Os prédios do Centro Administrativo do Estado da Bahia (CAB), em Salvador, irão se transformar em miniusinas de geração de energia.

O anúncio foi feito pelo secretário estadual do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, nesta quinta (18), durante o IV Fórum de Sustentabilidade da Associação das Empresas Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi–BA), que discutiu alternativas para que as cidades se tornem sustentáveis no futuro.

Spengler afirmou que até o final do ano, empresas convidadas pelo governo concluirão projeto para indicar a viabilidade e a capacidade de produção de energia solar na região. “A ideia é instalar miniusinas de produção de energia solar nos prédios das secretarias para reduzir o consumo”.

Segundo ele, a ideia é que os equipamentos estejam funcionando ainda em 2014. “Deve ser usado o mesmo sistema que existe hoje no estádio de Pituaçu. Até o final deste ano, vamos saber a viabilidade do projeto e indicar a forma correta de sua execução”, explica o secretário. Ele afirma que, nos últimos anos, no CAB, através do uso racional foi possível reduzir o consumo em cerca de 20%.

A iniciativa tem inspiração no exterior. Ex-prefeito de Maringá, no Paraná, Silvio Barros, que também fez palestra no fórum, explicou que há cidades no mundo que já desenvolvem práticas inteligentes do uso de energia.

“A prefeitura de San Francisco, nos Estados Unidos, produz toda energia usada nos prédios e transporte público da cidade. Foram instalados painéis solares em edifícios e espaços públicos. Nos altos dos morros foram colocados terminais eólicos”, explica.

Para o presidente da Ademi-BA, Nilson Sarti, discutir a sustentabilidade não é mais algo ligado a fatos que irão acontecer ou que estão distantes.

“Antigamente as pessoas achavam que a sustentabilidade só podia ser praticada por grandes empresa. Percebemos que isso não é algo longínquo e já está acontecendo em vários planos da economia no continente europeu”.

Investimento
O diretor do Centro Brasileiro de Energia e Mudança do Clima, Osvaldo Soliano, explica que além das adaptações nos prédios antigos, os novos empreendimentos devem ser geradores de suas fontes de energia, seguindo exemplos da Europa que, só ano passado, instalou 12 MW em tetos para energia solar, quase a mesma capacidade de energia da usina de Itaipu, no Brasil, que produz 14 MW de energia.

“No Brasil, precisamos pensar na concepção dos projetos para que as novas construções já venham com essa estrutura para facilitar a instalação de placas de energia solar. Nos prédios antigos, infelizmente, nem todos estão preparados para essa finalidade”, indica.

Práticas
Para o professor Asher Kiperstok, que falou no fórum sobre o uso racional de água, a sustentabilidade deve passar sempre pela análise individual do uso dos recursos, inclusive no desenvolvimento de projetos de empreendimentos imobiliários.

“As perdas de água são variadas e passam, por exemplo, pela instalação adequada do tipo de descarga nos banheiros. Faço o desafio para a construção civil para trazer, por exemplo, mictórios femininos”, diz.

A gerente de Projeto de Eficiência Energética e Energias Renováveis da empresa alemã GIZ, Carola Griebenow, explica que a eficiência energética do Brasil, principalmente no chamado setor de geração de energia fotovoltaica, usa o sol como fonte primária.

“Na Alemanha há cerca de cinco mil empresas que trabalham com essa indústria de energia fotovoltaica. No Brasil ainda são apenas 250 empresas. Ou seja, a capacidade de crescimento ainda é grande. Salvador, por exemplo, tem a segunda maior incidência do sol entre as capitais brasileiras”, explica a gerente da GIZ.

Fonte:http://www.correio24horas.com.br/

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