A utilização de energia solar para secar o milho está gerando lucro extra para produtores no meio oeste catarinense. Na linha Pato Roxo, em Joaçaba, nove agricultores apostam na técnica que garante 2 reiais a mais na hora de vender cada saca de milho.
Atualmente, o produtor recebe, em torno de 24 reais pela saca de 60 quilos produzida pelo modelo tradicional, enquanto a que passou pela secagem com energia limpa rende até R$ 26,00.
O procedimento é mais lento do que o convencional. Ele necessita de seis dias para finalizar o processo. Na secagem a lenha, o processo demora seis horas. Só que a rapidez custa caro e agride o meio ambiente. São necessários em torno de R$ 200,00 de investimento em lenha para secar 700 sacas de milho. Agora, com a ajuda da natureza, os produtos economizam esse dinheiro.
A secagem através da energia solar tem a vantagem de não deixar odores no milho, que também é usado na merenda escolar. É como se o milho tivesse recém saído da lavoura.
O agricultor Luiz Boldrini foi um dos primeiros produtores de Joaçaba a apostar na inovação. Para obter o silo de armazenagem, que tem 10 placas para a absorção de energia solar, um gerador e um motorzinho elétrico, investiu 50mil reais.
A idéia rendeu economia e conforto. O trabalho que antes era braçal, porque demandava fogo e constantes mexidas no milho, é feita apenas pela força do sol. Segundo os produtores, a secagem natural é cinco vezes mais barata do que a convencional.
Antes, era necessário acompanhar todo o processo e o milho ficava com gosto de fumaça. Agora, colocamos o milho a secar e saímos a passear, afirma Luiz.
Os silos, desenvolvidos no Rio Grande do Sul, funcionam também em dias nublados. Para alimentar o motor o produtor gasta, num ano, R$ 0,50 por saca. A cada seis dias, é possível secar 48 toneladas de grão.
O produtor Antônio Darold também aposta no milho seco pelo sol para alimentar o gado leiteiro. O milho é seco naturalmente. Os animais se alimentam com qualidade e dão maior retorno financeiro, ressaltando que a sua produção passou de 10 mil para 12 mil litros de leite por mês.
A safra de milho deste ano está sendo considerada uma das melhores em termos de produtividade. Dados de um levantamento feito pela Conab apontam que a média de produção do Estado deve ficar em 6,4 toneladas por hectare. É mais um belo exemplo ecologicamente sustentável a ser seguido. Parabéns.
Fonte: http://www.jvanguarda.com.br