Uma meta legal obrigatória de 45% de renováveis no consumo de energia final em 2030 é a nova proposta do European Renewable Energy Council (EREC), que teme que a União Europeia (UE) não só não consiga cumprir com o objectivo de reduzir em 80-95% as emissões de gases com efeito de estufa em 2050 (comparativamente a níveis de 1990), como perca a sua posição de liderança nas tecnologias de energias renováveis. O alerta foi lançado no decorrer da conferência bianual da organização europeia, que teve lugar a 24 de Maio em Bruxelas.

O encontro reforçou a necessidade de uma mudança radical no sistema energético europeu, com as atuais políticas a não garantirem o cumprimento do objectivo a longo prazo da UE. Segundo o roteiro para uma economia de baixo carbono da Comissão Europeia, uma continuação das actuais tendências e políticas resultaria numa redução de apenas 40% das emissões de gases com efeitos de estufa em 2050.

Para os especialistas presentes, a imposição de uma meta legal para 2030 serviria como um novo impulso para as renováveis na UE, contribuindo para o cumprimento do objectivo em 2050, para uma maior sustentabilidade e atrairia um maior investimento no sector. “Actualmente, perto de 50% do total de energia consumida na Europa é utilizada para a geração de calor para usos domésticos ou industriais”, reforçou o presidente da Renewable Heating and Cooling (RHC) Platform, Gerhard Stryi-Hipp. “Se estamos verdadeiramente decididos a avançar para um sistema energético sustentável na UE, as renováveis precisam de ser alavancadas e uma meta para a próxima década iria ser o suficiente para isso”, explicou.

“A política energética da UE precisa de ser preparada para alcançar o compromisso dos chefes de Estado para a redução de 80/95% das emissões de gases com efeito de estufa. E mais: para manter a posição líder em termos de competitividade, precisamos de uma meta legal de renováveis de 45% em 2030, o que daria um sinal claro aos investidores e desbloquearia os investimentos privados cruciais”, referiu o presidente da EREC, Arthouros Zervos.
Representantes das regiões europeias chamaram também a atenção de Bruxelas para a necessidade de uma maior aposta nas renováveis, com o ministro da Energia da região da Alta Áustria, Rudi Anschober, a dar o exemplo – “em 2030, as fontes de energias renováveis vão responder a 100% das necessidades de aquecimento de espaços e de electricidade na Alta Áustria”. Segundo o político, “as regiões estão a avançar e a levar a cabo medidas no terreno” para uma Europa mais sustentável. “Bruxelas precisa de seguir o nosso exemplo”, alertou.

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