A maior de todas as necessidades-enfrentar a realidade das mudanças climáticas


Durante evento em Lindau, na Alemanha, o Nobel de Física Steven Chu destacou que é preciso enfrentar a realidade das mudanças climáticas e que temos a responsabilidade de criar soluções para o problema, com base na eficiência energética e no uso de fontes renováveis de energia.

Para Steven Chu, que foi secretário de energia dos Estados Unidos, há uma clara relação entre a liberação de gases de efeito estufa pela humanidade e o aquecimento global.

Se a necessidade é a mãe da invenção, então as mudanças climáticas são a maior de todas as necessidades. Foi essa frase que o físico norte-americano Steven Chu, laureado com o Nobel de Física de 1997 por desenvolver métodos para resfriar e capturar átomos com lasers, usou para destacar, no 63º Encontro de Prêmios Nobel em Lindau, na Alemanha, a importância do desenvolvimento de soluções para combater o aquecimento global.

Segundo Chu, que foi secretário de energia dos Estados Unidos entre 2009 e o início de 2013, as mudanças climáticas são uma realidade. Ele citou levantamentos distintos realizados pela agência espacial norte-americana (Nasa), agência meteorológica e oceanográfica norte-americana (Noaa) e Universidade de Berkeley, que revelam que a temperatura média da superfície da Terra aumentou quase 1,5 ºC nos últimos 200 anos.

O físico acrescentou que o ritmo de subida do nível do mar, que pelos últimos 2 mil anos variou entre zero e 0,02 mm anuais, atinge atualmente uma taxa de 3 mm por ano. Por outro lado, análises de elementos presentes em amostras de gelo acumuladas há 650 mil anos indicam que houve picos de temperatura – devido à maior concentração de gás carbônico na atmosfera – e aumento do nível do mar ao longo desse período.

Por exemplo, há 120 mil anos, a temperatura média era 2 ºC maior e o nível do mar estava 6,6 metros acima do atual. “Isso quer dizer que o aquecimento que estamos vivendo é parte de um ciclo natural e não temos que nos preocupar?”, questionou o físico. E alertou em seguida: “Temos que nos preocupar e muito, porque os aumentos observados agora ultrapassam a escala estabelecida nos últimos 600 mil anos. De fato, eles ultrapassam os valores dos últimos dois milhões de anos.”

O físico norte-americano Steven Chu, vencedor do Nobel de Física de 1997, foi um dos participantes do encontro que reúne nesta semana em Lindau, na Alemanha, 35 ganhadores do prêmio e 600 jovens pesquisadores de 78 nações.

Para Chu, temos que abordar a questão das mudanças climáticas por um ângulo epidemiológico, como foi feito com a associação entre fumo e câncer. “Mesmo não havendo um modelo, havia uma clara relação entre o hábito de fumar e o desenvolvimento de câncer. Ocorre o mesmo com a liberação de gases de efeito estufa pela humanidade e o aquecimento global.”

Eficiência energética

Chu apontou alternativas para combater as mudanças climáticas, como o desenvolvimento e uso de aparelhos mais eficientes do ponto de vista do consumo de energia. Ele ressaltou que as geladeiras norte-americanas hoje – embora sejam maiores que as de antigamente – gastam 22% menos energia do que em 1975, quando o governo dos Estados Unidos estabeleceu padrões de eficiência mínima.

“Elas também são mais baratas, o que pode parecer contraintuitivo; mas essa é a realidade que observamos também para as máquinas de lavar“, acrescentou o físico. “Ainda não se sabe as razões para isso, mas suspeito que tenha a ver com o fato de a indústria ter se adaptado à produção desses eletrodomésticos e ganhado eficiência no processo.”

Chu: “Já existem carros elétricos extremamente eficientes e que podem competir com veículos esportivos, mas eles custam 80 mil dólares e o que queremos é algo em torno de 20 mil dólares”

O pesquisador citou ainda o desafio EV Everywhere (algo como ‘veículos elétricos em todos os lugares’), lançado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos em março de 2012 e cujo objetivo é permitir que as companhias norte-americanas desenvolvam, até 2022, um carro de passeio elétrico para cinco passageiros tão barato quanto os equivalentes à gasolina.

“Já existem carros elétricos extremamente eficientes e que podem competir com veículos esportivos, mas eles custam 80 mil dólares e o que queremos é algo em torno de 20 mil dólares”, explicou o físico, acrescentando que, para isso, é necessário desenvolver baterias com maior densidade energética, durabilidade e tolerância à temperatura, além de reduzir seu custo. “Atualmente, elas custam 500 dólares por kWh, mas queremos chegar a 300 dólares por kWh em 2015 e 150 dólares por kWh em 2022”, revelou Chu.

Energia limpa

O físico também destacou a importância do uso de fontes renováveis. Ele citou o programa da Agência de Projetos de Pesquisa Avançados de Energia (Arpa-e), dos Estados Unidos, que procura criar versões melhoradas do pinheiro loblolly (Pinus taeda). Além de servir como matéria-prima para a fabricação de papel, a planta poderia gerar grandes quantidades de resina, rica em hidrocarbonetos. “Esse pinheiro já é cultivado comercialmente em 10 milhões de acres, mas tem o potencial de produzir bilhões de litros de biocombustíveis por ano em menos de 250 mil acres”, afirmou.

Reduzir o custo da energia solar é o objetivo de outro programa do Departamento de Energia norte-americano, chamado SunShot (algo como ‘tiro ao sol’). Segundo o físico, o programa tem como meta reduzir o custo atual dessa fonte energética, que inclui instalação e manutenção de um sistema eletrônico e uma placa solar, de 3,80 dólares para 1 dólar por watt. “As companhias elétricas estão nervosas com a instalação de painéis solares na casa dos consumidores e com o modelo em que elas são forçadas a comprar o excedente de energia de volta do cliente”, observou Chu. Para ele, tornar as empresas parte da solução requer criar um modelo que seja vantajoso para elas também.

Para Chu, a promoção da energia solar passa por um modelo que beneficie tanto as empresas como os usuários domésticos.

A proposta do físico é que as companhias elétricas sejam responsáveis pela instalação e manutenção do sistema – elas seriam as donas do equipamento, que contaria ainda com uma bateria instalada na casa do usuário. Esse armazenamento local é vantajoso para as empresas, porque elas não precisariam construir prédios para guardar as baterias e estas não estariam expostas a vento, chuva etc., além de servirem ainda como reservatório de segurança para o cliente em caso de blecaute.

A redução dos custos das empresas seria repassada para os usuários, que teriam uma energia mais barata. “Todos ganhariam e as companhias elétricas seriam parceiras na expansão da energia solar; é economicamente vantajoso para elas apostar nisso”, ponderou Chu. O pesquisador ressaltou a necessidade de se investir também no barateamento da transmissão de energia. “Não adianta produzir, se não há como levar a eletricidade até onde ela precisa chegar.”

O físico ressaltou que temos uma responsabilidade moral com as vítimas inocentes das mudanças climáticas: as populações pobres e aqueles que ainda estão por nascer. “Há um ditado indígena norte-americano que ilustra isso: ‘não herdamos a terra dos nossos ancestrais, nós a tomamos emprestado dos nossos filhos’”, concluiu.

Fred Furtado
Fonte:http://cienciahoje.uol.com.br/

Golfo planeja investir US$ 155 bi em energia solar

O sol poderá se tornar uma das principais fontes de geração de eletricidade nos países árabes da região até 2017.

A energia solar poderá se tornar uma das principais fontes de geração de eletricidade no Golfo até 2017, de acordo com reportagens publicadas nesta quinta-feira (04) pelos jornais Arab News, da Arábia Saudita, e Khaleej Times, de Dubai. Os projetos atualmente previstos para a região somam US$ 155 bilhões em investimentos e deverão gerar 84 gigawatts.

A Arábia Saudita, maior economia da região e principal produtor e exportador mundial de petróleo, planeja, por exemplo, dobrar sua capacidade de geração até 2032, agregando 54GW ao sistema por meio de fontes renováveis, sendo 41GW em energia solar.

Já o Catar pretende usar a fonte solar para fornecer 10% da energia necessária para usinas de dessalinização de água do mar até 2018. O processo consome enormes quantidades de eletricidade.

Na mesma linha, o Kuwait quer desenvolver a geração por meio de fontes renováveis para atingir 10% de suas necessidades até 2020.

Nos Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi estabeleceu como meta produzir 7% de sua eletricidade de fontes alternativas até 2020. O emirado ganhou destaque no setor com a criação da Masdar, empresa especializada em pesquisa e investimentos na área, que inclui a cidade sustentável de mesmo nome atualmente em desenvolvimento.

De acordo com os dois diários, a companhia anunciou recentemente investimentos de 6 bilhões de dirhans (US$ 1,633 bilhão) em projetos do ramo em conjunto com o britânico Green Investment Bank (GIB).

A energia solar será tema de um evento em Dubai, nos Emirados, de 03 a 05 de setembro. O GulfSol 2013 vai reunir empresas estatais e privadas para discutir projetos e mostrar novas tecnologias. São esperados 5 mil participantes, segundo as duas publicações.

“Aparentemente, enquanto a indústria de energia solar luta para deslanchar em outros lugares, no Oriente Médio e Norte da África há uma riqueza de oportunidades que se apresentam para as empresas se envolverem. Atualmente, nada é mais quente que o Oriente Médio na área [de energia] solar”, disse o gerente da GulfSol, Derek Burston, de acordo com os dois jornais.

Fonte:http://www.anba.com.br/

Minas Náutico contrata Studio Equinócio para otimização dos sistemas de aquecimento solar

O Studio Equinócio, empresa de engenharia mineira que atua nacionalmente oferecendo soluções e tecnologias na área de energias solares foi contratada pelo Minas Náutico para fornecer serviços de eficiência energética através de assistência técnica, manutenção e retrofit dos sistemas de aquecimento solar do clube.

Idealizado em 1995, através da parceria com a Lagoa dos Ingleses Urbanismo (Lisa)a construção da primeira etapa do Minas Tênis Náutico Clube, com 29.346 m² de área, teve início em setembro de 1998 e foi concluída em março de 2000, em apenas 18 meses.

Os serviços realizados se iniciaram com execução de uma lista de verificação dos procedimentos de manutenção periódica adotados no clube e no diagnóstico dos problemas encontrados na instalação. Sistemas de aquecimento solar devem ser originalmente projetados para exigir baixa manutenção mas necessitam de inspeções periódicas e manutenção de rotina para mantê-los funcionando de maneira eficiente e de tempos a tempos alguns dos componentes podem necessitar de reparo ou de substituição.

Algumas inspeções realizadas pelo Studio Equinócio:verificação do sombreamento no sistema, limpeza dos coletores, verificação dos vidros e vedações dos coletores, avaliação das tubulações, cabos, conexões e isolantes térmicos, estanqueidade dos telhados , estado de conservação das estruturas de apoio, verificação do sistema de de alívio de pressão, funcionamento das bombas de circulação, avaliação qualitativa da qualidade da água devido a incrustação e corrosão, estado de conservação e limpeza do sistemas de armazenamento de água quente,etc. Nos escopo do serviço oferecido ao Minas Náutico também foram fornecidos e substituídos 28 coletores solares e alguns outros componentes que se encontravam desgastados devido a corrosão e com falhas em seu funcionamento.

Todo serviço foi executado por equipe de profissionais devidamente capacitados e atendendo as normas regulamentadoras mínimas como NR–35 que estabelece os requisitos mínimos e medidas de proteção para trabalhos em altura,NR– 10 de segurança em instalações e serviços de eletricidade,NR 09-PPRA – Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais dentre outras. Além disto foram emitidas as anotações de responsabilidade técnica (ARTs) junto ao CREA-MG.

“Nosso próximo passo é estabelecer um contrato de manutenção periódica com o clube de modo a acompanhar os sistemas de aquecimento mais de perto gerando relatórios de manutenção e estabelecendo critérios de medição e verificação do desempenho sempre com os olhos voltados para a durabilidade associada à eficiência energética do sistema como um todo”, comenta Camila Downey do Studio Equinócio.

O Studio equinócio oferece soluções turn-key de engenharia de sistemas e centrais de água quente solar e energia solar fotovoltaica aos seus clientes e vem realizado projetos de hotéis, edifícios, clubes, academias e residencias por todo Brasil.

Metasolar participa 2º Fórum CanalEnergia/COGEN: Potencial e Perspectivas da Energia Solar no Brasil

A Metasolar participa como palestrante hoje do 2º Fórum CanalEnergia/COGEN: Potencial e Perspectivas da Energia Solar no Brasil. A MetaSolar (www.metasolar.com.br) oferece soluções na área de energia renovável e eficiência energética. Atuando como empresa integradora, apresenta soluções turn-key para projetos de energia solar térmica e fotovoltaica e de eficiência energética e conta com um conselho diretor com mais de 15 anos de experiência no setor energético.

A energia solar começa a ganhar espaço no setor elétrico nacional. O governo começa a pensar em regulamentação para esta fonte; a EPE estuda formas de contratar a energia em leilões promovidos pelo governo e o setor privado está atento às oportunidades de negócios que esta fonte renovável pode gerar no país.

O 2º Fórum CanalEnergia/COGEN: Potencial e Perspectivas da Energia Solar no Brasil é a segunda edição do bem sucedido encontro realizado em 2012 e tem como objetivo explorar a evolução do tema no país e traçar perspectivas para o desenvolvimento da fonte na matriz energética brasileira.

Serão discutidas com autoridades e especialistas questões relacionadas à tecnologia, formas de geração, contratação e regulamentação, além de apresentadas experiências de sucesso no Brasil e exterior.

O 2º Fórum CanalEnergia/COGEN: Potencial e Perspectivas da Energia Solar no Brasil, será realizado no Hotel Sofitel Rio – Av. Atlântica, 4240 – Copacabana Rio de Janeiro – RJ.

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Esquema de tarifas incentivas no Reino Unido acrescentou 34 MW de energia solar em Maio

O esquema de tarifas incentivas( FIT) no Reino Unido permitiu a instalação de 34,0 MW de capacidade solar fotovoltaica (PV) durante o mês de maio, de acordo com as últimas estatísticas mensais do Departamento de Energia e Mudanças Climáticas do Reino Unido (DECC), número inferior aos 43,3 MW adicionados em abril de 2013.

Ao final de Maio de 2013, cerca de 1,7 GW de capacidade fotovoltaica instalada foram registados no sistema de incentivos criado no Reino Unido e a vasta maioria da capacidade instalada, 1,1 GW, vem de sistemas fotovoltaicos com potências inferiores a 4 kW.

Somente nos primeiros cinco meses de 2013 o Reino Unido acrescentou 175,7 MW de nova capacidade de solar nos primeiros cinco meses de 2013 mas estes números não incluem a capacidade fotovoltaica instalada no âmbito do programa “Renewables Obligation” do Reino Unido, que está aberto para instalações fotovoltaicas maiores.
Adaptado de: PHOTON

Estratégia solar da Kuwait ganha forma

O Ministério de Eletricidade e Água do Kuwait está desenvolvendo vários projetos de energia solar em alguns locais do ministério no escopo do plano do governo para cobrir 15% da demanda de energia elétrica do país com energia solar, de acordo com Kuwait News Agency (KUNA). O artigo, no entanto, não revelou a capacidade combinada dos projetos e quando serão concluídos. No final de 2012, o Emir do Kuwait, Sabah al-Ahmad Al-Jaber Al-Sabah anunciou um plano com o objetivo de suprir 15% da demanda de energia do país com energia solar e eólica em 2030. Em sua fala durante conferência climática da ONU em Doha, o emir disse que em 2015, as instalações de energia solar e eólica já suprirão 1% da demanda de eletricidade do Kuwait que hoje depende quase que totalmente do petróleo e do gás para alimentar o país.De com a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), o país tem cerca de 70 MW de capacidade instalada de energia renovável, incluindo 10 MW de potência solar fotovoltaica.

Adaptado de: PHOTON

Portugal: as incertezas do setor solar fotovoltaico"

Alexandre Cruz, presidente APESF

Já muito foi escrito e quase tudo dito sobre o setor fotovoltaico (FV) em Portugal. Alguma coisa foi feita mas muito mais poderá ser realizado.

A incerteza tem pautado o futuro deste setor. É unânime que o fotovoltaico terá um papel decisivo na produção descentralizada de energia mas faz agora precisamente um ano que as associações do setor pediram esclarecimentos sobre a declaração, em sede de IRS, dos rendimentos obtidos pela produção de energia em regime de microprodutor. Passado um ano as dúvidas, questões e incertezas persistem. Todos os anos mantém-se a incerteza sobre o regime bonificado, continua ou acaba? Passaremos a um regime de net-metering? Como definir, caracterizar e aprovar uma instalação de auto-consumo total? É do âmbito da DRE ou da EDP Distribuição? Como irá progredir o aumento da eletricidade? Terá o decréscimo de consumo efeitos no preço da tarifa eléctrica? E o défice tarifário? Como e quando será pago?

Estas são algumas das questões, dúvidas e preocupações que assolam o setor FV. É imperativo que exista um diálogo fluente entre todos os intervenientes do setor. Qualquer setor de atividade econômica tem de ter a capacidade de projetar-se no futuro.

Sentimos que falta, ao poder político, o querer fazer, o querer dinamizar. Algo tão simples como criar um grupo de trabalho em que estivessem representados os vários intervenientes do setor, produtores de energia, distribuidores, comercializadores, reguladores e associações, nunca foi realizado.

Existem investidores internacionais interessados em investir em grandes parques fotovoltaicos, nos países com maior radiação solar e maior número de horas de sol, Grécia, Itália, Espanha e Portugal. Estes investimentos são já baseados na venda de energia a preço de mercado, sem tarifas subsidiadas e sem qualquer peso para o orçamento de Estado. O que esperamos para atrair estes investidores?

É necessário dar um sinal de disponibilidade e confiança, sendo por isso urgente captar estes investidores antes que outros países o façam. Deverá realizar-se um estudo que avalie os prós e contras e que se parta em missão diplomática/energética. As associações e o tecido empresarial deste sector estão interessados em participar de forma ativa. É preciso energizar o setor e já temos todo o potencial reunido.

Barreiras para a implementação do Fotovoltaico em Portugal

O setor fotovoltaico poderá estar esquecido mas demonstra uma enorme determinação. É uma determinação que advém do acreditar nas energias renováveis e na eficiência energética. É a certeza que faz sentido produzir parte da energia que consumimos, a garantia que podemos ser mais eficientes do ponto de vista energético.

Em Portugal, pensa-se pequeno e protegem-se os “grandes” de forma leonina e pouco ou nada reflettida.

O sector FV não ambiciona terminar com as grandes produtoras de energia, pretende ser um complemento. Não tencionamos acabar com as comercializadoras de energia, mas reestruturar o custo da energia no cliente final. Pretendemos tornar eficientes os consumidores de energia elétrica. Não somos um problema, integramos a solução.

O Direito à produção de energia Porque não produzir parte da energia que consumimos? Porque não utilizar a rede de distribuição como um sistema multiponto de pequenos produtores distribuídos por Portugal, pela Península Ibérica ou mesmo pela Europa?

Bem sei que existem problemas de disponibilidade de potência, de sobreprodução energética, que o FV só produz de dia, etc… Mas existe algum estudo que nos permite identificar com clareza a penetração que uma produção de energia distribuída poderá ter no sistema elétrico português? Ou estamos com receio que realmente isto possa suceder?

Já alguém se debruçou sobre as vantagens para a rede eléctrica em beneficiar da produção, durante o dia e em particular durante as horas de ponta, de um sistema FV?

Fica a ideia de que foram lançados para o ar números que não incomodam ninguém. Números que não obrigam a estudos profundos sobre o balanço energético português com a interligação em grande escala de pequenos sistemas de produção FV.

O FV, em 2012, refletia 0,8% de toda a produção energética em Portugal. Contamos, desde o início dos tempos, com cerca de 230 MW. Por oposição temos a Alemanha, com baixa radiação e poucas horas de Sol, que em finais de 2011 contabilizava um acumulado de 24.7 GW de potência instalada e com um acréscimo de 7,6GW em 2012, totalizando 32.3GW, 140 vezes mais do que a potência instalada em Portugal.

A economia alemã, o seu PIB, o número de habitantes, a superfície do país, a necessidade energética, nada é 140 vezes maior do que em Portugal. Apenas foi definido um plano de penetração energética de fontes renováveis.

Desmistificar o mito “A factura de eletricidade é cara porque pagamos as renováveis” É verdade que o regime bonificado, Micro e Minigeração, é baseado num sistema de tarifa bonificada (subsidiada). É igualmente verdade que a tarifa de compra da energia, na nossa factura, também é subsidiada (regulada), aumentando o nosso défice tarifário.

O nosso défice tarifário é de cerca de 2,9 mil milhões de euros (2012) e terá de ser pago. Faz parte do memorando da Troika, o fim da energia regulada e a aposta no mercado liberalizado.

Não tenhamos ilusões de que nos esperam aumentos significativos no preço da eletricidade. As contas são simples, hoje a tarifa de venda de uma microgeração é de 0,196€/kWh. O preço de compra de energia em tarifa BTN simples ronda os 0,14€/kWh+IVA (0.17€/kWh). Se considerarmos um aumento anual de 3%, em quatro anos, estaremos a pagar um valor superior a 0,196€/kWh na aquisição de eletricidade da rede. Se juntarmos a estes valores o fim do valor regulado na aquisição da eletricidade, acredito que vamos encurtar a diferença em alguns anos.

Faz ou não sentido produzir parte da energia? Um microprodutor em regime de auto-consumo garante algo muito interessante ao longo dos tempos, a imunidade ao aumento da energia, pois a energia que produz não irá sofrer qualquer flutuação com os mercados.

Em resumo, os subsídios são importantes na medida em que permite o amadurecimento de uma tecnologia durante um espaço temporal. O FV já percorreu esse caminho. No entanto, não está em condições de competir com tarifas energéticas também elas subsidiadas. Em condições equitativas a balança pende, sem dúvida, para a produção FV distribuída de energia, em regime de auto-consumo.

É preciso explicar aos consumidores de energia a verdade. Quando os media se “lembrarem” de realizar uma reportagem, debate ou artigo sobre as energias renováveis, convidem as associações. Estaremos disponíveis para explicar de forma simples e compreensível o peso das energias renováveis e do fotovoltaico em particular.

Considerações finais: Há semanas reuni com uma importante individualidade do setor das renováveis que comentava: “todos os dias o Sol brilha, o Vento sopra e a Água corre, faz sentido não aproveitar esta energia?”.

Acho que a resposta é unânime: é claro que faz sentido aproveitar esta energia. Se a rede de distribuição energética não foi pensada, estruturada e desenhada para este fim, então teremos todos de procurar uma solução e lançar novos desafios tecnológicos de forma a ultrapassar esta barreira.

Fonte:http://www.edificioseenergia.pt/

Portugal- Solar Fotovoltaico: um setor em mudança!

O desinvestimento numa tecnologia considerada como pouco madura tem sido o reflexo das dificuldades de alguns países. Portugal tira o tapete a um mercado que se estava a desenvolver e a crise está instalada. Numa visão global e optimista, este sector está a começar a reposicionar-se e a passar de produto financeiro a instrumento de poupança.

As decisões e a linha de actuação do actual Governo na área da energia são agora explicadas com a saída do PNAEE e PNAER, revistos pela primeira em conjunto. Daí poderia resultar uma esperança para o sector das renováveis, mas tal como era previsível, isso não aconteceu. A eficiência energética e as renováveis convergem para o mesmo objectivo, a redução das emissões de CO2, mas, na prática, vários aspectos caem pelo caminho. A energia solar fotovoltaica é uma dessas peças que fica em segundo plano e não é elencada na estratégia para a eficiência energética. Destes dois documentos ressaltam duas mensagens fundamentais: a racionalidade económica é a linha orientadora base e a aposta está na manutenção de tecnologias maduras, como as eólicas e o solar térmico, do lado das renováveis.

É neste contexto que se explica o desinvestimento no solar fotovoltaico. Uma realidade que começou a sentir várias dificuldades em 2011, agravada pela confirmação, em Setembro do ano passado, dos cortes às tarifas bonificadas da microprodução ou microgeração. Os 25MW de instalações anuais até então definidos anualmente para licenciamento foram reduzidos para menos de metade (10MW) e com ele caiu um sector que ficou em estado de choque. Nem mesmo os 11MW definidos para este ano animaram o mercado. Recorde-se que a indústria manifestou uma maior preocupação pela redução das quotas de instalação e não tanto pelo corte das tarifas bonificadas e defendeu uma alteração progressiva de forma a proteger o sector. Já na mini produção ou minigeração, o principal problema está principalmente na redução da capacidade instalada: de 2011 para 2012 houve uma redução de 40% (passámos de 50MW para 30MW, que se mantém também para 2013).

A manutenção e aposta nesta área e neste modelo têm tido até agora como principal objectivo, também no nosso país, dinamizar o fotovoltaico como um sector estratégico nas renováveis de forma a cumprir as metas de Bruxelas. Mais, a necessidade de investimento neste segmento com uma expressão crescente, embora ainda reduzida em toda a Europa, explica-se pela contribuição que o solar fotovoltaico pode dar na descentralização de energia, ou seja, no contributo destes sistemas nos edifícios que se querem mais eficientes, numa Europa que se pretende mais sustentável e que caminha para os edifícios de balanço zero já em 2020. O caminho passa por incentivar a gestão local de energia, neste caso a produção local de electricidade de forma a evitar desperdícios e contribuir para um mix energético mais eficiente e menos poluente. Os resultados começam a aparecer e dados da EPIA mostram que a energia solar fotovoltaica contribui para 2% do mix eléctrico europeu e 4% em alturas de pico. Segundo a Associação Europeia da Indústria Fotovoltaica (EPIA), “o apoio político tem sido crucial para levar o fotovoltaico a este ponto de desenvolvimento, tal como foi crucial para ajudar a desenvolver todas as outras fontes energéticas no passado”.

Mas as vantagens desta tecnologia não se resumem à sua importância ou ao seu papel nesta estratégia europeia. Esta indústria representa um valor económico na Europa que não pode ser desprezado, nomeadamente em relação ao emprego que tem sido criado em toda a cadeia de valor: para a produção de módulos e por cada MW de potencia fabricado, são criados 3 a 7 empregos directos e entre 12 a 20 indirectos, segundo os dados da EPIA.

De produto financeiro a factor de poupança

A crise financeira e a dificuldade na disponibilização de incentivos por parte dos vários países estão a criar um bloqueio enorme ao desenvolvimento deste sector. Por outro lado, a indústria considera que este é um momento de viragem e que agora é preciso “demonstrar que o fotovoltaico é uma indústria madura, preparada para a próxima fase de desenvolvimento. A indústria não espera nem quer que as tarifas feed-in durem para sempre. Mas para o fotovoltaico concretizar o seu potencial completo, o sector precisa delas (e de eventualmente outras formas de apoio político) para completar a lacuna da competitividade” , lê-se no relatório “Global Market Outlook 2016” da EPIA.

A indústria fotovoltaica tem sido muitas vezes acusada de viver à custa dos incentivos/apoios políticos, mas essa realidade está a começar a mudar. A redução progressiva das tarifas e a proximidade do ponto de paridade de rede colocam o sector num novo contexto em que o seu ponto forte vai passar a ser a poupança. Esta pode ser uma oportunidade para que o solar fotovoltaico deixe de ser visto como um produto financeiro e passe a posicionar-se como um factor de poupança com todas as vantagens inerentes a esta tecnologia, numa lógica de sustentabilidade. Até agora, com base nos incentivos tarifários, os investimentos feitos nesta tecnologia eram alavancados com uma perspectiva de venda à rede da electricidade produzida e consequentes ganhos financeiros directos. A partir de agora, a realidade pode ser outra. Alexandre Cruz, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Solar Fotovoltaico (APESF), defende que o mercado tem que se ajustar. “Dentro de um ano ou dois, o fotovoltaico deixa de ser um produto financeiro e passa a ser um equipamento que colocamos nas nossas habitações e que nos permite poupar energia, porque produzimos parte da electricidade que consumimos”. Nessa altura, as pessoas terão que começar a fazer outras contas com base no potencial de poupança associado ao investimento inicial e assim definir o seu interesse em função do tempo de retorno. Aqui, segundo este gestor, “ou o tempo de retorno financeiro aumenta, em vez de ser pago em seis ou sete, passa a ser pago em oito ou nove anos, ou o preço dos sistemas fotovoltaicos tem de se adaptar a esta nova realidade para manter o número de anos de amortização”, ou seja, a tecnologia passa a ser disponibilizada no mercado com preços inferiores aos que temos hoje. Esta segunda orientação é a mais provável, tendo em conta a pouca receptividade do consumidor a períodos de retorno superiores a seis anos. Acresce a falta de sensibilização do cidadão ou a falta de cultura energética das pessoas na persecução de objectivos de sustentabilidade e que tornam estes processos muito mais difíceis, sobretudo nos países do sul da Europa, como em Espanha e Portugal.

Esta redução dos valores de mercado dos sistemas fotovoltaicos começou a verificar-se nos últimos anos e a indústria tem reagido no sentido de se tornar mais competitiva. Mas provavelmente ainda não chega, se tivermos em conta este novo cenário. “Há três anos, um módulo (um painel tipo é formado por vários módulos) custava dois euros e agora custa 50 cêntimos, mas os módulos não vão continuar a decrescer a esta velocidade”. Alexandre Cruz explica: “o preço do material em si não vai baixar. Portanto, para manter o mesmo retorno económico só há uma variável em que se pode mexer, que é a mão-de-obra”. Com esta realidade, não resta alternativa a baixar o valor da instalação. “As empresas vão ter de descer a margem de lucro da instalação, e assim vão ganhar menos dinheiro, o que pode tornar este negócio desinteressante para algumas empresas, em particular de média e grande dimensão”.

Em Portugal

A situação é gravíssima para as empresas no actual momento. A queda da quota de 25MW para 10MW em 2012 na microgeração e que se fixa agora nos 11MW foi muito drástica e apanhou de surpresa um tecido empresarial que se estava a formar, a investir e a dinamizar. Junta-se à redução das tarifas a necessidade de redução do preço instalações para acrescentar competitividade a esta tecnologia. Acresce ainda a dificuldade que estas empresas têm no acesso ao financiamento. Um conjunto de factores que neste momento desenham um quadro muito pessimista para o mercado do sector fotovoltaico em Portugal. Menos pessimista, Alexandre Cruz continua a acreditar no factor poupança como alavanca determinante nesta altura. “A procura poderá manter-se ou até aumentar. Acredito que vamos fazer os 11 MW e que o mercado vai continuar a ser dinamizado por estas tarifas mesmo baixas, porque há vária premissas que temos de entender, há clientes que querem estar ligados às renováveis, outros que preferem ter o dinheiro aqui do que no banco. Existem uma série de inputs e de influências externas que nós não dominamos. Vamos continuar a ter mercado este ano, agora será um mercado mais vocacionado para as micro e pequenas empresas. Porque essas empresas têm mais facilidade em adaptar o preço dos sistemas e da mão-de-obra. São mais flexíveis em termos de margens. Estamos num ano de transição, já se fala no net meteering, no auto-consumo e no conceito do consumidor produtor, que vão ser o futuro”. Para a APESF, “estamos no mercado correcto e o fotovoltaico vai ser parte da política de eficiência energética. Não há nada mais eficiente do que um consumidor que produz parte da sua própria electricidade”. Em relação ao futuro, “dentro de 2/3 anos vamos estar a comprar electricidade a 20 cêntimos e a produzir a 14 ou 15 cêntimos. Aí vai ser possível amortizar o sistema na diferença do kWh. Estamos a chegar à paridade de rede e vamos passá-la muito rapidamente e, dentro de um dois anos, o conceito de tarifas deixa de fazer sentido. Os produtos fotovoltaicos vão deixar de ser sistemas de negócio B2B, o nosso cliente deixa de ser o instalador e passa a ser o cliente final. Tal como hoje se compra uma televisão. A comunicação das empresas vai ter que necessariamente passar por uma comunicação ao cliente final”, conclui Alexandre Cruz.

Fonte:http://www.edificioseenergia.pt/

Renováveis vão representar um quarto do mix eléctrico mundial em 2018

O contributo das energias renováveis para a geração eléctrica deverá superar o do gás e da energia nuclear em 2016, antevê a Agência Internacional de Energia (AIE), no relatório recente “Medium-Term Renewable Energy Market Report” (MTRMR).

De acordo com o estudo, apesar do contexto econômico difícil, a quota de eletricidade renovável deverá aumentar 40% nos próximos cinco anos. A geração eléctrica de origem renovável é a que apresenta um crescimento mais rápido e representará um quarto do mix elétrico em 2018, face aos 20% estimados em 2011. A quota de fontes não hídricas, como o vento, sol, bioenergia ou geotermia, vai duplicar, totalizando 8% em 2018 (4% em 2011 e 2% em 2006).

As previsões do relatório têm como base o crescimento registado em 2012, com a geração renovável a aumentar 8%, apesar do contexto econômico, político e industrial. Em termos absolutos, a eletricidade renovável gerada em 2012 superou o total de energia eléctrica utilizada na China (4860 TWh).

Dois fatores contribuem fortemente para esta perspectiva positiva da AIE para as renováveis: primeiro, o investimento e o desenvolvimento estão a acelerar nos mercados emergentes, como o chinês; segundo, as renováveis estão a tornar-se cada vez mais competitivas em vários mercados, caso da energia eólica ou da solar fotovoltaica, cuja paridade de rede é uma realidade em alguns países.

A incerteza política é, na análise da AIE, o principal inimigo do desenvolvimento da geração renovável, em particular nas economias em recessão ou estagnação. “Muitas fontes renováveis já não exigem incentivos econômicos elevados. Mas ainda precisam de políticas a longo prazo para proporcionar um mercado estável e previsível e um enquadramento regulatório compatível com as metas da sociedade”, afirmou a diretora executiva da AIE, Maria van der Hoeven. “Por todo o mundo, os subsídios para combustíveis fósseis continuam seis vezes mais elevados do que os incentivos econômicos para as renováveis”, acrescentou.

Para além do sector elétrico, o MTRMR prevê ainda ganhos para as renováveis, embora menos significativos, nos transportes e no aquecimento. A AIE assume que as renováveis representarão 10% da energia utilizada para fins de calor (dos 8% em 2011).

Fonte:http://www.edificioseenergia.pt/

Apple construirá gigantesca unidade de energia solar para alimentar novo datacenter

A Apple está apostando cada vez mais no uso de energia renovável em suas operações. Prova recente disso é o anúncio que a companhia apresentou nesta semana sobre a construção de uma unidade de produção de energia solar que alimentará o seu próximo datacenter.

Tanto o centro de dados quanto a “fazenda” de energia solar ficarão em Reno, estado de Nevada, nos Estados Unidos. De acordo com a Apple, o local se mostra especialmente atraente à construção destas unidades porque é bastante suscetível à captação de luz solar, além de ser uma boa fonte de energia geotérmica – a princípio, esta última será utilizada de maneira complementar até que a produção de energia solar esteja em plena capacidade.

Uma vez concluída, a planta do local, que terá pouco mais de 55 hectares (ou cerca de 135 acres), deverá produzir 43,5 milhões de quilowatts/hora de energia limpa, quantidade que seria suficiente para neutralizar 6,4 mil veículos nas ruas por ano. Pelo menos é o que Apple diz. Outro benefício é a geração de cerca de 1 mil postos de trabalho, diretos e indiretos.

Parque de energia solar da Apple em Maiden – a unidade de Reno deverá ser assim

O projeto tomou forma graças às parcerias fechadas por Tim Cook e sua turma. Uma delas é com a empresa SunPower, que ficará responsável por fornecer painéis solares complementados por espelhos especiais que elevam a captação de raios solares em até sete vezes.

Outra é com a fornecedora de eletricidade NV Energy, que além de contribuir com a construção e o gerenciamento da unidade em si, permitirá que a energia limpa produzida no local seja utilizada também na rede elétrica da região.

Vale ressaltar que esta não é a primeira incursão da Apple no assunto: de acordo com a companhia, todos os seus datacenters são 100% alimentados por energia renovável – de origem solar, eólica, geotérmica, entre outras – desde março deste ano. O vídeo abaixo, por exemplo, mostra a matriz de energia solar que alimenta o datacenter da empresa em Maiden:

E a Apple quer ir além: a intenção da companhia é fazer com que, em um futuro não muito distante, todas as suas instalações sejam alimentadas por energia renovável, incluindo prédios administrativos. Alguém duvida que ela chegará lá?

Fonte:http://tecnoblog.net/

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