Estado aposta em 1600 MW de energia solar até 2020

Um estado que pode comemorar uma boa política de geração de renda, de empregos , inovação e tecnologia por meio da aplicação da energia solar é Massachusetts, nos Estados Unidos. Com a 4a maior renda per capita país, o estado atingiu seu objetivo de implantar 250 MW de energia solar 4 anos mais cedo que o planejado e o governador Deval Patrick anunciou que a meta aumentou para 1,6 GW até 2020.

A energia solar instalada em Massachusetts gera energia suficiente para abastecer mais de 37 mil casas durante um ano, e quando comparada com a eletricidade gerada por combustíveis fósseis, é o equivalente a eliminar as emissões de gases de efeito estufa emitidos por 26 mil carros por ano.

Quando a nova meta de 1.600 MW for atingida de energia solar instalada vai gerar energia suficiente para abastecer cerca de 240 mil casas por ano – o equivalente a 97 por cento das famílias de Boston – e reduzir as emissões de gases de efeito estufa produzidos por cerca de 166 mil carros.

O estado possui iniciativas e políticas públicas específicas destinadas à energia solar incluindo o SolarizeMass e o programa comunidades verdes. Estes programas permitem que os residentes e as empresas de Massachusetts recebam incentivos para comprar ou alugar sistemas solares fotovoltaicos e os clientes também estão autorizados a vender a energia que não foi utilizada de volta à sua empresa de energia elétrica. Massachusetts está atualmente em sétimo lugar entre os estados dos EUA em termos de capacidade de energia solar instalada, de acordo com a associação de indústrias solares(SEIA).

Cabe destacar que a geração de empregos é uma vantagem do uso da tecnologia solar distribuída e há aproximadamente 4.500 profissionais solares que trabalham em 229 empresas no estado.

São Paulo terá novo parque ecológico abastecido por energia solar

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou neste sábado (11) um novo parque urbano e ecológico. O espaço será abastecido por energia solar e ficará localizado na avenida Queirós Filho, zona oeste da capital paulista, ao lado do Parque Villa-Lobos.

O espaço terá 20 mil árvores, ciclovia, pista de caminhada, sanitário, lanchonetes e será fotovoltaico com quase 1 mega e 1.000 kilowatts de energia solar para o abastecimento. O estacionamento ficará integrado ao parque Villa-Lobos, com 500 novas vagas.

Inicialmente o investimento será de R$ 7,7 milhões. Desse montante, R$ 5,6 milhões será a contrapartida da Comgás (Companhia de Gás de São Paulo), o restante ficará a cargo do governo estadual por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. A previsão de entrega é no final deste ano.

Fonte: http://noticias.r7.com/

SRHE vai desenvolver projeto para produção de energia solar em prédio público

A SRHE vai começar a desenvolver o projeto para implantação de um sistema de geração de energia solar no prédio da secretaria estadual de Planejamento e Gestão (Seplag), na rua da Aurora, no Recife. Esta será uma das primeiras iniciativas baseadas na resolução normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), nº 482/2012 que prevê um sistema de compensação para consumidores que produzirem sua própria energia a partir de fontes renováveis.

Com esse sistema de compensação, previsto na normativa, um consumidor de energia elétrica pode instalar pequenos geradores em sua unidade consumidora (utilizando energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada) e a energia gerada injetada no sistema da distribuidora será deduzida do consumo de energia elétrica da unidade. Só podem aderir ao sistema unidade com capacidade instalada de no máximo 1MW (megawatt), que é classificado como minigeração.

“Hoje ainda podemos considerar que é caro implantar um sistema desses em casa, por exemplo. Mas, a ideia é que, com o incentivo, a procura dos consumidores por implantar esses sistemas aumente e a tendência é que os custos com equipamentos e instalação fiquem mais baratos”, explicou o gerente geral de desenvolvimento energético da SRHE, Reynaldo Bahé.

Os consumidores interessados em aderir a esse sistema e passarem a produzir sua própria energia precisam apresentar um projeto para aprovação da Celpe. As instruções para a elaboração estão disponíveis no site da própria concessionária de energia (www.celpe.com.br).

Fumec perto de inaugurar usina solar própria

A Universidade Fumec inaugura à implantação de sua Usina Solar fotovoltaica em seu campus. A primeira em uma universidade na capital mineira.

O projeto foi realizado pelos alunos do curso de engenharia Bioenergética da Fumec e sob orientação dos professores Virgílio Medeiros e Gustavo Isaia.

O objetivo do projeto era de dar aos alunos a oportunidade de participarem de um caso prático, onde pudessem atuar em todas as fases do projeto.

A usina solar fotovoltaica aproveita a radiação do sol e a transforma diretamente em energia elétrica para ser utilizada em diversas áreas do campus da universidade. Obtendo assim “Energia limpa”.

O sistema atual é constituído de 24 placas com potência nominal de 130 W ou 3,2 kW no total. Isso equivale dizer que, diariamente essa usina fotovoltaica, na presença de 8 horas diárias de sol, coloca na rede interna da FUMEC o equivalente a uma energia de 25,6 kW/h, o que gera uma considerável economia na conta de energia.

“É importante destacar também que a usina está ligada à internet e é possível acompanhar a produção de energia em tempo real”. “Estamos saindo na frente”, lembra o professor Virgílio Medeiros.

Fonte:http://www.odebate.com.br/

Eventos- Tudo pronto para o Seminário Energia + Limpa

Com inscrições praticamente encerradas devido à grande procura, a quarta edição do Seminário Energia + Limpa, promovida pelo IDEAL (Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina), promete ser um sucesso. O evento será realizado na segunda-feira, dia 13 de maio, no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina, com debates e palestras sobre o cenário atual no campo das fontes alternativas de energia.

Palestrantes de renome já confirmaram presença, como o superintendente de Meio Ambiente da Infraero, Mauro Cauville; o superintendente nacional de Saneamento e Infraestrutura da CEF, Adailton Ferreira Trindade; o chefe do Departamento de Energias Renováveis do BNDES, Antonio Carlos Tovar, e a presidente da Abeeólica, Elbia Melo. O Seminário tem o patrocínio do Grupo WEG, da Hydro Alumínio e da Caixa Econômica Federal. Também integra a programação oficial do Ano “Alemanha+Brasil: 2013-2014” e ocorre na semana de abertura das atividades dentro dessa temática. Mais informações no site: www.institutoideal.org.

Vídeo-Ação-Movimento global pelo clima lança documentário para mobilizar a sociedade. Participe.

No final de 2012 Bill McKibben e 350.org pegaram a estrada nos Estados Unidos para lançar exemplar movimento forte o suficiente para alterar as terríveis matemáticas da crise climática que vivemos atualmente. A série de eventos foi um enorme sucesso com shows com ingressos esgotados em mais de 20 cidades.

No mês passado, foi lançado um documentário sobre este projeto e que já estreou em todo o EUA. Agora, este filme sobre vai partir para um movimento global e você pode fazer parte deste movimento.

Uma das formas de participar é hospedar uma ou várias seções do filme a partir do dia 16 de Maio de 2013, desde um convite aos amigos para ir a sua casa ou um evento público em um centro comunitário.O filme é em Inglês, com a opção de legendas em Português chinês, francês, alemão ou espanhol.

Clique aqui e saiba como participar.

Assista ao trailer e testemunhe o crescente poder do movimento clima que surge efetivamente resistir à permanência egoísta da indústria dos combustíveis fósseis.

Vereador de Porto Alegre propõe inclusão da energia solar fotovoltaica em programa de incentivos

Mais conhecido pela sua militância a favor das bicicletas e das ciclovias, o vereador Marcelo Sgarbossa (PT) quer também ampliar a utilização da energia solar na capital gaúcha. Um projeto de lei complementar de sua autoria, apresentado no início de abril, inclui a energia solar fotovoltaica no Programa de Incentivo ao Uso de Energia Solar nas Edificações de Porto Alegre. Este programa, instituído pela Lei Complementar 560 de 2007, ainda não foi regulamentado e prevê estímulos apenas ao aquecimento de água com o uso da energia do sol.

“O grande passo vai ser a gente conseguir que o Grupo de Trabalho criado na Prefeitura para elaborar uma proposta para implementação desse programa especifique as medidas de incentivo à energia solar”, disse Sgarbossa. Redução de IPTU e do ISSQN são algumas possibilidades levantadas pelo vereador.

Na Prefeitura, no entanto, a EcoAgência não conseguiu a confirmação se há mesmo um GT trabalhando nisso. Nos contatos com a Secretaria de Comunicação, Secretaria de Obras e Secretaria de Urbanismo, disseram que desconheciam o assunto. O projeto que amplia o programa de estímulo à energia solar já foi à discussão em plenário na Câmara e agora vai para as comissões, antes de ser votado.

A energia mais limpa

Na sua justificativa ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo 4/2013, Sgarbossa aponta a necessidade “de buscar novas capacidades e possibilidades de geração de energia de forma não poluente e sustentável, um dos grande desafios deste século, de modo a oferecer infraestrutura adequada para o desenvolvimento”. Neste sentido, “a energia solar fotovoltaica é a forma de produção de energia elétrica que menos afeta o meio ambiente e o planeta”, acrescenta.

Ele acredita que existam, no máximo, 20 a 30 paineis de geração fotovoltaica instalados em Porto Alegre. Mas este sistema já é largamente empregado nos países da Europa, principalmente na Itália, Espanha e Alemanha, e também nos Estados Unidos e China. Na Alemanha, onde a insolação é 40% menor que no Brasil, a geração de eletricidade a partir da fonte solar fotovoltaica atendeu à demanda de mais de R$ 3,4 milhões de domicílios no país em 2010, além da geração em usinas solares.

Regulamentação da Aneel

No Brasil, uma importante medida foi anunciada ano passado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que publicou a Resolução Normativa (RN) 482, regulamentando a micro e mini produção de energia. Ela define que os proprietários de residências, prédios, comércio e indústria poderão produzir sua própria energia com fonte fotovoltaica, até 100 KWh. Determina ainda que as concessionárias do setor devem ter um modelo de medidor que permita que a energia gerada e não consumida no local possa ser enviada à rede geral de energia e gerar créditos para o consumidor na próxima fatura.

Durante o dia, a residência ou a empresa é abastecida pela energia gerada por sua própria fonte sustentável de energia e, à noite ou nos dias mais nublados, a energia fornecida pela concessionária entra em funcionamento, complementando a energia solar. “Queremos criar a cultura de que a energia solar não serve apenas para o aquecimento da água”, afirma o vereador.

Sgarbossa mesmo já instalou um painel solar de 20 KWh no seu prédio, que gera para o apartamento onde vive a energia equivalente ao consumo de uma geladeira. Mais do que economizar com energia elétrica, seu objetivo foi dar o exemplo para a comunidade ao redor e à filha, Sara, de 3 anos. “Imagino ela na escola contando que tem um painel solar em casa, e a curiosidade que isso desperta”, diz Sgarbossa, esperançoso de que logo os painéis fotovoltaicos se multipliquem em grande número pelos telhados de casas e edifícios da capital gaúcha.

Fonte:http://www.ecoagencia.com.br/

Dias Europeus do SOL- Celebrar a energia solar de 1 a 19 de Maio

Pelo sexto ano consecutivo, Portugal participa nos Dias Europeus do Sol, uma iniciativa europeia que pretende promover o uso da energia solar. De 1 a 19 de Maio, decorrem, em várias cidades de 20 países da Europa, eventos dedicados ao tema, organizados por agências de energia, escolas, empresas, ONGs, entre outras entidades.


Em Portugal, a entidade responsável pela coordenação dos eventos é a APISOLAR – Associação Portuguesa para a Indústria Solar.

A campanha tem como objectivo para informar, explicar e demonstrar à sociedade-civil quais os benefícios advenientes da utilização tanto de equipamentos de produção de energia solar térmica para o aquecimento das águas sanitárias, por exemplo, como de produção de energia solar fotovoltaica, para incorporação na rede eléctrica.

De entre as diversas ações previstas no calendário de eventos português, destaca-se a rota pelas Agências de Energia, que consiste na promoção de workshops gratuitos em horário pós-laboral justamente com o intuito de direcionar a comunicação ao público em geral e com maior capacidade de reflexão e decisão. À Agência de Energia compete o papel de ilustrar como se promove a sensibilização local e como se caracteriza a procura pela utilização deste tipo de fontes de energia limpas, enquanto a APISOLAR orienta o discurso para o potencial de utilização da energia do Sol e a ADENE apresenta quais os incentivos existentes atualmente para a adoção de colectores solares. Esta rota é marcada por uma particularidade – ser de baixo nível de emissões de CO2 – já que o percurso será efetuado ao volante do veículo híbrido eléctrico, Prius plug-in, cedido pela Toyota, e cujo consumo real está entre os 3 e os 3,5 litros por cada 100 quilômetros percorridos.
A importância dos Dias Europeus do Sol é também reconhecida pelas empresas do sector. “O Sol é uma das fontes que pode ajudar Portugal a resolver parte dos seus problemas econômicos. Seria um erro não aproveitarmos esta fantástica oportunidade e, por isso, orgulhamo-nos de apoiar os Dias Europeus do Sol – veículo de comunicação ímpar no que respeita ao alcance da sociedade-civil para a demonstração de oportunidades e benefícios do Sol”, considera Victor Júlio, diretor da Baxi Roca.

“A Vulcano associa-se aos Dias Europeus do Sol com o objectivo de realçar a importância das energias renováveis e dos seus benefícios tanto ao nível da elevada eficiência energética como do grau de poupança significativa que proporcionam, contribuindo ao mesmo tempo, para uma diminuição das emissões de CO2”, explica Nadi Batalha, coordenadora de marketing da Vulcano.

Os Dias Europeus do Sol é um projeto comparticipado pela Comissão Europeia no âmbito do programa Energia Inteligente Europa, que visa sensibilizar e promover a utilização da energia solar como um recurso renovável em cada Estado-Membro junto da sociedade-civil.

São Paulo tem uma Alemanha de energia solar

Estudo aponta potencial de geração de 13 TWh-ano o suficiente para atender a 4,6 milhões de residências
Mauricio Godoi, da Agência CanalEnergia, Artigos e Entrevistas

O governo de São Paulo lançou recentemente o atlas solar do estado que apontou um potencial de gerar energia suficiente para atender a demanda de 4,6 milhões de residências com 13TWh-ano, o mesmo volume de energia solar produzido atualmente pela Alemanha. Esse é mais um estudo da série que São Paulo vem lançando com ênfase no desenvolvimento de fontes renováveis e cuja meta é a atração de toda a cadeia de desenvolvimento para a região.

No caso da energia solar, o subsecretário de Energias Renováveis, Milton Flávio Marques Lautenschlager, diz que o estudo prova aos investidores que São Paulo pode ser atrativa para este tipo de geração, principalmente da metade do estado até sua divisa, a Oeste, com o Mato Grosso do Sul. O subsecretário é um dos palestrantes convidados do 2º Fórum Cogen/CanalEnergia: Potencial e Perspectivas da Energia Solar do Brasil (saiba mais), que acontece em 5 de julho, no Rio de Janeiro.

Veja a seguir os principais trechos da entrevista concedida à Agência CanalEnergia:

Agência CanalEnergia: Qual é o potencial de energia solar do estado de São Paulo?

Milton Flávio: O estado de São Paulo possui diferentes potenciais dependendo da região. Se adotarmos a melhor área com o melhor nível de insolação com equipamentos de capacidade média, alcançamos 13 TWh-ano o que equivaleria ao abastecimento de 4,6 milhões residências, 30% da demanda de todo o estado e o que a Alemanha produz atualmente. Essa avaliação foi feita com base nos dados do INPE que utilizou satélite para verificar o potencial solar e usando esses dados projetamos essa capacidade. Contudo, esses dados são de 2007 e em uma avaliação mais acurada e com equipamentos de maior precisão esse potencial tende a ser maior. A resolução dos equipamentos usados é de 10 km por 10 km.Conversei com uns espanhóis que fizeram a avaliação do que ocorre com o vento por aqui e vemos que a vantagem da insolação por aqui é que ela é estável, não apresenta variações como o vento. Com esses dados, verificamos que o estado inteiro tem boas regiões para a energia solar. As piores são a cidade de São Paulo e o litoral em função da alta nebulosidade que temos com a Serra do Mar. Mas da região de Araçatuba para o Oeste do estado todas as regiões são boas.

Agência CanalEnergia: Como o senhor compararia esse potencial com o que já se tem de conhecimento sobre esse pontecial no país?

Milton Flávio: Eu diria que é comparável às melhores áreas do país e que no Brasil está no Nordeste. Excluindo a área da capital, o potencial do estado não perde em nada para outras regiões brasileiras e tem uma grande vantagem, está próxima do centro consumidor evitando assim o gasto excessivo com a conexão.

Agência CanalEnergia: Quais são os objetivos do governo com a publicação desse estudo?

Milton Flávio: O atlas serve para mostrar aos investidores da geração distribuída que já podem trazer investimentos para cá, apesar de que para fazer um novo projeto é necessário que se faça estudos específicos, isso para usinas de maior capacidade. Outra coisa que pretendemos fazer agora, e o secretário tem trabalhado nesse sentido, é estimular a realização dos leilões por fonte e por região e incentivar as renováveis e seguir o exemplo da eólica que trouxe escala e custos competitivos com o aumento do aprendizado sobre o crescimento dessa fonte.Temos ainda a ideia de atrair a cadeia de fornecimento para o nosso estado, há vários fabricantes e investidores que dizem que ao se apontar para uma demanda que justifique, a indústria de máquinas e equipamentos está disposta a vir para o Brasil e fabricar esses bens em território nacional e queremos trazê-las para o estado de São Paulo.

Agência CanalEnergia: Com esses dados em mãos quais são os próximos passos que o governo planeja para o setor?

Milton Flávio: No momento avaliamos se há validade de contratar outro estudo mais detalhado. Não queríamos perder tempo com a elaboração do primeiro estudo e ver qual é a potencialidade da região. O governo acredita na potencialidade e está disposto a investir e criar programa que permitam retrofit de residências comércio e outros atividades econômicas cujos prédios tenham extensões de telhado para usar essa energia solar. O payback que se estima é de sete a oito anos e linha de financiamento adequado que temos com o BNDES e Desenvolve SP é atrativo.

Agência CanalEnergia: Essas iniciativas de incentivo podem chegar em quanto tempo ao mercado?

Milton Flávio: Essas são medidas que devem ser equacionadas de forma rápida. Tivemos uma reunião na semana que passou com linha disponível e energia verde de maneira em geral e estamos configurando programa específico para juros melhores que hoje é oferecido e com taxas de juros de 5% ao ano, além do tempo de carência. Isso é possível, já oferecemos taxas semelhantes em situações específicas como em retrofit de caminhões no cais do porto de Santos e em outros programas.
A secretaria de energia de meta ambiciosa de elevar de 55% para 69% a participação das fontes renováveis na matriz energética do estado até 2020. Para atender a essa demanda precisamos mais que ousadia, precisamos de iniciativas.

O Atlas Solar de São Paulo está disponível para assinantes na seção Biblioteca do CanalEnergia Corporativo
Fonte:http://www.canalenergia.com.br/

Energia Solar a R$ 165/MWh nos leilões

Enquanto o governo desenha a forma dos leilões de energia nova previstos para o segundo semestre – A-3, de Energia de Reserva e A-5 -, os investidores elaboram suas estratégias para participar das disputas. Se a grande novidade, já confirmada pelo governo, é a volta do carvão mineral aos certames, os investidores em energia renovável apostam em uma reviravolta da política energética, que pode adicionar um novo elemento a concorrência. A energia solar, ainda vista como cara, poderia passar de azarão a grande campeão da temporada se os pleitos do setor privado forem atendidos.

A movimentação nos bastidores é grande e agora com números baseados em estudos, eles acreditam que tem uma argumentação infalível para convencer o governo. O preço é o principal mote da campanha pró-energia solar. Vista como cara, os empreendedores colocaram na mesa do Ministério de Minas e Energia a proposta de colocar a nova fonte com preço teto de R$ 165 por MWh já no leilão A-5, cujo fornecimento será iniciado em 2018.

O valor é considerado surpreendente mesmo para os mais entusiasmados defensores da fonte. “O valor é surpreendente. A gente tinha como valores mais otimistas na faixa de R$ 250. De qualquer maneira, independente da forma como eles chegaram lá, é um sinal bastante positivo para que a indústria solar se destrave”, comentou Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Energia do Greenpeace.

O estudo, apresentado em uma série de reuniões ao MME foi desenvolvido pela PSR a pedido de 11 empresas do setor – Bioenergy, CPFL Renováveis, Dupont, Engevix, Enel Green Power, EC13, Fotowatio, Renova Energia, Solyes, Solarvatio e Tecnometal -, ainda não foi tornado público, mas a Agência CanalEnergia conversou com alguns dos personagens envolvidos para entender as reais perspectivas da fonte para este ano e o valor do preço-teto. Rafael Kelman, consultor da PSR, que conduziu o estudo, contou que foram levadas em contas premissas e referências internacionais para se chegar as possibilidades de inserção da fonte.

Ele frisou que a Taxa Interna de Retorno “é bem enxuta” para os investidores. Além disso, o estudo leva em consideração as melhores áreas de irradiação solar no país, como Nordeste e Norte de Minas Gerais. A queda nos custos dos equipamentos solares verificadas atualmente também pesa na questão. Eduardo Serra, presidente da Solyes, contou que a proposta é de inserção da fonte em três leilões, com quatro produtos diferentes, com uma contratação total de 1,5 GW médios em três anos. O volume, segundo ele daria uma sinalização clara para os fornecedores se movimentarem em direção a uma decisão de instalação de fábricas no Brasil.

“A gente está fazendo a proposição que faz sentido do ponto de vista estritamente de política energética e inclusive, para justificar esse preço que parece ser mais caro hoje, agregamos uma série de externalidades positivas, que estão nessa linha. Estamos falando de quatro produtos, para justificar a vinda da linha de fabricação, sem isso é incerto”, afirmou Serra.

O estudo apontou que a contratação poderia ter um resultado líquido negativo de R$ 500 milhões, no período de 42 meses abrangido pelo levantamento, que considerou a venda da energia como reserva, no mercado spot. Ou seja, não haveria ganhos para modicidade tarifária, já que o custo de geração seria maior ou igual a receita gerada com venda da energia. Mas Serra pondera que em 15% dos cenários desenhados haveria ganhos para o consumidor em tempos de preços do mercado spot mais elevado.

Os investidores defendem que a energia solar vive um momento muito parecido com o que estava a energia eólica em 2009, quando foi realizado o primeiro leilão exclusivo da fonte: sobre oferta de equipamentos, queda nos preços e necessidade de introdução de nova geração na matriz. Eles acreditam que a energia solar pode entrar com uma taxa mais flexível de nacionalização dos projetos, abaixo dos 60%, usualmente pedida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que poderia ser elevada progressivamente para incentivar a instalação dos parques geradores ao mesmo tempo que se constroem as fábricas, já que a indústria brasileira para a área ainda é incipiente.

A fonte solar vive um momento de grande ebulição no mundo, apesar da desaceleração verificada no ano passado. Segundo a Agência Internacional de Energia, já há 96,5 GW de solar fotovoltaica instalada no mundo, número que pode chegar ou ultrapassar os 100 GW quando forem tabulados todos os números de 2012. Somente no ano passado, foram instalados 28,4 GW no planeta. Estudo da Bloomberg New Energy Finance mostra que as fontes renovável vão atingir US$ 630 bilhões no acumulado de 2012 a 2030, com a instalação de 3.500 GW de capacidade. O levantamento mostra ainda que 70% da nova capacidade de geração de energia no período será renovável, dos quais 24% de solar.

Serra, da Solyes, indica que há capacidade ociosa no mundo nas fábricas de painéis que podem contribuir para uma energia solar mais barata no Brasil. Mathias Becker, diretor-presidente da Renova Energia, lembra que o preço dos equipamentos caiu muito nos últimos anos, porém mais em decorrência dessa sobreoferta do que dos custos, que, salientou, estão caindo sim. “O Brasil poderia aproveitar essa oportunidade. O preço já caiu antes dos custos. Se o país quer assegurar o início de uma nova fonte deve fazer isso hoje. Vale a pena instalar agora e aprender a fazer, para ter uma indústria”, frisou o executivo.

As onze empresas, que participaram do estudo, vão formalizar os pleitos ao MME em carta a ser encaminhada nos próximos dias. Elas correm contra o tempo, pois o governo já indicou que as diretrizes dos leilões, que acontecem no segundo semestre saem no mesmo período. Apesar da empolgação dos empreendedores, ainda há focos de resistência a fonte no ministério, que preferem esperar mais um pouco para uma maior redução do preço para liberar a participação nos certames.

“Há uma mistura de sentimentos no planejador sobre a energia solar. Todos concordam que solar é uma boa fonte e que deve ser implantada no país. Isso é unanimidade. A única questão envolvendo é quando. Se nesse ano ou nos próximos”, apontou Becker. Serra afirmou que com os fatos apontados eles esperam pelo menos uma previsão da participação da fonte nos leilões. “Se não tiver uma política que favoreça expressa nas portarias, que ao menos exista garantia de que nossa fonte não estará impedida de participar”, ponderou o executivo.

Ricardo Baitelo, do Greenpeace, acha que houve um retrocesso na direção do governo desde a entrada das eólicas na matriz. “Eu acho um pouco decepcionante o posicionamento do governo. Eu acho que é um retrocesso desprezar o potencial solar, por mais que não seja comparável a grandes hidrelétricas ou grande parque eólico, mas ele poderia ajudar a economizar o que a gente está utilizando de combustíveis fósseis”, comparou. Para Sérgio Marques, da Bioenergy, há uma miopia por parte do governo em relação a fonte. “Quero que o governo acredite no mercado. Coloque um preço, deixe a iniciativa acontecer. Fico impressionado como algumas partes do governo são descrentes”, observou.

Marques apontou que não pode haver marginalização de fontes e sim uma diversificação da matriz. Mas os membros do governo, no discurso oficial, não deixam transparecer que há a disposição de colocar a fonte no leilão A-5 deste ano, que não deve contar com eólicas, com apenas uma hidrelétrica – Sinop (MT-400 MW) -, e com forte presença das térmicas a gás natural e a carvão mineral. Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, adiantou à Agência CanalEnergia, que as eólicas não devem entrar nesse certame, ficando restritas ao A-3 e o LER, que será exclusivo da fonte.

Com isso, a possibilidade de participação já nos leilões da solar são pequenas, mas a palavra final só virá com a publicação das portarias fixando os certames. Outro problema é que o preço sugerido para a solar é semelhante ao pedido pelos agentes térmicos a biomassa e de Pequenas Centrais Hidrelétricas para viabilizar a participação nos leilões, que foi pífia nos últimos certames. Para Rafael Kelman, da PSR, uma possibilidade é separar dentro dos leilões as fontes evitando a disputa entre elas, mas apenas entre seus pares.

Mesmo com a dúvida, a movimentação dos agentes do setor é grande. A Agência Nacional de Energia Elétrica contabiliza 145 pedidos de registro de outorga desde o ano passado em tramitação. Algo relevante, levando-se em conta que o país tem apenas 13 usinas solares, com 7,5 MW em operação. Mas a confiança dos agentes nos projetos é grande. A Bioenergy conta com 23 projetos com 350 MW de capacidade instalada em desenvolvimento. A Renova Energia, segundo Becker, poderia entrar nos leilões com algo entre 250 e 400 MW. Os projetos da empresa estão próximas aos parques eólicos da companhia no interior da Bahia, contando com terra e conexão disponíveis.

Marques, da Bioenergy, disse que os projetos da empresa são competitivos e estão principalmente nos municípios de Bom Jesus da Lapa e Oliveira dos Brejinhos, na Bahia, e Januária, em Minas Gerais. A empresa está construindo um parque experimental de 1 MW, com contrato de EPC com Solyes, na qual vai testar tecnologias fotovoltaicas de 10 fabricantes em policristalino, monocristalino e filme fino. “70% desse 1 MW vão ser policristalino, que entendemos ser hoje a tecnologia mais competitiva. A tecnologia que dá maior rendimento, ou seja, desce de preço ano a ano e aumenta de fator de capacidade”, comentou.

A usina deve ficar pronta no fim do ano, ainda no segundo semestre a empresa deve pedir um financiamento ao BNDES. Marques contou que o projeto cujo orçamento inicial era de R$ 7 milhões, deve sair por R$ 5 milhões depois de uma série de otimizações realizadas. Outra empresa ansiosa pelos leilões é a Braxenergy, que conta com 500 MW prontos para serem viabilizados. O presidente da empresa Hélcio Camarinha disse que a empresa tem um total de 3 GW de estudos de viabilidade prontos. A Braxenergy também está tentando viabilizar um projeto solar no mercado livre. Camarinha adiantou que a empresa está negociando com uma grande comercializadora um contrato de 15 anos para uma planta de 30 MW.

“Desses projetos 500 MW tem terra comprada ou desapropriada negociada com prefeitura. Todas as CSP [Concentrated Solar Power] tem outorga de água, licença, estudo de conexão contemplado no capex. Já temos oferta de financiamento. O que falta é colocar um recebível de longo prazo para edificar esses empreendimentos”, contou. Sem falar em valores de preço para leilões, Camarinha disse que “se houvesse um leilão o mercado ficaria surpreso com o resultado”

A Solyes por sua vez conta com 310 MW de projetos registrados na Aneel e, adianta Eduardo Serra, pretende ampliar esse volume nos próximos meses. A empresa como a Renova Energia aposta na geração distribuída, impulsionada pela resolução 482/2012 da Aneel, como fonte de negócios. Mathias Becker, da Renova, afirmou ainda que no médio e longo prazo, a fonte solar com esses dois segmentos – usinas e geração distribuída – deve ter uma importância tão relevante quanto das eólicas atualmente no portfólio da companhia.

As vantagens da fonte, como a complementariedade com as hidrelétricas e as eólicas, e as desvantagens, como a intermitência e o baixo fator de capacidade, já são conhecidos. O estudo derruba alguns mitos sobre a fonte em relação ao seu custo. Com preço equivalente a térmicas a biomassa e PCHs, pelo menos em uma disputa no A-5, no momento, os investidores conseguiram balançar o governo, mas se vão vencer as resistências e colocar a fonte já no certame A-5 deste ano só com a publicação das portarias o martelo será batido.

Fonte:http://www.abraceel.com.br/zpublisher/materias/clipping_web.asp?id=94972