Escolas terão aquecedor solar e captação de água de chuva


Foto: Del Rodrigues – Emei Parque dos Eucaliptos já conta com o aquecedor solar

Em novembro do ano passado, a Secretaria Municipal de Obras (Semob) iniciou processo de readequação em escolas infantis e, de lá para cá, estão sendo instalados aquecedores solares nas escolas municipais de Piracicaba. A energia captada é usada para esquentar o banho das crianças. As escolas municipais Monte Rey III e Parque dos Eucaliptos já funcionam com o sistema de energia solar térmica.

“Os colégios que estão sendo construídos já virão com essas mudanças. O complicado é readequar as escolas mais antigas”, disse o engenheiro civil da Semob Rafael Ciriaco de Camargo. Outra creche que também deve receber as intervenções da Semob é a do Bosques do Lenheiro.

O aquecedor é um tipo de sistema projetado para aproveitar a energia solar para o aquecimento de água. Ele é composto por placas coletoras e reservatório térmico. Os raios solares incidem sobre as placas, aquecem a água, que segue para o reservatório térmico. Aquecida, essa água vai para os pontos de consumo. A economia elétrica gira em torno de 50% a 60%.

REAPROVEITAMENTO – As escolas municipais infantis de Piracicaba também vão receber equipamentos que irão reaproveitar a água das chuvas ainda este ano. A intenção é captar os recursos hídricos e usá-lo para jardinagem e manutenção de canteiros. A mesma água ainda deve ser utilizada nos sanitários. Não há uma definição de quanto a Prefeitura de Piracicaba deve gastar com as instalações. As novas obras já devem ter os sistemas inclusos, como afirmou Camargo.

Adaptado: http://www.tribunatp.com.br/modules/news/article.php?storyid=9763

Empresa americana faz concurso e busca local para implantação de usina solar de 400MW

A National Solar Power está desenvolvendo um projeto solar de 400MW de potência nos Estados Unidos, ainda sem localização definida. E é aí que está um ponto estratégico dos empreendedores: um concurso entre os moradores das regiões que desejam receber as 20 unidades que formarão o complexo de geração.

Ainda em fase de seleção, a usina conta com sete finalistas: quatro localidades na Flórida, duas na Geórgia e uma na Carolina do Norte. “Durante o mês iremos ter a decisão final sobre onde esse projeto revolucionário será feito. Todas as comunidades na lista final têm atrativas localizações para o parque”, disse o CEO da companhia, James Scrivener.

Segundo a empresa, a seleção está levando em conta um local apto para se adequar à demanda de infraestrutura necessária; que tenha um apoio das áreas de negócios, do governo e a da comunidade; que seja numa área com desenvolvimento econômico e incentivos fiscais; e que ofereça acesso a trabalhadores qualificados.

A construção do projeto ficará por conta da Hensel Phelps Construction, que estima que cada uma das 20 usinas de 20WM custe por volta de US$70 milhões. O investimento total, após seis anos de obras em todo o complexo, deve ser de US$1,5 bilhão. A National Solar calcula que sejam gerados 400 empregos durante os trabalhos e mais 120 permanentes para operação das plantas.

Projeto de lei regulamenta uso de energia solar no Brasil

Brasília/DF – O deputado federal Pedro Uczai (PT/SC) apresentou o Projeto de Lei (PL) 1859/2011, que regulamenta a inserção de Sistemas solares fotovoltaicos na matriz energética brasileira. O projeto de lei pretende, a exemplo de Portugal, instituir no país um sistema de medição e venda de energia, que além da possibilidade de gerar parte da energia que consome, o consumidor poderá vender o excedente a concessionária de energia da sua região.

Segundo a proposta do PL, a energia é paga através de crédito na conta de energia. “Se o consumidor gerar mais energia e zerar a conta, o crédito acumula para as próximas contas até seis meses. A partir de então, o consumidor pode optar por receber o valor acumulado em moeda corrente”, relata o deputado Pedro Uczai.

O projeto prevê ainda incentivos aos financiamentos de imóveis com sistemas fotovoltaicos, propondo mudanças na lei 11.977/2009, no seu artigo 82. “Os recursos do Sistema Financeiro da Habitação somente poderão ser utilizados para o financiamento da construção ou aquisição de imóveis residenciais novos que possuam sistema termossolar de aquecimento de água”, diz o projeto.

Pedro Uczai destaca que a utilização da energia solar para o aquecimento de água não enfrenta maiores desafios tecnológicos e apresenta viabilidade econômica. “A disseminação precisa necessariamente de um impulso, em especial no financiamento da aquisição e instalação dos equipamentos necessários. Este é um dos objetivos do nosso projeto”, destaca.

Uma das vantagens dessa forma de captação de energia seria a de substituir o consumo energético em aparelhos elétricos, a exemplo do chuveiro, que já pode utilizar os aquecedores solares como energia totalmente limpa. “Essa substituição além de desafogar o sistema elétrico nos horários de pico garante economia nas despesas familiares”, cita Uczai ao garantir que a captação de energia solar vai reduzir a necessidade de investimentos em linhas de transmissão e construção de usinas geradoras, que consomem grandes montas de recursos públicos.

Tenha acesso ao texto do projeto clicando aqui

Torre solar com 800 metros de altura irá fornecer energia a 150 mil casas

Esta torre quando for construída no deserto do Arizona será um dos edifícios mais altos do mundo. É uma nova forma de aproveitamento da energia solar que produzirá eletricidade para 150 mil casas a partir de 2015.

A torre solar é uma ideia simples construída a uma grande escala. O Sol ao incidir sobre uma grande área coberta ( estufa) que circundará a torre aquecerá o ar que se encontra por baixo. O ar quente, que ascende naturalmente, será encaminhado para o ponto central deste projeto – a torre solar. Na base desta estrutura está uma série de turbinas eólicas que irão gerar eletricidade através do movimento ascendente do ar quente.

No deserto, as temperaturas rondam os 40ºC. Se adicionarmos o efeito de estufa provocado pela zona coberta com várias centenas de metros de raio, as temperaturas poderão atingir os 80 a 90ºC.

Quanto maior o diferencial de temperatura entre o ar quente gerado e o ar ambiente, mais rapidamente a torre suga o ar aquecido na base, o que se traduzirá em mais energia produzida. Uma vez que a cada cem metros que o ar sobe a sua temperatura desce 1ºC, uma torre alta potenciará a diferença das temperaturas.

Como esta tecnologia se baseia num diferencial de temperaturas e não na temperatura absoluta, funciona mesmo nos dias com temperaturas mais baixas. Por sua vez, nos dias mais quentes, a eletricidade continuará a ser produzida à noite devido ao grande aquecimento da base que ocorreu durante o dia.

Este megaprojeto terá uma capacidade instalada de 200MW e uma eficiência de produção de 60%. A energia produzida já foi pré-vendida, através de um acordo entre a companhia promotora do projecto EnviroMission e a Autoridade Pública de Energia do sul da Califórnia. Irá abastecer 150 mil casas a partir de 2015.

Segundo as estimativas da companhia, a construção desta instalação custará cerca de 750 milhões de dólares americanos. Estima-se que esta estrutura será paga em apenas 11 anos mas perdurará activa mais de 80.

Fonte: www.gizmag.com

MIT pesquisa combustível solar

Normalmente quando se fala em energia solar, logo se pensa em painéis fotovoltaicos ou em sistemas de aquecimento de água, mas pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) estão trabalhando em uma tecnologia diferente: um tipo de combustível solar recarregável.

Grosso modo, é uma substância que muda sua estrutura molecular quando exposta ao sol, absorvendo energia térmica no processo que só é liberada com um catalisador específico. Quando esse catalisador é usado, a substância libera calor (pode chegar a 200º C) e volta ao seu estado inicial, pronta para ser “carregada” novamente.

Na prática, explica Jeffrey Grossman, um dos responsáveis pela pesquisa, é como “uma bateria solar recarregável”. Ele diz ainda que a tecnologia tem muitas das vantagens do aquecimento solar, com o diferencial de poder armazenar a energia por anos em uma substância estável, que libera o calor à medida que é necessário.

A ideia de um combustível solar vem desde os anos 70, mas só em 1996 foi possível encontrar um composto capaz de alternar confiável e estavelmente entre o estado inicial e o energizado. Mas aí, outro problema. A tal substância, chamada fulvalene diruthenium, contém Rutênio, um elemento químico tão raro quanto caro, e, mais importante, ninguém sabia ao certo como ela funcionava para tentar uma substituição.

E foi exatamente essa a descoberta do grupo de pesquisa do MIT. Eles conseguiram entender como a fulvalene diruthenium absorve a energia e se mantém estável. Ao contrário do que se pensava, não há só os estados inicial e energizado. “Descobrimos que há um estágio intermediário que desempenha um papel essencial”.

A “novidade” explica como a substância é estável e porque nenhuma substituição do Rutênio havia funcionado. Com a descoberta, é muito mais possível achar uma alternativa economicamente viável para o elemento.

Fonte:http://eco4planet.uol.com.br

EPE veta projeto de usina termossolar para o leilão de energia A-3

Braxenergy, responsável pela planta, quis cadastrar projeto como térmica comum; empresa afirma que conseguiria vender energia abaixo do preço-teto

O leilão de energia A-3, marcado para 17 de agosto deste ano, poderia ser o primeiro da história do País a ter, entre os concorrentes, uma usina termossolar. A Braxenergy, empresa de engenharia e desenvolvimento de projetos do setor, cadastrou uma usina da fonte para o certame. A ideia da companhia foi classificar a planta como termelétrica comum para poder disputar a licitação. Apesar disso, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vetou o empreendimento.

A usina, de 50MW, é prevista para a cidade de Coremas, na Paraíba. O presidente da Braxenergy, Hélcio Camarinha, afirma que a planta havia sido incluída no certame após uma “grande sacada” do diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, que teria sugerido a classificação do projeto como termelétrica comum a biomassa. A Aneel, porém, foi procurada pelo Jornal da Energia e negou o fato. Por meio da assessoria de imprensa, que consultou a área técnica do órgão, a Aneel destacou que empreendimentos termossolares não estão entre os que podem participar do pregão.

A recusa da EPE, por sua vez, veio em uma carta enviada em 13 de julho. O órgão, assim como a Aneel, declarou que “um projeto de usina solar combinado com biomassa não se enquadra nas fontes de energia previstas na Portaria do MME nº113/2011”, acarretando na ineficácia de seu cadastramento”. Conforme o edital, o leilão A-3 prevê o cadastramento de fontes eólicas, hidrelétricas e de termelétricas a biomassa ou a gás natural.

A Braxenergy afirma que recebeu a correspondência no dia 15 e, em 18 de julho, protocolou no órgão de planejamento do setor elétrico um recurso, em que pede a reavaliação. A empresa voltou a alegar que a Aneel havia permitido à usina se cadastrar para o certame. O recurso impetrado pela companhia ainda diz que o julgamento da EPE é um “atentado” a seus direitos e “dão poder de ação contra o responsável pelo dano injusto causado, seja no plano jurídico ou administrativo”.

A principal indignação ficou por conta do contato frequente entre os técnicos da empresa e da EPE. A Braxenergy afirma que em nenhum momento foi informada de que o projeto poderia ser vetado e diz que atendeu a todos os aspectos técnicos e jurídicos necessários.

Dentro do preço teto
Nesta semana, a informação que circulava pelo mercado era de que a Braxenergy havia desistido do leilão por não se adequar ao preço-teto, de R$139 por MWh. O burburinho era de que o máximo que poderia ser alcançado pela empresa era de R$170 por MWh.

Camarinha, porém, desmente tal número e afirma que a usina termossolar é muito competitiva. “Nós estamos preparados para o leilão. Estamos bastante confortáveis com o teto de R$ 139 por MWh apontado, e temos a certeza de que a EPE vai acatar o recurso, e de que vamos vencer o leilão”.

Procurada pela reportagem, a EPE confirmou, via assessoria de imprensa, que o veto deve-se à natureza do projeto, uma vez que a energia solar não está entre as fontes contempladas pelo leilão A-3.

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São Paulo já pode receber 60MW em parques solares

Aneel recebe pedido de outorga para duas usinas em Votuporanga, interior do Estado

Por Luciano Costa

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) registrou nesta quinta-feira (21/7), no Diário Oficial da União, o recebimento de dois pedidos de outorga para parques de geração de energia solar em São Paulo. De acordos com os despachos publicados, seriam duas usinas em Votuporanga, no interior do Estado, cada uma com uma potência instalada de 30MW. Os requerimentos foram encaminhados pelas empresas Geração de Energia Brasil e Sky Solar Sunbeam Geração de Energia Votuporanga.

Pela legislação vigente, o requerimento de outorga é o primeiro passo para que o investidor possa iniciar a consulta, junto ao Operador Nacional do Sistema (ONS) e às distribuidoras, de pontos de acesso para conexão à rede. Além disso, o registro de recebimento do pedido pela Aneel é necessário para dar início aos processos de licenciamento ambiental das plantas. Ainda de acordo com a lei, após essa fase, o empreendedor ainda pode, “por conta e risco”, até mesmo comaçar as obras das usinas. A operação comercial, porém, depende das licenças e de autorização do órgão regulador.

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Consulta pública do PDE – 2020 é reaberta .. será que a energia solar vai entrar ou vamos continuar patinando?

Participe e se mobilize: o Ministério de Minas e Energia (MME) prorroga o processo de Consulta Pública referente ao Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE 2020, por meio da Portaria nº 441, publicada no dia 19 de julho no Diário Oficial da União (D.O.U.). As sugestões devem ser enviadas até 30 de agosto de 2011 para pde2020@mme.gov.br, ou para Esplanada dos Ministérios, Bloco “U”, 5º andar, CEP 70065-900, Brasília-DF.

O Plano Decenal tido como um dos principais instrumentos do planejamento energético brasileiro tem orientado boas e más decisões relacionadas ao equilíbrio entre o crescimento econômico do país e a oferta de energia. Más decisões porque o crescimento da oferta de energia nem sempre leva à real prosperidade do cidadão e muitas vezes desconsidera a preservação e a recuperação da natureza, bens estes que realmente necessitam de cuidado, pois podem levar nossa vida junto. Não custa lembrar novamente que privilegiar os recursos fósseis e nucleares é apostar em recursos finitos com prazo de extinção decretado e que apresentam maiores riscos à natureza e à vida.

Quem sabe desta vez, a sociedade brasileira se mobilize de uma vez por todas para demandar do governo a inserção massiva das energias renováveis solares distribuídas na nossa matriz. Afinal Sol não falta em nenhum lugar de nosso extenso e rico território. Fontes solares incontáveis esperam para ser desenvolvidas e aplicadas. Que tal se os 9,5 bilhões de reais destinados à perigosa Angra 3 fossem destinados a um programa solar ou se uma parte das dezenas de bilhões destinadas a Belo Monte, que a cada dia se torna mais inviável do ponto de vista ambiental, social, energético e econômico, fossem destinados a um programa inédito e massivo de investimento nas energias solares, eólicas, biomassa solar,etc privilegiando uma geração mais distribuída e uniforme de recursos e de renda com uma intensa geração de empregos verdes, já que todos sabemos que os recursos solares geram muito mais empregos por unidade de energia que as demais fontes fósseis e nucleares.

A inserção do aproveitamento da energia solar em todas suas aplicações deveria passar a prevalecer e ser pauta do dia não somente no MME, mas na agenda dos cidadãos que tem por dever exigir do governo e de nossas lideranças a mudança imediata da intensa e quase que exclusiva continuidade do pensamento baseado nas fontes fósseis e nos grandes empreendimentos hidrelétricos. Precisamos nos reaproximar de nossas fontes de energia para baixar os custos para toda a sociedade. Reaproximar-nos das fontes de alimentos para reduzir seu custo. Reduzir os caminhos onde buscamos nossas fontes de vida, como a água. As fontes mais baratas são justamente as que estão muito próximas e em geral não tem dono ou não deveriam ter: imaginem, ninguém pode ser dono do Sol não é mesmo e vamos continuar escutando que energia solar é cara e não está desenvolvida o suficiente. Se uma boa parte do dinheiro que se aposta no Brasil para manter a economia centralizada e fóssil fosse já investido num plano agressivo de energia solar distribuída, expansão de redes inteligentes e politicas mais contundentes de eficiência energética, o Brasil se tornaria uma potência solar e contribuiria de forma importante com várias outras nações do mundo, afinal não estamos sozinhos na esperança de criar uma economia planetária ecológica… solar.

Por Carlos Faria e Délcio Rodrigues

O Reino Unido ainda é um lugar muito emocionante para se investir na solar fotovoltaica.

Desde que o programa governamental de feed-in-tariffs ( tarifas-prêmio) foi introduzido em abril de 2010, 38.602 painéis solares fotovoltaicos foram instalados no Reino Unido com uma capacidade total instalada de 107.5MW. O mais interessante disto é que quase todas estas instalações (37.843 equivalente a 101.5MW) são sistemas domésticos , ou seja através de uma inteligente geração distribuída. Entretanto apesar do setor doméstico felizmente dominar a aplicação da tecnologia, há ainda um número de mercados emergentes que sinalizam cenários ainda mais positivos.

O CEO da Solarplaza, Edwin Koot, explica: “Apesar do início das feed-in-tariffs e da nova revisão tarifária anunciada pelo Governo, o Reino Unido ainda é um lugar muito interessante para se apostar na energia solar fotovoltaica. Esperamos que instalações domésticas continuem a dominar, mas existem vários outros setores que poderão aproveitar os benefícios, mesmo que a tarifa feed-in seja restrita aos sistemas menores de 50kW.

“A comunidade agrícola por exemplo tem mostrado grande interesse em painéis solares para telhados de seus celeiros, porque a ação permite a diversificação das atividades e uma maior proteção da renda contra a volatilidade dos preços das commodities e da energia. Em novembro de 2010 a empresa Solarsense completou a maior instalação privada do Reino Unido – uma disposição de 200kWp de painéis solares na Worthy Farm. Desde então, o interesse disparou e uma pesquisa recente realizada pela Farming Futures revelou que quatro em cada cinco agricultores querem instalar painéis solares fotovoltaicos em seus telhados dentro dos próximos três anos.

“A habitação de interesse social é outro local onde se aposta no crescimento; não surpreende já que um quinto das casas no Reino Unido são de propriedade de associações de habitação. Para estes, o setor PV pode reduzir a conta de eletricidade dos inquilinos em mais de £ 150 por ano e ajudar a superar a pobreza. A Peabody, uma das maiores e mais antigas associações de Londres, já defende a energia solar fotovoltaica para suas casas e já instalou mais de 200kWp até o momento. Parte da eletricidade gerada é usada pelos moradores e o excesso de energia disponível é disponibilizada à empresa Good Energy fornecedor de energia que abastece seus clientes com 100% de energia renovável.

“O setor sem fins lucrativos também continua a abraçar a energia solar fotovoltaica. Muitas escolas estão se beneficiando com contas de eletricidade mais baratas. Igrejas podem ser ideais para a energia solar – o altar é normalmente construído de frente para o leste o que significa que muitos têm telhado perfeitamente virado para Sul ( no Brasil a orientação adequada seria o Norte).

“Uma área cuja adoção da solar fotovoltaica tem sido lenta é o setor comercial. Há um monte de escritórios e fábricas no Reino Unido com telhados que poderiam produzir energia, reduzir as contas e gerar uma renda através de um sistema de médio porte. Os dados atuais sugerem que há cerca de 1,5 MW instalados em edificações comerciais. Este mercado, provavelmente precisa de mais consciência e um melhor entendimento do negócio da energia solar. Infelizmente, a atual incerteza sobre o futuro da política solar não vai ajudar esse setor sair do chão. ”

Solar fotovoltaica terá seu auge em dois anos no Brasil, estima presidente da Kyocera

Empresa tem planos para iniciar obra de fábrica no País em 2012; microgeração e incentivos podem alavancar o crescimento da fonte

Por Wagner Freire

Apesar da tímida presença da geração fotovoltaica na matriz elétrica nacional – quando comparada a níveis mundiais – a fonte cresce a passos largos, com expansão de cerca de 100% ao ano. Segundo o presidente da Kyocera Solar do Brasil, Sérgio Benincá, em 2010 foram instalados 3MW em painéis solares no País. Para este ano, espera-se fechar a instalação de algo entre 5MW e 6MW e, em 2013, de 10MW.

Até o momento, no entanto, o desempenho da fonte esteve calçado fortemente no Programa Luz para Todos, do governo federal, com o uso de painéis para atendimento a comunidades rurais e isoladas. Para Benincá, a continuidade do desenvolvimento da tecnologia no País dependerá muito de políticas fiscais de incentivo. “Esperamos que daqui a dois anos o mercado de conexão à rede seja explorado, mas para isso dependemos de regulamentação da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] e de incentivos e/ou subsídios do governo”, explica o executivo.

O presidente da Kyocera acredita que, no futuro, a energia solar irá até mesmo ultrapassar o desempenho da eólica, que é, hoje em dia, a “menina dos olhos’ do setor. A aposta, segundo o executivo, se deve às particularidades de implantação das fontes. “A energia solar você consegue instalar em qualquer lugar, enquanto a eólica tem uma série de fatores que podem inviabilizar o projeto”, explica. Benincá compara: “se você pegar um milhão de telhados no Brasil e colocar 4kw em cada telhado, vai ter um terço de Itaipu – e com uma grande vantagem: espalhado por todo País, evitando, por exemplo, linhas de transmissão”.

O executivo afirma que houve “muita mudança no governo” em relação à fonte, mas vê a energia hidrelétrica ainda no topo das prioridades, o que afasta o foco dos projetos solares. “Acho que o governo dá um passo por vez e que às vezes dá um passo muito lento”, critica.

Benincá prevê que a geração centralizada será o grande mercado para os fabricantes, mas ressalta que a geração descentralizada é a mais importante. “Foi a que deu certo nos Estados Unidos e na Europa, principalmente na Alemanha. No meu entendimento seria mais importante, em termos de Brasil, que se desenvolvesse esse mercado descentralizado”. Questionado sobre os sistemas isolados, que têm recebido investimentos em mini-usinas fotovoltaicas, o presidente da Kyocera lembra que esses empreendimentos fazem parte de “um mercado limitado, que um dia acaba”.

Questionado se uma fábrica nacional seria a solução para a fonte, o executivo afirma que, no cenário atual, uma planta por aqui não mudaria muita coisa. “Você ainda teria que importar a célula solar, pois é uma tecnologia que não existe no Brasil. Talvez conseguisse viabilizar pelo mesmo preço de hoje, mas não uma queda”.

Ainda assim, a Kyocera tem aprovada, desde 2007, a construção de uma fábrica de módulos solares no Brasil. A iniciativa foi adiada devido à crise econômica mundial, entre 2008 e 2009. “A implantação deve ser retomada em 2012 para entrada em operação em 2013. Porque para você implantar uma fábrica é preciso ter mercado. Ninguém vai fazer investimento numa fábrica, colocar aqui e não vender, fica lá parado. Então, com o mercado aquecendo agora, acredito que no ano que vem a Kyocera comece a se movimentar a colocar a fábrica em operação em 2013”, revela.

Valores
Segundo Benincá, o custo da geração fotovoltaica vem sendo reduzido acentuadamente, mas o preço dos componentes ainda encarece os projetos. “Ela tem caído ano a ano, eu diria até que mês a mês. Mas o grande problema da energia solar é que você tem componentes que são muito caros e ainda não contam com a mesma isenção de ICMS e IPI que os módulos têm. Antigamente, o custo do módulo solar girava em torno de 70% do projeto. Hoje está na casa de 30 a 40%. Mas os outros equipamentos – baterias, inversores, controladores etc- que estão dentro do sistemas que não tem esses incentivos. Se considerar só o módulo solar, eu diria que nos últimos dois anos o preço caiu pela metade – e não estou considerando o câmbio, ele caiu em dólar”.

De acordo com Benincá, há um movimento forte de empresas estrangeiras procurando parceiros no Brasil para importar painéis solares; os chineses, inclusive, são apontados pelo executivo como os grandes concorrentes. Atualmente, para colocar um parque de 1MW de potência instalada no Brasil é necessário um investimento entre R$10 e R$12 milhões, gerando energia a um custo estimado pelo Ministério de Minas e Energia em cerca de US$400 por MWh. “Quero deixar claro que não estamos pedindo benefícios, mas que tenha um incentivo temporário, depois o mercado se regula”, conclui.

Fonte:http://www.jornaldaenergia.com.br