Para entidade, indústria nacional acaba corta de processos; setor também diz que só microgeração não impulsionará a fontePor Fabíola Binas, de São Paulo (SP)

A implantação da tecnologia solar fotovoltaica no País deve ganhar mais visibilidade com o uso da fonte para geração de energia em estádios que vão sediar partidas da Copa do Mundo de futebol de 2014. Apesar do entusiasmo em torno dos “estádios solares”, entraves na licitação desses empreendimentos estão se tornando uma dor de cabeça para os investidores brasileiros.

“O nível de exigência para licitações de 1MW são desproporcionais, o que não tem dado condições de as empresas nacionais participarem”, reclamou o diretor do grupo setorial de energia fotovoltaica da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Leônidas Andrade.

Ele acredita que, dos 12 estádios que poderiam se tornar usinas fotovoltaicas, apenas quatro ou cinco devem sair do papel. “Isso já seria uma vitória”, disse, após participar da Solar Energy Conference, evento organizado pela Solarplaza, em São Paulo.

Atualmente, dois projetos em estádios estão em andamento: um no Maracanã, no Rio de Janeiro, e outro no Mineirão, em Minas Gerais. O projeto do Rio já definiu as empresas que vão construir a usina sobre arena, enquanto em Minas o resultado da licitação deve sair até sexta-feira (21/9). Neste último, a licitação chegou a ser adiada e, dos 12 concorrentes interessados em tocar o empreendimento, só quatro foram habilitados.

“São processos enormes, com exigências documentais extensas, o que desencadeia altíssimos custos para as empresas se habilitarem”, explicou Andrade.

Futuro
O executivo contou ainda que, no segundo semestre deste ano, a Abinee trabalhará com afinco para disseminar em várias esferas do governo, um estudo sobre o desenvolvimento da fonte solar e da indústria nacional fotovoltaica no Brasil. “Só a microgeração não é suficiente para impulsionar o setor por aqui. São necessários projetos maiores e mais incentivos para atrair e desenvolver a indústria”, concluiu.

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