Uma usina solar com capacidade para gerar 700 MW começou a ser construída em Mesquite, deserto do Arizona, EUA. Novidade desta usina é que ela deverá usar muito pouco ou praticamente nenhuma água. A Sempra Energy, responsável pela operação da usina, avalia em US$ 500 milhões o custo da primeira fase que deverá estar concluída em 2013, com capacidade para gerar 150 MW. O Departamento de Energia dos EUA concedeu garantias condicionadas de US$ 359 milhões para o projeto.
Os painéis de policristalino serão fornecidos pela Suntech Solar, considerada a maior fabricante mundial deste tipo de painel, com capacidade de produção de 1 GW e que possui uma planta a apenas 50 quilômetros de distância do projeto. A Suntech também possui fábricas na China e no Japão.
Embora a Suntech esteja associada a um grande número de projetos de energia solar em todo o mundo, incluindo um de grande visibilidade para a cidade de Masdar, nos Emirados Árabes Unidos, este projeto do Arizona será o maior. Cada painel gerará 280 watts, obrigando a instalação e interligação de mais de 500.000 deles.
Usinas de energia solar de grande capacidade têm utilizado concentradores solares (como refletores parabólicos, também chamados heliostats) para direcionar a energia solar através de tubos de água para produzir vapor, funcionando como uma turbina a vapor. Por exemplo, o projeto da Abengoa, previsto para entrar em operação em 2013, gerando 250 MW no deserto de Mojave, na Califórnia, usará concentradores solares para aquecer água, produzir vapor e acionar as turbinas.
A vantagem da geração solar sem água (waterless) é que as usinas podem ser instaladas em lugares secos, como desertos, onde há muita terra imprestável para fins agrícolas. Também o deslocamento de assentamentos humanos é mínimo, além da vantagem natural da luz do sol abundante. No entanto, nesses locais a água é escassa. Qualquer tecnologia que minimize ou evite o uso da água é extremamente bem-vinda.
A comunidade global de engenharia deverá observar o projeto da Sempra com grande interesse para ver se a tecnologia “waterless” terá bom desempenho, constituindo-se na melhor alternativa em futuros projetos de energia solar