Bissau – Mais de seis mil lares no interior da Guiné-Bissau vão ter a partir de hoje (sexta-feira) iluminação solar, num projecto montado por uma organização não-governamental que quer ajudar a erradicar a pobreza e o analfabetismo no país.

Segundo Idrogidro Barbosa, um dos responsáveis da ONG Effective Intervention, o projecto Energia para o Povo, a ser lançado hoje na aldeia de Nhala, no sul da Guiné-Bissau, visa levar a iluminação a 6500 lares em 120 tabancas (aldeias) nas regiões de Quinará e Tombali, zonas onde não há energia eléctrica.

O responsável do projecto explicou à Lusa que a ideia é ajudar a combater a pobreza e o analfabetismo naquelas zonas da Guiné-Bissau, através do recurso à energia solar que irá possibilitar o aumento da frequência escolar das crianças e raparigas, produção de alimentos e ainda dar oportunidade de lazer nas tabancas.

O esquema “é muito simples”, as casas beneficiadas do projecto vão ter um painel solar que acumulará a energia solar durante o dia e o dono da casa indicará aos técnicos do projecto quantas lâmpadas pretende ter, disse Idrogidro Barbosa.

Cada lar beneficiado com a energia do projecto terá que pagar 25 francos CFA (0,038 euros) por dia a um conselho de administração a ser criado pelos habitantes da tabanca, sendo que esse dinheiro será utilizado para construção de outras infraestruturas comunitárias, nomeadamente poços de água ou escolas, indicou Barbosa.

A ideia, acrescentou Idrogidro Barbosa, é incentivar a população à auto-gestão dos recursos da comunidade, responsabilização colectiva, e ainda desencorajar o uso de velas, lanternas a pilha ou candeeiros a petróleo.

“A iluminação solar permite às crianças estudarem à noite, depois do trabalho no campo durante o dia, ajuda as mulheres nas suas tarefas domésticas ao amanhecer ou à noite, melhora a convivência social e a saúde, e ainda aumenta a produtividade na tabanca em todos os domínios”, notou Barbosa.

Paralelamente a este projeto de energia solar nas casas dos habitantes de Quinará e Tombali a Effective Intervention tem em curso um projeto de alfabetização de crianças das duas regiões, visando que todas crianças daquelas zonas remotas da Guiné-Bissau possam completar, pelo menos, o primeiro ciclo.

Já entre 2007 a 2010 a ONG, que conta com uma assistência técnica de voluntários oriundos do Reino Unido e Portugal, levou a cabo em várias aldeias do interior do país iniciativas na área de saúde pública visando ensinar práticas para a redução da mortalidade materno-infantil.

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