase do programa federal prevê o financiamento da instalação de coletores solares para substituir o aquecimento de água, normalmente feito por chuveiros elétricos, que contribuem para a demanda no horário de pico. Na primeira etapa, o Minha Casa, Minha Vida financiou apenas 40 mil aquecedores solares de forma experimental.

O cálculo de Café leva em conta a instalação de 2 m² de coletores para cada domicílio, o que seria suficiente para atender a cerca de 60% da demanda de água quente de uma família de quatro pessoas. Se colocados em todas as casas previstas pelo programa, os coletores somariam uma potência de 2.800 megawatts térmicos (MWth).

Como parte do uso dos chuveiros elétricos acontece no horário de pico, chega-se ao cálculo dos 1.000 MW retirados da ponta. Caso essa energia tivesse que ser gerada por uma usina, seria necessário investir aproximadamente R$ 3 bilhões para construí-la, levando em conta o custo médio de construção de empreendimentos de geração.

“Evidentemente é uma meta audaciosa”, afirma Café. “Mas se colocada em prática resultaria em uma economia anual de energia elétrica equivalente pouco mais de 1 bilhão de kWh. Energia que daria para abastecer mais de 590 mil habitações”.

O consultor ressalta que o uso da energia solar também teria impacto financeiro para as famílias beneficiadas, pois o chuveiro elétrico responde por 30% do consumo total de eletricidade das famílias de baixa renda. “Pesquisas apontam para economias mensais que vão de R$ 15,00 a R$ 55,00 por mês, valor significativo principalmente para as famílias de menor poder aquisitivo”.

http://www.energiahoje.com/online/eletrica/eolica-e-solar/2011/07/05/435406/menos-1-gw-na-ponta.html

About Post Author

Deixe um Comentário