Temos o maior potencial solar do mundo e não o utilizamos. Expecialista da Universidade Católica do Norte ressalta como prioritário considerar esta opção depois de tragédia nuclear ocorrida em Japão. “Agora com maior razão a energia solar deveria ser considerada como uma opção prioritária na matriz energética chilena”,adverte o acadêmico da Universidade Católica do Norte, Wilfredo Jiménez Wong, ao considerar o impacto e as consequências dos acidentes nucleares que afetam Japão, depois do terremoto e tsunami que afetaram ao país asiático.
Para o cientista, esta é a ocasião propícia para que o Estado Chileno tome a decisão de apoiar e investir na criação de Centro Nacional de Energia Solar, bem como hoje já existe uma Comissão Chilena de Energia Nuclear. Desta maneira –aclara-se a necessidade de centralizar a informação e tomar decisões referidas à utilização do Sol como uma alternativa viável, já que o potencial de Chile nesta área nos coloca como o primeiro país do mundo quanto à captação de radiação solar. Conquanto o tema esteja em discussão por mais de três décadas a nível nacional, o avanço em todo este tempo foi escasso. O especialista do Departamento de Gestão da Construção, explica que é viável instalar no deserto uma planta solar térmica de alta potência elétrica, a que pese a seus altos custos iniciais de instalação, à longo prazo seria uma alternativa bem mais barata, e o que é mais importante com risco zero para a população.
“Bem como se destinam mais milhões de dólares por ano na Transantiago, se poderiam investir uma quantidade de recursos para pesquisar no desenvolvimento da energia solar como uma alternativa real e confiável”, sustentou o especialista.
No mundo existe na atualidade uma quantidade considerável de plantas solares que podem produzir até 20 megawatts de potência, o que pode satisfazer às demandas energéticas de uma cidade média ou alimentar sem problemas uma planta dessalinizadora de água de mar. Frente a este palco o cientista e professor Jiménez, que conta com um doutorado em ciências com especialização em energia solar da Universidade de Perpignan, França, estima que é essencial investir na formação de profissionais altamente capacitados que possam guiar e aproveitar o uso do sol como uma alternativa realista e válida que possa competir com a opção nuclear ou os combustíveis fósseis.
Na atualidade, o número de especialistas com conhecimentos avançados em torno do tema solar, é insuficiente para as necessidades e o potencial que apresenta o país. E é por esta razão – explica o Dr. Jiménez- é que resulta prioritário incrementar o número de especialistas nesta área e investir em sua formação. Destaca também como um passo importante nesta direção, a introdução da alternativa solar nos lares e domicílios, mediante a incorporação de painéis solares nas casas. Hoje esta tecnologia existe e poderia ser adaptada a nossa realidade, e aproveitar assim o imenso potencial que possui nosso país nesta matéria.
Para o cientista o ocorrido no Japão deve ser um sinal de alerta que não devemos deixar passar. “Um reator atômico para um país sísmico como Chile deve ser a última opção ou simplesmente deve ser descartada”, enfatiza ainda impactado pelas notícias que chegam desde terras nipônicas. E admite uma profunda pena e tristeza pelo que está sucedendo em oriente. “Eles sofreram um ataque atômico (Hiroshima e Nagasaki), e agora têm que enfrentar este desastre”. Um dos fatos que lhe parece contraditório é a grande aposta feita pelas autoridades japonesas quanto a utilizar de forma extensiva a opção atômica em sua matriz energética, ainda tendo em conta a traumática experiência da Segunda Guerra Mundial e as características geológicas de seu território. “Fica demonstrado que a energia nuclear não é uma opção válida para nenhum fim ainda mais em um país sísmico. Com a energia nuclear não se experimenta, nestas condições”, adicionou a modo de reflexão, lamentando o terrível dano produzido, o que pode ser visto em todo mundo através da televisão ou outros meios de comunicação em massa.
Agrega que comparativamente com o desastre de Chernobyl (Ucrânia), ocorrido em 1986, o quadro que se reproduz atualmente em Japão, é pior, já que não só há que combater quatro reatores (até o momento) nos quais ações concretas devem ser tomadas para mitigar o impacto radiativo ao exterior mas também porque continuarão emitindo radioatividade por milênios. “Será uma tarefa que não permite ver o final. Lamentavelmente, Fukushima já é uma nova cidade fantasma como é atualmente a ucraniana Pritya. Ninguém pode ocultar a realidade nem a documentação que gerou Chernobyl com dez milhões de afetados por câncer e leucemias, cinco meses depois do desastre nuclear… E, a que se começa a escrever em Fukushima. Por isso aposto à energia solar”, sentenciou.
Studio Equinócio
Fonte: http://luismagno.blogs.sapo.pt/