Energia Solar: Aquele bem comum chamado Sol

Imperativo energético, do estudioso alemão Hermann Scheer (foto), é um formidável documento sobre um modelo de produção energética alternativa ao petróleo, ao carvão e ao átomo. E que prevê uma gestão descentralizada e auto-organizada pelos por indivíduos e pelas populações locais.A análise é de Guglielmo Ragozzino, publicada no jornal Il Manifesto, 18-01-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A vantagem competitiva alemã em comparação com a economia italiana – alguns a chamam familiarmente de spread – reside preponderantemente no formidável ativo da Alemanha nas trocas internacionais de bens e serviços, a diferença do passivo que caracteriza a Itália. Essa é a explicação em que insistem os mais renomados economistas (às vezes também de esquerda). E muitos sugerem de sair do atoleiro reconvertendo o sistema econômico e social do país para dispor de bens exportáveis, contendo mais inovação de produto, ou para produzi-los através de processos mais eficientes (leia-se: com demissões em massa).

Submissamente, sugerimos uma outra via. A de imitar a sério os alemães, mas na sua transição para as energias renováveis e ao contemporâneo abandono das energias fósseis, incluindo a nuclear. Esse caminho é o que um autor, um verdadeiro cientista político, Hermann Scheer, sociólogo, descreveu na íntegra em seu último livro, Imperativo energético, publicado no fim de 2011, nos Kyoto Books das Edizioni Ambiente (269 páginas). O tema está resumido nas frases que completam o título original: “100% renovável agora! Como realizar a completa conversão do nosso sistema energético”.

O advogado do verde
Scheer, saudado como “advogado do Sol”, “herói verde”, faleceu em outubro de 2010. O seu papel não foi apenas o de pensar o futuro “renovável” e escrever livros para explicá-lo e torná-lo familiar para os alemães e outros, na Europa e no mundo, mas também o de construir uma extraordinária obra de convicção, através de associações como Eurostar.

Scheer tornou realmente mais próximo e acessível o “seu” futuro, na ação de todos os dias, escrevendo livros, participando de congressos, proferindo conferências. Mas ele fez muito mais, trabalhando sem trégua na esfera política, utilizando no parlamento, no seu partido, o SPD, e também nas administrações das cidades e das Länder, todos os espaços permitidos. Em busca contínua de escolhas concretas, de leis para tornar o mundo “renovável” prático, vantajoso e convincente.

Imperativo energético está entre os trabalhos do seu último período e é, ao mesmo tempo, ciência, informação, política. Certamente, deve ser lido como um programa muito concreto para aqueles que continuarão a sua obra e se dedicarão à reconversão energética da sociedade ou, melhor, à revolução social praticada através da mudança de paradigma energético.

A energia de origem solar deve substituir totalmente e o mais rápido possível aquela que hoje é utilizada, que é quase inteiramente de origem fóssil. Para Scheer, não há mediações possíveis, os atrasos tornam-se intoleráveis, não se pode aceitar compromissos, soluções confusas. As grandes empresas tradicionais do gás, do petróleo, elétricas, incluindo o átomo, mostram agora, em grande parte, uma atitude tolerante com relação às energias renováveis. É falso. Fingir dar espaço às novidades é uma medida que permite se mostrar na moda, serve para dar uma demão de verniz de elegância a um mundo energético ainda e sempre dominado pelas energias fósseis.

Scheer rejeita essa atitude complacente. O modelo renovável não deve e não pode ser apenas uma variante, um enchimento, nem a oferta de uma área de descanso gratuito e de tempo indeterminado para desenvolver experimentos com toda a calma, à espera que as energia fósseis se esgotem.

Ao contrário, Scheer é movido pela urgência. Não está apenas convencido de que as energias fósseis estão esgotando rapidamente, muito mais perto do que se pensa e que, por isso, será preciso abrir mão delas o quanto antes. Elas devem ser eliminadas hoje, por serem prejudiciais por causa da poluição que determinam, por causa dos desastres naturais crescentes e pelo aquecimento global que provocam.
Portanto – ele tem certeza disso – quanto antes nos libertarmos delas, melhor. Ou, melhor, essa é a única via para permitir um futuro para a humanidade, é um imperativo categórico se quisermos não só sobreviver, mas também continuar sendo humanos. Nesse sentido, deve ser proibido qualquer compromisso. A energia não pode coexistir com a fóssil, com as suas redes extensas por toda a parte.

Uma rede pequena e flexível

A energia solar e a fóssil são modelos totalmente alternativos, inclusive de um ponto de vista econômico. Não há capital suficiente para ambos. Uma verdadeira política de desenvolvimento para as energias renováveis implica que os fundos disponíveis para a energia sejam todos postos à disposição para esse projeto, excluindo qualquer outra escolha. Nem um centavo a mais, nem um metro quadrado a mais de território para a expansão da energia de petróleo, carvão, gás, nuclear. As suas redes, as suas gigantescas plantas chegaram ao fim. Não devem ser revitalizadas com novos capitais, com mais espaço, com reedições de concessões administrativas. Ao contrário: é preciso finalmente calcular de verdade a economia da energia fóssil, não ignorando os custos postos em cima das comunidades às escondidas. Só assim então a comparação econômica vai se tornar aceitável e se poderá julgar se os custos efetivos da energia tradicional são ou não mais altos do que os incentivos à energia solar.

Atualmente, a mídia proclama que estes últimos têm custos exorbitantes nas contas, mas na maioria das vezes as contas provêm diretamente dos escritórios de estudos das companhias elétricas e semelhantes e, portanto, são pouco confiáveis. Os interesses vitais das companhias energéticas são defendidos sem equívocos.

Scheer não conseguiu conhecer a escolha do governo alemão de fechar inteiramente o capítulo da energia nuclear até 2022. Ele certamente teria apreciado a sua direção geral, mesmo criticando qualquer compromissos a mais. A sua atitude – como ilustra no livro – sempre era pragmática sobre as formas e as táticas, uma vez estabelecidos os termos gerais da questão, a certeza ética de jamais confundir os fins com os meios, contanto que, finalmente, permanecesse sempre fixo o objetivo final, o Sol, que nunca deveria ser posto em discussão ou alcançado às pressas.

O que une entre si as energias fósseis, incluindo também a variante dos reatores nucleares, é a necessidade de dispor de redes extensas ao máximo. O objetivo ao qual as companhias fósseis tendem é a SuperGrid, a rede de todas as redes, como se disséssemos o monopólio de todos os monopólios energéticos. Ela contrasta em máximo grau com a SmartGrid, a rede inteligente, a rede democrática que Scheer indica como modelo e como objetivo a ser alcançado.

A energia deve ser, por assim dizer, feita em casa, para evitar que se dependa de produtores fósseis, patrões dos seus carvões e dos patrões das redes, aqueles cujos governos de todo o mundo se inclinam como fossem realmente os reis dos territórios atravessados.
A energia que é necessária nasce de uma mistura de tudo o que existe, a partir da cultura, do conhecimento da história e de química e física, e depois o Sol, o vento, os resíduos agrícolas, a água. A economia obtida com os materiais projetados para os novos edifícios e as novas máquinas, feitas de modo a se consumir o mínimo possível. Tudo isso e o dinheiro necessário para avançar na pesquisa de máquinas, sistemas, materiais cada vez mais adaptados a capturar a força do Sol serão em breve suficientes para cobrir todas as exigências energéticas dos seres vivos em uma área determinada.

Scheer, por outro lado, não mostra nenhuma intenção de eliminar o automóvel privado. Certamente, não será para sempre o meio de transporte mais inteligente e livre. O futuro saberá fazer melhor. Os automóveis, todos os automóveis, também deverão ter uma transição muito próxima para a eletricidade. Os longos percursos serão possíveis com baterias capazes, já disponíveis industrialmente, e com estações de recarga, alimentadas por redes inteligentes à beira das estradas e das rodovias. Será uma série de redes locais, capazes de interagir quando necessário, mas todas com uma forte marca comunitária e local.

Em geral, os municípios deverão retomar a posse das suas redes e gerenciar diretamente com as próprias forças e sob o impulso dos cidadãos a água, os resíduos, a energia, os transportes. Assim, se tornará necessário um caminho inverso à linha atual, perceptível também na Alemanha, de privatização com passagem para grandes grupos acionistas dos serviços públicos locais.

Conta mais a rede local ou a eliminação imediata das energias fósseis?

Renovável e de curto alcance
“Imperativo energético” não foge desse dilema, ou, melhor, o enfrenta com ardor no caso de Desertec. Esse é um programa de exploração de plantas solares termodinâmicas e eólicas, nos desertos, as primeiras, e ao longo das costas atlânticas da África, as segundas, para produzir energia elétrica a ser canalizado para a Europa de modo a cobrir – em um ano ainda não especificado – uma fração importante da necessidade energética europeia. Um programa intrigante, capaz de convencer além das companhias financeiras e os gigantes energéticos da Alemanha e de meia Europa, também uma parte dos ambientalistas. Mas não Scheer. E a oposição ao Desertec é uma das passagens mais significativas do livro.

O Desertec é muito caro, bilhões de euros. Não é possível fazer nada melhor, usando esse capital, com as renováveis de curto alcance, tanto na Europa como na África? De um ponto de vista técnico-científico, Scheer indica as perdas de potência em um sistema de transmissão tão longo. Ele mostra depois o perigo político, além de econômico, que um sistema tipo Desertec pode gerar e a sua afinidade com aqueles sistemas elétrico-fósseis tradicionais, que deveriam ser substituídos: rigidez extrema, fragilidade, problemas de segurança. Razão pela qual o Desertec acabaria invertendo a intenção de libertar as populações dos vínculos energéticos fósseis, substituindo-o por outros vínculos não menos graves. E afastando-se de qualquer perspectiva democrática, essencial na pesquisa de Scheer.

Abre-se o confronto fundamental: há uma energia renovável, solar, que também é local, cidadã, cresce nos telhados e ao longo dos muros, é controlável de perto, é sempre substituível, pode ser consertada, é fácil de mudar e de melhorar, sem interromper o serviço, não custa muito, ou, melhor, torna-se concorrencial se for deixada viva e ao mesmo tempo não se facilita a hipótese energética contrária: um bem comum, em suma, para o qual se devem construir, dia após dia, as condições. Um modelo de sociedade em que todas as pessoas são “obrigadas” a discutir, a escolher um modelo de vida, a elaborar um projeto comum para alcançá-lo: para fazer, um dia após o outro, a democracia.

Por outro lado, há uma energia poderosa, de amplo alcance, governada de longe, inalcançável pelos usuários que parece (parecia) responder às exigências dos engenheiros, mas que, na realidade, responde desde sempre às exigências das finanças e dos poderes mais fortes . “Eu tenho a resposta”, dizia Hermann Scheer. “Agora, cabe a vocês”.

Fonte: http://antesqueanaturezamorra.blogspot.com

Governo vai estimular geração de energia solar nas residências

Regras vão permitir que casas tenham microusinas

O governo vai abrir o setor elétrico para a chamada “microgeração” de energia, uma decisão que vai mexer com as regras de fornecimento e distribuição do País.

A regulamentação que vai permitir a transformação de cada residência do País em uma microusina de energia elétrica foi formatada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Na próxima semana, técnicos da agência farão uma apresentação final da proposta para a diretoria da Aneel. Já em fevereiro, as regras da microgeração devem passar por reunião deliberativa da agência, para então serem publicadas no “Diário Oficial da União”.

A microgeração se baseia na instalação de painéis solares em residências para geração complementar de energia elétrica – a regulamentação da Aneel também vai permitir a instalação de minitorres eólicas, mas o alvo principal são os painéis fotovoltaicos. A mudança permite que o cidadão continue a consumir a energia fornecida pela distribuidora, mas o medidor de sua casa também passa a contabilizar a potência gerada pelos seus painéis solares. No fim do mês, a concessionária de energia abate da conta de luz o volume gerado pelos equipamentos do consumidor.

Numa situação em que a casa de um consumidor chegue a gerar energia excedente, essa potência extra será enviada para o sistema integrado nacional, ou seja, o cidadão passará a “vender” energia. “Quando isso ocorrer, o consumidor terá um tipo de crédito em sua conta, que será abatido no consumo dos meses seguintes”, diz Ivan Camargo, superintendente de regulação da distribuição da Aneel.

Dentro do Ministério de Minas e Energia (MME), a microgeração é vista como aposta decisiva para que a energia solar finalmente decole no País. “Temos projetos de usinas solares em andamento e isso é importante para esse setor, mas realmente acredito que consolidação da energia fotovoltaica se dará por meio dessa geração distribuída”, afirma Altino Ventura Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME.

A trilha aberta pelo governo segue um caminho já percorrido por países europeus como Alemanha, Espanha e Portugal. Para que a microgeração se torne realidade, porém, é preciso que haja adesão do consumidor. O preço é um entrave. A custos atuais, estima-se que a parafernália tecnológica para implantação de um painel solar de 1 quilowatt chega a cerca de R$ 15 mil. “Com essa estrutura, uma residência de consumo médio deixaria de pagar pelo consumo diário de vários itens como TV, geladeira e luz, com exceção de chuveiro e ar condicionado”, comenta Hamilton Moss de Souza, diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do MME.

O governo acredita que, com a regulamentação do serviço – que terá de ser administrado pelas distribuidoras de energia – a tendência é que o preço dos equipamentos caia bruscamente. Para estimular a adesão da população, o governo deve criar linhas de financiamento específicas para o programa, diz o secretário Altino Ventura Filho. “A ideia é que o cidadão possa pagar um preço pelo equipamento baseado no valor que conseguir economizar em conta de luz”, diz.

Paralelamente à questão regulatória, o MME vai iniciar neste semestre o projeto conhecido como “120 Telhados”, que prevê a instalação de tetos solares em 120 residências espalhadas pelo país. A iniciativa, que conta com apoio da Universidade de São Paulo (USP) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), deveria ter começado no ano passado, mas não foi para frente por retenção de recursos. “Agora será liberado um crédito de R$ 4 milhões para que iniciemos esse piloto”, diz Hamilton Moss de Souza, do MME. As distribuidoras de energia vão escolher consumidores para testar diferentes tecnologias de medidores e painéis de energia. Os estudos, que serão analisados mensalmente, devem durar até dois anos.

A expectativa do governo é de que a iniciativa abra as portas para a criação de uma indústria nacional de energia solar. Hoje, quase 100% dos equipamentos vendidos no país são importados. “De um ano para cá temos recebido visitas de empresas da Coreia do Sul, Japão, China, Alemanha e Espanha. O preço dos painéis tem caído consideravelmente a cada ano. Com essas medidas, o governo quer criar um ambiente favorável para que o mercado cresça naturalmente”, afirma Altino Ventura Filho, do MME.

A médio e longo prazo, acredita-se que a energia solar terá o mesmo destino das eólicas. Até cinco anos atrás, as turbinas movidas a vento não faziam parte da matriz energética do país pela baixa competitividade que ofereciam. Hoje, as eólicas são a segunda fonte mais barata de energia, só atrás das hidrelétricas. O preço estimado do MW/h gerado por uma usina solar oscila atualmente entre R$ 300 e R$ 500, enquanto as eólicas já alcançam valores na casa dos R$ 100. Por conta dessa situação, até hoje não foi habilitado um projeto sequer de usina solar nos leilões de compra de energia realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A única usina solar de geração de energia em escala comercial em operação no Brasil pertence ao empresário Eike Batista. A usina MPX Tauá foi instalada no ano passado no interior do Ceará, a 360 quilômetros de Fortaleza. “A dificuldade da energia solar é que o Brasil vive o paradoxo da abundância energética”, comenta Nivalde José de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ). “Mas acredito que essa fonte pode chegar a uma situação semelhante a das eólicas num futuro próximo.”

(Valor Econômico)

Geração solar-Em acampamento movido a sol, voluntários da organização aprendem a montar uma cozinha gerida por luz e calor natural com especialista suíço.

Em ritmo de preparação para as atividades do Fórum Social Mundial, que acontece no Rio Grande do Sul entre os dias 24.01 e 29.01 e tem como um dos motes a atual crise ambiental, voluntários do Greenpeace de todo o Brasil se reúnem em um acampamento ambientalmente sustentável e aprendem a cozinhar usando energia do sol.

O professor, o suiço Michael Gotz, é daqueles que poderia facilmente ganhar o apelido de Professor-Pardal. Doutor em engenharia fotovoltaica, passou boa parte da vida dedicado a experimentos com a fonte de energia mais antiga e potente da humanidade – o sol.

Entre as invenções para as quais dedicou seu tempo, as estrelas são os fogões solares, dos mais variados tipos e formatos, capazes de cozinhar pratos de diversas nacionalidades – dos crepes franceses ao feijão com arroz brasileiro.

Dez anos como diretor do Centro de Cozinha Solar de Neuchâtelois, na Suiça, Gotz agora saboreia temperos gaúchos. Ele é o convidado especial do Acampamento, que conta ainda com placas solares para gerar energia para as tomadas, aquecimento solar para o chuveiro e facilidades sustentáveis, como composteiras e banheiros secos.

Cerca de trinta voluntários da organização estão reunidos no acampamento. O objetivo é disseminar o uso da energia solar, barata e renovável, e pressionar por maiores incentivos para as fontes limpas.

“A energia solar é renovável, limpa e de baixa emissão de gases estufa”, explica Pedro Torres, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace. “O Brasil tem potencial de sobra para crescer com renováveis, tanto com sol, como com vento e biomassa. Basta que haja incentivos do governo para isso”, garante.

As instalações do acampamento e da cozinha solar do Greenpeace estarão abertas à visitação durante o Fórum Social Mundial.

Fonte:http://www.greenpeace.org

Greenpeace critica Belo Monte, termoelétricas e novo Código Florestal

Por: Redação TN / Paula Laboissière, Agência Brasil

O coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace, Pedro Torres, defendeu hoje (26/1) a busca por alternativas à chamada economia verde e condenou obras como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). Segundo ele, “o capitalismo está em crise e isso é um consenso que nos une a Davos [onde ocorre o Fórum Econômico Mundial], mas a economia verde não é a solução para a crise”.

“Devemos pensar quais são as alternativas, para quem e como”, completou Torres durante evento no segundo dia de debates do Fórum Social Temático (FST) 2012.

Torres explicou que a Usina de Belo Monte deverá gerar mais energia para empresas amazônicas do que para a própria população da região afetada pelas obras. Ele alertou ainda que a cidade de Altamira, uma das mais impactadas, já soma 100 mil habitantes em razão das obras, mas sem melhorias na infraestrutura. Investimentos em energia nuclear, segundo ele, também não são uma alternativa à crise. Durante o debate, o ativista lembrou os riscos evidenciados no acidente da Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, que em março completa um ano. “O Brasil continua insistindo nessa energia que é suja, cara e perigosa”, disse.

Sobre a Usina Nuclear Angra 3, no município de Angra dos Reis (RJ), Torres ressaltou que quase R$ 8 bilhões de recursos públicos provenientes do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já foram investidos. O dinheiro, segundo ele, poderia e deveria ser usado em outras fontes de energia.

Outra questão abordada pelo ativista trata da aprovação do novo Código Florestal no Congresso Nacional. Para ele, a discussão vai além do ambientalismo, já que os interesses do setor ruralista, baseados na derrubada de florestas, representam uma afronta à lei brasileira.

“Devemos buscar o diálogo de uma maneira mais livre. Muitos movimentos e organizações estão presos a agendas impostas pelas grandes empresas. Temos que ter a liberdade de criticar essas empresas, de criticar os governos que são poluentes. Se não, não adianta ter Rio+20 e Fórum Social”, disse. “Com essa agenda ambiental negativa que a gente tem, uma outra economia vai ser difícil”, destacou.

P&D Estratégico em energia solar prevê investimento de R$ 395,9 milhões

Publicada em agosto de 2011, a Chamada de Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Estratégico 013/2011 – “Arranjos Técnicos e Comerciais para Inserção da Geração Solar Fotovoltaica na Matriz Energética Brasileira ”, recebeu 18 propostas (Confira aqui a lista). Os projetos, que totalizam um investimento previsto de R$ 395, 9 milhões em um prazo de três anos, foram avaliados em novembro do ano passado por áreas técnicas da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), além do Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Das 18 propostas avaliadas, uma recebeu parecer desfavorável e não deve ser realizada, oito serão revisadas e reavaliadas e nove tiveram parecer favorável e estão em vias de contratação para início da execução.Apesar de a forma de comercialização e conexão à rede de distribuição ainda dependerem de regulamentação da ANEEL, a Chamada pretende alavancar estudos e pesquisas para comprovar a viabilidade desse tipo de fonte (solar) no Brasil, que ainda não é competitiva.

Na avaliação, a ANEEL levou em consideração o atendimento às premissas estabelecidas na Chamada, tais como a implantação de uma planta solar fotovoltaicas de 0,5 megawatt-pico (MWp, medida pelo máximo de insolação incidente sobre as placas) a 3,0 MWp, além da definição da forma que o empreendedor comercializará a energia no sistema e razoabilidade dos custos.

O maior investimento previsto será feito pela Tractebel Energia, com R$ 60,8 milhões; seguido de Copel GT, com R$ 58,6 milhões; Furnas, com R$ 48 milhões; e Chesf, com R$ 44 milhões. Esses valores já consideram a contrapartida de investidores que propuseram o aporte de recursos na ordem de 5% a 30%, com a expectativa de recuperarem o investimento quando a energia começar a ser gerada e comercializada. O reconhecimento dos valores investidos dá-se após a avaliação dos resultados e comprovação de gastos realizados em cada projeto.

A obrigatoriedade na aplicação dos recursos em P&D está prevista em lei e nos contratos de concessão, cabendo à Agência regulamentar o investimento no programa, acompanhar a execução dos projetos e avaliar seus resultados. A legislação estabelece que as empresas concessionárias, permissionárias ou autorizadas de distribuição, transmissão e geração de energia elétrica devem aplicar anualmente um percentual mínimo de sua receita operacional líquida no Programa de P&D do setor de energia elétrica. As diretrizes e orientações que regulamentam a elaboração de projetos estão no Manual de P&D

Propostas apresentam cidades sustentáveis como soluções

Em vez de considerar as cidades como verdadeiros problemas, é preciso gerenciá-las de modo com que sejam fundamentais para as soluções aos desafios ambientais. Esta foi a principal ideia disseminada ontem (25/1) e defendida pela ex-senadora Marina Silva, durante evento sobre o tema no Fórum Social Temático 2012 (FST), em Porto Alegre. Em sessão concorrida, que lotou o auditório da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Marina estava ao lado de velhos conhecidos da esquerda brasileira, entre eles os teólogos Leonardo Boff e Frei Betto e o ativista e pai do Fórum Social Mundial, Oded Grajew.

“Não podemos ver as cidades como um mero amontoado de problemas. São também um espaço facilitador para a resolução desses problemas”, destacou a ex-ministra do Meio Ambiente.

O socioambientalista e ex-consultor do Ministério do Meio Ambiente Tasso Azevedo observou que se as cidades concentram problemas, elas também agrupam soluções. “Não é mais tempo de pensar nos grandes objetivos, a gente deve pensar em nível mais local. O que falta hoje é definir em que lugar queremos chegar como coletivo”, apontou.

Durante o debate, o Programa Cidades Sustentáveis, ligado a organizações como a Rede Nossa São Paulo e o Instituto Ethos, lançou uma plataforma com sugestões em níveis internacional, nacional e local para melhorar a qualidade de vida nas cidades e incluir os centros urbanos na busca de soluções para problemas ambientais globais.

Entre as propostas apresentadas pelo grupo, estão políticas de financiamento para os Poderes locais acerca de investimentos em projetos de sustentabilidade, o fortalecimento da representatividade de autoridades locais nas instâncias multilaterais e a criação de sistemas internacionais de intercâmbio, para que as cidades possam trocar experiências sobre iniciativas sustentáveis.

Medidas locais, como o incentivo do uso de bicicletas como meio de transporte, a ampliação do acesso água potável e o estabelecimento de metas de gestão também estão entre as propostas que serão apresentadas a governos. Além de serem levadas a governos, as iniciativas farão parte de uma agenda de compromissos que será apresentada a candidatos nas próximas eleições municipais.

A campanha “Eu voto sustentável” sugere que eleitores cobrem dos candidatos a adoção de compromissos para cidades mais sustentáveis. “Desde já precisamos estar alertas ao processo eleitoral. Façam uma pauta de compromissos dos candidatos e perguntem se eles se comprometem com os pontos da pauta. Vamos exigir compromissos por escrito”, adiantou o teólogo Frei Betto.

Data: 26/01/2012 12:44
Por: Redação TN / EcoD

Espírito Santo terá bairro solar

Da Agência Ambiente Energia – O Espírito Santo terá em 2012 seu primeiro bairro solar. O projeto será feito entre o estado e a EDP Escelsa, no município da Serra. A previsão é que, até abril de 2012, as primeiras duas mil casas em Serra Dourada sejam entregues neste sistema. “Ao todo, serão quatro mil casas em Serra Dourada e 240 apartamentos em Itanguá, em Cariacica, que utilizarão a energia solar de forma inteligente e esta experiência logo será colocada em prática em outros bairros”, ressalto o o vice-governador do estado, Givaldo Vieira.
O anúncio foi feito pelo governo capixaba durante evento de ampliação de programa de eficiência energética e sustentabilidade em prédios públicos. A meta de economia estabelecida com a implantação do programa em prédios públicos é de 17%.

Cooperação – Na ocasião, foram assinados o termo de cooperação técnica dos programas de eficiência energética; estudos de biomassa; elaboração do Atlas do Potencial Solar, e a portaria da criação do grupo de estudo do Programa Estadual de Eficiência Energética. A ação é coordenada pela Agência de Serviços Públicos de Energia (Aspe), autarquia da Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes). O programa conta também com a participação da secretarias de Estado de Governo (SEG), de Gestão e Recursos Humanos (Seger), do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e da Cesan.

Fonte: http://www.ambienteenergia.com.br

Fernando de Noronha terá sistema de energia solar para gerar 6% do consumo da ilha

A famosa ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, terá um sistema de energia solar. A ação é do grupo Neonergia que investirá R$ 5 milhões neste projeto, que integra o Programa de Eficiência Energética aprovado pela Aneel.


Foto:Natinho Rodrigues

A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) será responsável pela implantação de painéis solares à rede elétrica da ilha, ou seja, a geração de energia ainda será em parte de termelétrica. Esta ação integra os projetos da Celpe em tornar a ilha mais sustentável.
O projeto de Geração Solar Fotovoltaica na ilha foi assinado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) da Aeronáutica, pois a área de cerca de seis mil metros quadrados onde serão instalados os painéis pertencem à Aeronáutica. A expectativa é que o sistema gere 600 MWh anualmente, o que representa 6% do consumo da ilha.

A Celpe também se uniu ao governo de Pernambuco para tornar os prédios públicos de Fernando de Noronha mais eficientes.
Está previsto o montante de R$ 650 mil para a compra, transporte e instalação dos equipamentos que, consequentemente diminuirá em quase 10% o consumo anual de óleo diesel utilizado na geração energética na ilha.

Os prédios também devem trocar lâmpadas, condicionadores de ar e refrigeradores de alto consumo energético. Tais aparelhos serão substituídos por iluminação LED e aparelhos com selo Procel de economia. Desta forma, serão economizadas 97,7 MWh/ano.
Algumas pousadas da ilha já usavam energia solar para aquecimento de água, porém será a primeira vez que painéis de geração de energia solar fotovoltaica serão conectados à rede elétrica de Noronha. A previsão é que o projeto seja concluído até o fim de 2012.

Adaptado de http://exame.abril.com.br/

Governador inaugura sistemas de energia solar em Menongue

Menongue – O governador do Kuando Kubango, Eusébio de Brito Teixeira, inaugurou, hoje, em Menongue, província do Kuando Kubango, cinco sistemas de fornecimento de energia solar, com a capacidade instalada de 17 mil 550 watts.

Os cinco sistemas, com 18 painéis solares cada, vão fornecer energia eléctrica a sete infra-estruturas, duas escolas, um posto médico, a residência do Rei e a esquadra policial do Missombo, arredores de Menongue.

Segundo o governador, este é um programa do Governo angolano, através do Ministério de Energia e Águas, destinado ao abastecimento de energia na zona rural, tendo a província do Kuando Kubango, beneficiado de 20 sistemas, cinco dos quais já montados, para dar resposta as dificuldades de energia eléctrica no meio rural.

De acordo com Eusébio de Brito Teixeira, na fase experimental, o governo da província vai montar mais sistemas em outros municípios.

O responsável disse ainda que este programa do Ministério de Energia e Águas, na sua fase inicial, contempla as províncias do Kuando Kubango, Moxico, Malanje e Bié.