Ministério do Desenvolvimento e da Indústria diz que é hora da geração solar
Técnico da pasta afirma que País precisa agir para não virar um mero importador e gerar empregosPor Natália Bezutti, de Campinas (SP)
O assessor técnico departamento de tecnologias inovadoras do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Luciano Cunha de Sousa, afirmou nesta terça-feira (13/3) que o momento de investir do setor é agora. Para o técnico do governo, o momento é o ideal para que o País possa ter chance de competição com os mercados mundiais.
“Se esperar estar tudo pronto, vamos ficar importando e deixando de gerar mão de obra local”, explicou o representante do MDIC, que participou do II Inova FV, realizado em Campinas.
Dados apresentados durante o evento mostraram que a energia fotovoltaica chegou a 27GWp instalados em 2011 – o que corresponde a um crescimento de 70% em relação ao ano anterior. Reafirmando a importância do Brasil ter uma mão de obra local, o diretor do grupo de sistemas fotovoltaicos da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Leônidas Andrade, mostrou um gráfico segundo o qual o setor gera 55 empregos por MW instalado. Desse total, 52% são referentes à instalação de usinas, 24% na fabricação, 18% na vendass e distribuição e 6% em “outros serviços”.
Luciano Cunha de Sousa, do MDIC, defendeu que o governo entre em ação para alavancar a geração fotovoltaica no País. “As opções de tecnologias de futuro no setor energético são direcionadas com a interferência do Estado”, apontou. O técnico usou como exemplo o etanol, que hoje é competitivo mesmo sem subsídios por ter recebido, no início, incentivos fiscais e reduções de impostos durante seu desenvolvimento.
“Se continuarmos esperando resolver esse dilema, vamos vender apenas para um nicho, para o mercado interno. Dando esses subsídios, será possível criar um mercado forte e competitivo por longo tempo”, finalizou Sousa.
O representante da Abinee, Leônidas Andrade, fez coro ao pedido de intervenções e declarou que “há a necessidade de ações mais corajosas do governo para a indústria fotovoltaica no Brasil”.