Tecnologias de aquecimento e arrefecimento eficientes e menos poluentes, como o solar térmico, as bombas de calor de fontes renováveis, o armazenamento da energia térmica ou a cogeração, podem reduzir significativamente os consumos energéticos e a emissão de CO2 do setor dos edifícios, aponta o relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) “Energy-efficient Buildings: Heating and Cooling Equipment”, apresentado na segunda-feira passada.

De acordo com o documento, o uso destas tecnologias em edifícios tem o potencial para reduzir em 2 gigatoneladas (Gt) das emissões de CO2 – cerca de um quarto das emissões atuais dos edifícios – e poupar 710 milhões de tep de energia em 2050. Para a AIE, este potencial pode ser facilmente alcançado, isto porque as tecnologias necessárias estão já disponíveis atualmente e porque os equipamentos de aquecimento e arrefecimento são normalmente substituídos num intervalo de tempo mais curto do que o das renovações dos próprios edifícios.

No entanto, será necessária uma forte ação política, no sentido de ultrapassar as barreiras de mercado ao desenvolvimento de equipamentos de aquecimento e arrefecimento eficientes e com baixas ou nenhumas emissões de CO2. As políticas governamentais deverão de ser simultaneamente abrangentes para cobrirem determinadas barreiras, como o aumento do conhecimento da parte dos profissionais que instalam os equipamentos nos edifícios, e suficientemente profundas para chegar a todos os stakeholders num setor de edificações fragmentado.

O relatório aconselha os países da OCDE a darem um maior ênfase a políticas no âmbito da substituição dos equipamentos de aquecimento e arrefecimento no parque edificado existente. Para os países que não fazem parte da OCDE, onde se regista a construção rápida de novos edifícios, a prioridade deverá passar por desenvolver políticas para a integração destes equipamentos em novos edifícios.

No cenário traçado pela AIE, em 2050, as políticas seguidas podem reduzir a quota de combustíveis fósseis no aquecimento de águas e de espaços entre 5 e 20%, comparativamente à situação atual, enquanto se espera que a eficiência média global dos sistemas de arrefecimento vai mais do que duplicar. O número total de bombas de calor instaladas no setor residencial vai crescer de cerca de 800 milhões atuais para 3,5 mil milhões em 2050. A capacidade de solar térmico vai aumentar 25 vezes e atingir os 3743 GWth, enquanto a capacidade de distribuição de cogeração nos edifícios será 45 vezes superior ao nível atual, chegando aos 747 GWe em 2050. Nessa altura, metade de todo o aquecimento de espaços e sistemas de águas quentes serão equipados com armazenamento de energia térmica.

Fonte: Revista Climatização

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