Neoenergia divulga licitação para usina solar da Arena Pernambuco

O Grupo Neoenergia convidou 23 empresas nacionais e internacionais para participar do processo licitatório para a execução e instalação da Usina Solar Fotovoltaica da Arena Pernambuco. Em nota, o grupo também informa que a empresa vencedora será responsável pela manutenção e acompanhamento do projeto por um ano. A usina solar terá uma potência de 1MWp, que pode gerar até 1,5 mil MW.

O projeto determina que 5% do potencial total da usina (50 KWp) deverá ser desenvolvido a partir das pesquisas de novas tecnologias fotovoltaicas com aplicação comercial, enquanto que os 95% devem ser obtidos por meio de uma mesma tecnologia. Para conseguir os 50 KWp, o grupo anunciou que serão instalados vários painéis de tecnologias diversas para estudar a performance dos sistemas.

“A análise de diferentes tecnologias, em condições semelhantes de clima, operação e tempo, fornecerá subsídios técnicos para encontrar melhores opções para aplicação de módulos fotovoltaicos no Nordeste”, afirmou Ana Christina Mascarenhas, assessora de Eficiência Energética do Grupo Neoenergia.

O Instituto de Energia Solar-Universidade Politécnica de Madrid e o Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP) além do National Renewable Energy Laboratory – NREL dos Estados Unidos foram contratadas pela Celpe para o desenvolvimento do projeto inicial da usina, que é uma parceria entre a Odebrecht Energia e a Neoenergia. A usina deve entrar em operação antes da Copa das Confederações, em 2013.

Foram investidos no projeto R$ 12,8 milhões sendo 12 milhões custeados pela Celpe, Coelba e Cosern e R$ 1,8 milhão pela Odebrecht. Além de gerar energia para a Arena Pernambuco, o excendente do que for produzido pela usina também poderá ser usado por outros consumidores.

Coletores solares ganham espaço

A energia solar está ampliando, aos poucos, a sua presença na matriz energética brasileira, estimulada principalmente pelo seu forte apelo ambiental. O aquecimento de água por equipamentos fotovoltaicos continua a ser a principal vertente do uso da energia solar no país, ampliando a sua presença graças à leis municipais que obrigam ou estimulam a adoção de sistemas de coletores fotovoltaicos e aos projetos habitacionais sociais do governo.

Na geração de energia elétrica, os especialistas vislumbram potencial de crescimento no país seja por meio da chamada microgeração, em que residências e estabelecimentos comerciais atuam como produtores de energia, seja em projetos de maior escala.

O aquecimento de água continua sendo a principal aplicação para a energia solar no Brasil, que consolidou-se, em 2011, como o quinto mercado do mundo de coletores solares, segundo informações da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

No ano passado, foram instalados cerca de 1 milhão de metros quadrados de coletores no Brasil, o que representou um crescimento de 6,5% ante 2010 – um resultado aquém do esperado, por conta do adiamento e cancelamento de obras de programas de habitação social do governo. “A expectativa para 2012 é de um crescimento de 10% e, nos anos seguintes, de uma expansão média de 15% ao ano”, prevê Rafael Campos, diretor de vendas e marketing da divisão Termotecnologia da Bosch.

O otimismo se deve à expectativa de crescimento das vendas para edifícios, em função da adoção de leis municipais que estimulam ou tornam obrigatória a instalação de sistemas de aquecimento solar de água em edifícios. Mesmo nas residências, Campos vislumbra também um grande potencial de ampliação das vendas de coletores solares. “Os coletores representam apenas 1% desse mercado, que é dominado pelo chuveiro elétrico, que responde por mais de 70% desse nicho”, diz o diretor da Bosch. Segundo informações da empresa, além do forte apelo ambiental, os sistemas de aquecimento solar de água nas residências substituem os chuveiros elétricos, considerados os aparelhos que mais consomem energia em uma residência, proporcionando uma redução de até 30% na conta de energia.

As perspectivas são positivas também em relação ao aproveitamento da energia do sol para a produção de eletricidade. De acordo com Ricardo Savóia, gerente do Núcleo de Regulação e Tarifas da consultoria Andrade & Canellas, foram adotadas neste ano, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão regulador do setor elétrico, medidas que preparam caminho para um desenvolvimento em maior escala da geração de eletricidade a partir da energia solar no Brasil.

São elas: a resolução normativa 481, que determina um aumento no desconto na tarifa de uso do sistema de transmissão (Tust) e distribuição (Tusd) para projetos de geração movidos a energia solar; e a resolução normativa 482, que regulamenta a microgeração (geradores com até 100 kW de capacidade) e mini geração (geradores com potencia instalada entre 100 kW e 1 MW) para consumo próprio. A resolução 482 também regula um sistema de compensação entre energia gerada e consumida pelo consumidor que atuar na geração conectado ao sistema de distribuição.

Com essas medidas, são abertas duas frentes para o desenvolvimento da energia solar na geração de eletricidade. Cria-se um incentivo que tornam mais competitivos os projetos de geração fotovoltaica – pelo qual a luz solar provoca uma reação química que resulta na produção de eletricidade – ou termossolar – sistema que se vale de espelhos concêntricos para, a partir de um efeito semelhante ao da incidência da luz solar em uma lupa, produzir energia térmica que se transformará em eletricidade – de maior escala. Ao mesmo tempo, são criadas condições para que consumidores residenciais e comerciais atuem como produtores de energia conectados à rede, valendo-se de geração fotovoltaica ou eólica de pequena escala.

Fonte: Valor Econômico

Aquecimento solar vai reduzir a conta de luz em Camboriú


Na casa de Dirceu Peirão, em Itajaí, o aquecedor solar mantém a água quente mesmo no inverno
Foto: Marcos Porto / Agencia RBS

Moradores de Camboriú estão sendo cadastrados para receber gratuitamente aquecimento solar. O projeto, em parceria com as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), tem como finalidade instalar placas solares nos telhados das casas para aquecer a água dos chuveiros. Isso deve refletir em uma economia entre 10% e 15% na conta de energia elétrica. O sistema deve funcionar aos moldes do existente no Bairro Promorar em Itajaí, onde o equipamento já garante a algumas famílias uma economia de até 20% na fatura de luz.

As inscrições em Camboriú estão sendo feitas para as famílias com renda mensal de até um salário mínimo. Esta é a primeira vez que Camboriú vai receber a iniciativa, que faz parte do projeto Calamidade no Vale do Itajaí, da Celesc, e 214 casas serão contempladas com as placas. Interessados em participar devem morar em casa de madeira ou alvenaria, com apenas um piso, ter fiação elétrica em excelente estado e alto consumo de energia.

Há aproximadamente três anos, a Celesc promoveu em Itajaí a instalação das placas em algumas casas do Promorar. Como em muitas delas não há laje, além da placa, a aparelhagem que armazena o calor também ficaram evidentes, mas isso não incomoda os moradores.

O vigilante Arimateia Delmonigo, 48 anos, é um dos itajaienses que dispõem do equipamento em casa e garante que a economia chega a até 20%. – Isso aqui é uma maravilha, reduziu muito a nossa conta e se der um dia de sol pode ficar nublado nos três dias seguintes que continua saindo água quente do chuveiro – diz o montador Dirceu Peirão, 34 anos.

Ele conta que a placa quase não exige manutenção e a água sai quente mesmo no inverno. Em algumas ocasiões, segundo ele, é necessário ligar a água fria para balancear.

A coordenadora da Defesa Civil de Camboriú, Carla Krug, explica que o projeto surgiu em 2008, após a enchente. Na época, a população recebeu da Celesc 215 refrigeradores com baixo consumo de energia. – Seremos possivelmente a primeira cidade a ser contemplada com 214 sistemas de aquecimento solar – diz.

Instalação em 2012

As mais de 200 placas devem ser instaladas ainda neste ano em Camboriú, de acordo com a Celesc. Engenheiro da companhia, Sérgio Felício Fragoso diz que a implantação começa entre novembro e dezembro deste ano. Segundo ele, uma parcela de todas as contas de eletricidade no Brasil vão para um fundo do programa de eficiência energética. Em Santa Catarina é a Celesc que gerencia estes recursos e destina a projetos como o Calamidade no Vale do Itajaí.

Como participar

– É obrigatório ter renda mensal de até um salário mínimo
– O interessado deve residir em casa de madeira ou alvenaria, com apenas um piso, ter fiação elétrica em excelente estado e alto consumo de energia
– Para fazer a inscrição são necessários documentos pessoais e fatura de energia elétrica atualizada
– O cadastro pode ser feito na Defesa Civil (Rua Hercílio Zuchi, 13, Centro, Camboriú) até o dia 14 de novembro, das 13h às 19h
– Informações: 3365-0198

Como funciona o aquecimento solar

As placas que ficam instaladas normalmente nos telhados, em posição horizontal, absorvem a radiação, que é transferida para a água que circula em tubos de metal. No boiler, um reservatório térmico, a água quente fica armazenada. Ele é abastecido pela caixa d’água da residência.

Uma das preocupações de quem instala um sistema de aquecimento solar é a preocupação sobre o que fazer em caso de falta de sol. Rafael Catana, arquiteto e urbanista especialista em eficiência energética explica que os chuveiros continuam com o apoio da parte elétrica, assim, caso o tempo fique por muito tempo nublado, a eletricidade pode ser acionada.

De qualquer modo não basta um dia de céu nublado para a água não esquentar. Havendo radiação a água quente pode ficar armazenada por muitos dias.

Estádios Solares e Inspeção Robótica da Rede são destaques da Neoenergia no SENDI

Projetos inovadores são apresentados no stand do Grupo no Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica, que acontece até amanhã no Rio.

O Grupo Neoenergia está apresentando em seu stand no 20° Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (SENDI) alguns dos projetos mais inovadores de suas distribuidoras, Celpe (Pernambuco), Coelba (Bahia) e Cosern (Rio Grande do Norte). O SENDI acontece até esta sexta-feira, 26/10, no Centro de Convenções Sulamérica, no Rio de Janeiro.

Uma das inovações das distribuidoras do Grupo Neoenergia é um sistema robótico de inspeção nas redes elétricas energizadas de média e alta tensão, criado pela Cosern. O equipamento é composto por uma câmera robótica, acoplada a uma vara de manobra, o que possibilita aos técnicos melhor visualização da rede e o registro de imagens em tablets. Isso aumenta a precisão da análise durante as manutenções preventivas e corretivas e reduz o risco de contatos dos funcionários com a rede.

Ao todo, foram produzidos dez equipamentos de inspeção robótica, que serão utilizados pelas equipes de operação e manutenção da rede elétrica da Cosern. O projeto foi financiado com recursos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da companhia e desenvolvido em parceria com duas organizações de pesquisa – o Núcleo de Estudos e Pesquisas de Nordeste (NEPEN) e a Hexa Montagem e Serviços de Equipamentos Eletrônicos Ltda.

Outro projeto inovador é o dos Estádios Solares. O primeiro da América Latina abastecido com essa fonte de energia foi inaugurado pelo Grupo Neoenergia em abril deste ano. O estádio Governador Roberto Santos, mais conhecido como Estádio de Pituaçu, em Salvador (BA), candidato a Centro de Treinamento da Copa do Mundo 2014.

Realizado pela Coelba, em parceria com o Governo do Estado da Bahia, apoio técnico da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e, apoio do Instituto IDEAL, o projeto Pituaçu Solar custou R$ 5,5 milhões, sendo R$ 3,8 milhões investidos pela Coelba e R$ 1,7 milhão pelo Governo do Estado da Bahia.

A energia gerada em Pituaçu é usada durante o dia nas instalações do estádio e a produção excedente será lançada na rede da Coelba. O sistema solar fotovoltaico do estádio tem capacidade para gerar 400 kWp (quilowatts-pico – medida específica de potência para geração fotovoltaica), o que proporciona uma geração anual de energia elétrica estimada em 630 MWh (megawatts-hora). Como o consumo médio anual de energia do estádio é de 360 MWh, o excedente de energia gerado em Pituaçu, ou seja, 270 MWh/ano, está sendo compensado do consumo de energia elétrica da sede da Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB).

Outro projeto em andamento é o da Usina Solar Fotovoltaica da Arena Pernambuco, estádio oficial da Copa do Mundo de 2014, em Recife. Também é um dos produtos do P&D – “Arranjos Técnicos e Comerciais para Inserção da Geração Solar Fotovoltaica na Matriz Energética Brasileira” – apresentado pela Celpe, Coelba e Cosern à Aneel. Terá uma potência instalada total de 1MWp, gerando 1500 MWh/ano e será composta por dois diferentes tipos de tecnologias: 95% da potencia total – 950 kWp, será chamada de sistema-central, com um único tipo de tecnologia, e 5% – 50 kWp, que será chamado sistema-campo.

Direcionado à pesquisa, além da produção de energia, o sistema–campo, deverá contar de diversas tecnologias fotovoltaicas com aplicação comercial (silício monocristalino, policristalino e amorfo (m-Si; p-Si; a-Si) e filmes-finos de telureto de cádmio e de disseleneto de cobre (gálio) e índio -CdTe; CIGS) distribuídas uniformemente.

A expectativa é que a análise da operação de sistemas de diferentes tecnologias fotovoltaicas, nas mesmas condições climáticas e operacionais e no mesmo intervalo de tempo, fornecerá importantes subsídios técnicos para a tomada de decisão sobre as melhores opções para aplicação e produção de energia solar fotovoltaica no Nordeste do Brasil.

Para desenvolver o projeto básico, a Celpe contratou o Instituto de Energia Solar-Universidade Politécnica de Madrid e o Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), além do National Renewable Energy Laboratory – NREL dos Estados Unidos. O edital para a licitação da execução do projeto com fornecimento de equipamentos foi lançado em outubro. A Usina deve começar a gerar até junho de 2013, antes da Copa das Confederações.

O Estádio Arena Pernambuco, onde a Central Fotovoltaica deverá ser implantada, se localiza na Região Metropolitana do Recife, município de São Lourenço da Mata, com condições climáticas do tipo tropical chuvoso com verão seco, temperatura ambiente em torno de 25 C.

Os dois sistemas que irão compor a usina fotovoltaica em solo serão instalados em área de 14.500 m2 na zona próxima ao estacionamento destinado a ônibus. Após a implantação, a usina será doada à Odebrecht Energias Alternativas, para que a energia seja vendida a Arena de Pernambuco. A OEA fará aporte de verba de R$ 1,8 milhão e a Celpe, Coelba e Cosern cerca de R$ 12 milhões.

Perfil – bilhões desde a sua constituição, em 1997, até 2011. Presente em 12 estados e composto por um time de 5.100 colaboradores diretos, atua em toda a cadeia de energia: geração, transmissão, comercialização e distribuição.

Na distribuição de energia, é o maior grupo privado em número de clientes, com 9,5 milhões de unidades consumidoras na Bahia, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte. Na geração, também se destaca: possui capacidade instalada de 1.553 megawatts (MW) e deve chegar 4.050 MW até 2019, por meio de novos empreendimentos como Teles Pires, Baixo Iguaçu, Belo Monte e os 10 parques eólicos, estes em construção em parceria com a Iberdrola.#ada de decisão sobre as melhores opções para aplicação e produção de energia solar fotovoltaica no Nordeste do Brasil.

Cemig declara Martifer vencedora da licitação do Mineirão Solar

A Cemig finalizou a licitação internacional do Mineirão Solar, declarando a portuguesa Martifer como vencedora do certame, com a proposta global de R$10.013.799.13.

O contrato firmado com a Martifer Solar prevê que a contratada, além de implantação, realize também a manutenção e operação da usina. Será construído uma usina solar fotovoltaica de pouco mais de 1MW de potência na cobertura do estádio do Mineirão, em Minas Gerais. A arena esportiva será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.

A previsão inicial é que a obra seja concluída até o final deste ano, seis meses antes da Copa das Confederações. “Temos a esperança de que a usina fique pronta em dezembro, apesar de todo o atraso, a gestão está se esforçando para que a usina fique pronta junto com a inauguração do estádio”, disse o gestor de projetos de energia renovável da Cemig, Alexandre Heringer.

Segundo Heringer, o adiamento aconteceu devido uma suspensão temporária da licitação “em virtude de um mandato de segurança aberto por um participante da licitação”.

Além da Martifer, outras quatro proponentes apresentarem propostas, mas foram desclassificadas. O Consórcio Tecnometal-Energieburo apresentou a proposta de R$12.488.000,00. Já o Consórcio Efacec Usf Mineirão considerou em seu lance o valor de R$15.738.083,12. Mais altas ainda foram as propostas de Viñaresol S.L. e do Consórcio Usf Mineirão Engevix-Sunedison que apresentaram preço global de R$17.178.887,05 e R$20.520.111,93, respectivamente.

Cabe lembrar que portugueses da Efacec venceram recentemente a licitação do projeto Magawatt Solar, da Eletrosul, que instalará uma usina de 1MW em Florianópolis (SC), com uma proposta de R$ 8 milhões.

Características do projeto
As características principais do Mineirão Solar prevê uma usina fotovoltaica com capacidade entorno de 1,2MWp, com sistemas independentes as demais instalações elétricas. A energia gerada será integralmente inserida na rede da distribuidora local, com medidor independente e exclusivo.

Há também a possibilidade de se ampliar a potência da planta, pois a empresa já informou que estuda implantar placas solares no “Mineirinho” (ginásio de esportes anexo ao estádio).

DNV Kema apresenta estudo que indica redução de mais de 70% no preço da energia solar até 2020

O diretor da área de Gestão de Ativos da DNV Kema, Bijoy Chatt, confirmou que o preço de instalação da energia fotovoltaica cairá dos U$ 0,20/kwh atuais para menos de U$ 0,05/kwh nos próximos 10 anos. A informação foi dada nesta quinta-feira pelo executivo durante o Sendi – 20º Seminário Nacional de Distribuição de Energia. De acordo com o diretor da DNV Kema, estudos da MIT, entre 2009 e 2010, constataram que houve uma redução de 17% nos custos da implantação de projetos de energia fotovoltaica. Em 2011, a diminuição de custos alcançou 11%.

Bijoy Chatt apresentou no Sendi, no Painel Tecnológico: Geração Distribuída e Redes Inteligentes, estudo inédito sobre a implantação de projeto de energia solar na Califórnia, EUA. A partir do case, o executivo mostrou os benefícios da geração distribuída, incluindo o uso de novas tecnologias, a redução de perdas e a confiabilidade no sistema, entre outros pontos.

O projeto Califórnia Solar ou California Solar Initiative (CSI) começou a ser desenvolvido em 2008 e consiste em um programa de incentivo ao uso da energia solar e de descontos para os consumidores de algumas concessionárias do estado americano. A partir do estudo da DNV Kema, descobriu-se que o projeto gera ganhos na capacidade da transmissão de energia em torno de 500 a 900 MW e uma redução de perdas no sistema da transmissão na ordem de 7.000 MW. Além disso, segundo o relatório da DNV Kema, a penetração de energia solar na Califórnia pode alcançar em torno de 1.750 MW até 2017, o que gerará um aumento da capacidade de transmissão de 4.000 MW para os clientes.

O diretor explicou ainda questões envolvendo a interligação de 1MW de geração de energia solar fotovoltaica à rede de distribuição, orientar sobre os problemas relacionados com a cobertura de nuvens e intermitência da energia solar assim como a regulação de tensão. Durante a palestra, o executivo lembrou a importância para o Brasil dos projetos de rede inteligentes e os benefícios e os desafios da geração distribuída, como a integração ao sistema elétrico e suas operações.

A DNV KEMA Energy & Sustainability, com mais de 2.300 especialistas em mais de 30 países ao redor do mundo, está empenhada em conduzir a transição global para um futuro de energia segura, confiável, eficiente e limpa. Com uma herança de quase 150 anos, nos especializamos no fornecimento de soluções inovadoras de nível mundial, nas áreas de negócios e consultoria técnica, testes, inspeções e certificação, gestão de riscos e verificação. Como uma empresa baseada em conhecimento objetivo e imparcial, aconselhamos e apoiamos organizações ao longo da cadeia de valor de energia: produtores, fornecedores e usuários finais de energia, fabricantes de equipamentos, bem como órgãos governamentais e empresas e organizações não-governamentais. A DNV KEMA Energy & Sustainability faz parte da DNV, uma empresa global de serviços para o gerenciamento de risco com mais de 10.000 funcionários em mais de 100 países.[www.dnvkema.com].

Depois da eólica, BNDES prevê o boom da energia solar

O BNDES estima que nos próximos anos, o setor de energia solar terá crescimento significativo no Brasil, assim como já acontece com o mercado eólico

O setor de energia solar está prestes a viver o seu boom no Brasil, a exemplo do que ocorre atualmente com o mercado eólico. Pelo menos é isso que espera o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), que promete não poupar esforços para alavancar este segmento.

“Entre todas as linhas de crédito existentes no banco, as destinadas para o setor solar são as que têm as melhores taxas, exatamente para induzir novos investimentos nessa área”, diz Antonio Carlos de Andrada Tovar, chefe do departamento de fontes alternativas da instituição.

Segundo Tovar, no momento, o banco tem mantido contato com diversos empreendedores estrangeiros fabricantes de painéis fotovoltaicos, com o objetivo de convencê-los a produzir os equipamentos no Brasil e, assim, se beneficiarem do crédito barato oferecido pelo banco e também do enorme potencial de crescimento deste mercado.

“A gente não pode perder a oportunidade de desenvolver uma base fabril sólida no Brasil, para que futuramente não precisemos comprar painéis fotovoltaicos de outros países”, enfatiza.

Para ter acesso às linhas do BNDES, as companhias precisam fabricar no Brasil pelo menos 60% do conteúdo dos equipamentos, explica o executivo. Especificamente para o segmento de energia solar, o banco de fomento pretende atuar em três áreas de financiamento.

A primeira visa atingir empresas interessadas em construir fábricas de produção de painéis fotovoltaicos similares às existentes em países europeus, asiáticos e da América do Norte.

Outra vertente buscará destinar recursos a empreendedores que desejam instalar projetos de geração de energia solar no País, cujos investimentos podem variar de R$ 50 milhões a até R$ 1 bilhão, dependendo do tipo e tamanho do parque gerador escolhido. E, por fim, o BNDES também direcionará verba a empresas que objetivam exportar os equipamentos fabricados em plantas brasileiras.

“O Brasil poderá se transformar num importante polo exportador de painéis fotovoltaicos, sobretudo nos mercados da América do Sul onde também há um grande potencial para o desenvolvimento da energia solar, como Chile e o Peru”, afirma. Na avaliação de Tovar, além do apoio técnico e financeiro do BNDES, o setor brasileiro de energia solar foi favorecido por resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de abril deste ano, que buscam estimular a geração distribuída de energia elétrica por micro (até 100kW) e mini geradores (entre 100kW e 1MW), para consumo próprio.

“Agora os consumidores poderão injetar a energia produzida pelos painéis fotovoltaicos na rede de distribuição, reduzindo o montante do valor que é mensalmente faturado pela distribuidora”, explica. Essa medida da Aneel se estende também a outras fontes incentivadas, como eólica, biomassa e Pequena Central Hidrelétrica (PCH).

No entanto, segundo Tovar, a resolução deve favorecer, sobretudo, o setor solar, até então carente de regulamentações adequadas. “É preciso levar em conta a alta incidência de raios solares no País, o que proporciona um imenso potencial de geração de energia a partir dessa fonte”.

Brasilia recebe curso de energia solar em Dezembro

Organizado pela Academia Solar SE em parceria com o Sintec-DF, Brasilia sediará entre os dias 5 e 7 de Dezembro curso de projetos de sistemas de energia solar. Os participantes do curso terão a oportunidade de entender melhor o tema energia solar e como inserir e avaliar a tecnologia no projeto das edificações e das cidades. O tema principal do curso é o uso da energia solar térmica para geração de calor mas durante o curso desenvolvem-se também as ferramentas necessárias para dimensionar sistemas de energia solar fotovoltaica que produzem energia elétrica.

“Nós precisamos de uma nova narrativa econômica capaz de nos levar para um futuro pós carbono e que nos próximos anos onde milhões de pessoas produzirão sua própria energia renovável em suas casas, escritórios, e fábricas”, comenta Camila Downey, coordenadora da Academia Solar.A inserção da energia solar nos projetos das edificações e no planejamento das cidades é um dos pilares deste futuro próximo: os aquecedores solares podem suprir grande parte da demanda mundial e calor e frio das edificações e os painéis fotovoltaicos podem suprir boa parte da eletricidade. Por exemplo, se fossem utilizados painéis solares somente nas superfícies viáveis atualmente nas edificações do continente europeu, 40% da demanda de eletricidade de toda União Européia viria apenas do Sol, finaliza.

O curso oferecido pela Academia solar talvez seja o único do país que trata da energia solar de forma integrada à edificação oferecendo aos alunos experiencias práticas vivenciadas pela larga experiencia da equipe técnica que apoia o programa de capacitação.

Moradores do Sul de Minas podem economizar até 50% na conta de luz.

Projeto estadual instalará aquecedores solares em conjuntos habitacionais.

Moradores de conjuntos habitacionais do Sul de Minas devem economizar até 50% na conta de energia elétrica nas próximas cobranças. A economia se deve a uma parceria entre a COHAB e a Cemig , que está instalando aquecedores solares em todas as unidades entregues pela Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais desde 2005, por meio do Programa Lares Habitação Popular (PLHP).

No bairro Santa Tereza, em São Sebastião do Paraíso (MG), 210 residências já receberam os aquecedores solares. “Todas as casas construídas através da COHAB, a Cemig implantou essa parceria de instalar esse sistema de aquecimento solar. Mesmo as que estão construídas sem, podem vir a receber esse sistema de aquecimento solar. O sistema já foi feito para facilitar a estrutura das casas da COHAB, pra uma instalação rápida, sem necessidade de reformas”, explicou Alexandre Silveira Castro, agente comercial da Cemig.

As instalações terminaram em setembro. A Cemig pretende fechar o ano com aquecimento solar instalado em 4,2 mil e casas no Sul de Minas. No sistema, a energia do sol é absorvida por painéis instalados nos telhados das casas e encaminhada para um reservatório. A água aquecida desce por um cano separado até os banheiros. Segundo o projeto, a estrutura oferece pelo menos quatro banhos quentes por dia, mesmo no inverno.

Para quem pretende instalar o sistema, segundo especialistas, o retorno do investimento vem em até dois anos. De acordo com o fabricante, o aparelho dura em média de quinze a vinte anos.

Fonte: http://g1.globo.com

Plano de energia do Brasil – um plano do passado

O Brasil tem o maior potencial para geração de energia solar do planeta. Mas o Plano Decenal de Energia 2021 reserva meros três parágrafos para esta fonte

TASSO AZEVEDO

Está em consulta pública o Plano Decenal de Energia 2021, um dos principais instrumentos do planejamento energético nacional. Produzido pela Empresa de Planejamento Energético, deve ser um olhar para o futuro que orienta a tomada de decisão sobre os investimentos no setor. Mas a julgar pelo que se vê proposto, o planejamento se dá olhando pelo retrovisor, com foco no passado. Vejamos o exemplo da energia solar, já me desculpando pela numeralha.

A segunda fonte de energia que mais cresce no mundo, tanto em volume como em proporção é solar, colado na eólica em primeiro lugar. Em 2011, o mundo acrescentou 30 GW de potência solar instalada, atingindo um total de 70 GW. No mesmo período, o acréscimo de potencial instalado de hidroelétricas foi de 12 GW.
A Alemanha, com metade da insolação média do Brasil, atingiu 32 GWh de capacidade instalada em 2012 (o que equivale a 30% da capacidade total do Brasil, incluindo todas hidroelétricas). A maior parte desta capacidade está distribuída em mais de 1 milhão de instalações de pequeno porte, utilizando estruturas já existentes como os telhados. Durante a primavera, a energia solar chegou a responder por mais de 50% da energia consumida no meio do dia. Cerca de 85% da geração solar, instalada na Alemanha, aconteceu nos últimos 5 anos a partir de uma meta de atingir 35 GWh em 2015 (no ritmo atual ultrapassará os 45 GW até lá). As projeções para capacidade instalada no mundo em 2016 deve ficar entre 207 a 342 GW. Para efeito de comparação, a capacidade de todas as hidroelétricas no Planeta (construída em várias décadas) é 970 GW. Já se projeta que os custos da energia solar deverão ser plenamente competitivos, mesmo sem subsídio, a partir de algum momento entre 2013 e 2016.

O Brasil tem o maior potencial para geração de energia solar do planeta. Apesar disso, o Plano Decenal de Energia 2021 reserva, em 386 páginas, meros três parágrafos para tratar desta fonte e concluir: “Apesar do grande potencial, os custos atuais desta tecnologia são muito elevados e não permitem sua utilização em volume significativo”. Não apresenta um único dado, fato ou análise sobre o potencial, custos ou outro elemento para justificar a posição – o que aparece fartamente para justificar os investimentos em grandes hidroelétricas e termoelétricas.

O PNE 2030, o planejamento energético de longo prazo, publicado em 2008, já utilizou dados ultrapassados estimando o potencial instalado de energia solar em 1 GW (quando à época já era de 14GW) e estimou que o custo de instalação competitivo de US$ 1000/Kw seria atingido somente após 2030 e não inclui energia solar no planejamento de longo prazo da matriz energética. Já em 2012, o custo de instalação caiu abaixo de US$ 1000/Kw e mesmo assim o PDE2021 ignora a energia solar.

É preciso parar de planejar com olho no retrovisor e olhar para frente, permitindo que o Brasil faça valer o seu abençoado potencial de energias renováveis.

Fonte:http://oglobo.globo.com/