EPE prepara estudo sobre distribuição de energia solar

Segundo o presidente Mauricio Tolmasquim, a da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) está elaborando um estudo para viabilizar a comercialização da energia solar no Brasil. O documento, que foi encomendado pelo Ministério de Minas e Energia, analisa formas de distribuição e viabilização dos leilões de energia de matriz solar.

“Temos um potencial interessante de energia solar e o Brasil é o segundo maior produtor de silício no mundo, material exportado para fazer os painéis solares, que depois retornam para cá. Já que temos a matéria-prima, precisamos desenvolver potencial para a industrialização”, disse o executivo.

Tomalsquin já recebeu da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Energia do Rio uma proposta do estado para a Carta do Sol, que sugere políticas para a expansão da energia solar no país. “O texto trata da criação de mercado, de desenvolvimento tecnológico e de incentivos financeiros e tributários”, explicou Júlio Bueno, secretário estadual da pasta.

A Carta do Sol deve ser assinada por todos os secretários estaduais de energia e servirá como subsídio importante para o estudo em andamento encomendado pelo Ministério.

Fonte:http://revistagloborural.globo.com/

Produtoras estrangeiras de equipamentos eólicos e solar investirão R$ 900 milhões no Rio de Janeiro

Dois meses após o Governo do Estado assinar decreto que isenta de ICMS a produção de equipamentos para geração de energias eólica e solar, duas empresas estrangeiras – uma chinesa e outra espanhola – manifestaram interesse em se instalar no Rio.
Juntos, os investimentos somam, aproximadamente, R$ 900 milhões. A afirmativa é do secretário do Ambiente, Carlos Minc, que participou da abertura do Seminário Nacional Rio Solar: Avanços Tecnológicos e Viabilidade Econômica, que reuniu secretários de Energia de todo o país, no auditório da Fecomércio, no Flamengo, Zona Sul do Rio.

No seminário, que teve como foco a Carta do Sol, documento que reúne 14 propostas de incentivo à produção e ao uso de energia solar, Minc disse que incentivos como a desoneração do ICMS já começam a atrair investimentos para o Estado do Rio de Janeiro, que quer consolidar uma política de energia limpa em território fluminense. Ele propôs a adesão de outros estados à Carta do Sol e espera que os demais gestores públicos endossem a carta para que o projeto seja levado ao Conselho Nacional de Política Energética do governo federal.

– Quando estava à frente do Ministério do Meio Ambiente, nós lançamos a Carta dos Ventos, de incentivo à energia eólica no País, que especificava, entre outros pontos, a isenção de IPI na produção de equipamentos para a geração de energia eólica. Isso quadruplicou a geração desse tipo de energia no país. Este ano, lançamos a Carta do Sol, e a isenção desse imposto representará um grande avanço nesse sentido – afirmou Minc, destacando que a projeção para os próximos dez anos é de que 4.000 megawatts de energia solar estejam instalados no país, que deverá exportar outros 4.000 megawatts para a América Latina.

Segundo Minc, estudo divulgado este ano pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) mostrou que as fontes de energia renovável serão responsáveis pela redução significativa das emissões de gases do efeito estufa no mundo.

– A energia solar fotovoltaica foi a que mais cresceu entre 2009 e 2010, na ordem de 50%, mesmo com a crise global. Isso mostra que é preciso que o Brasil considere este mercado para não sermos atropelados por uma onda solar – afirmou Minc, destacando que já foram selecionadas 15 escolas da rede estadual que deverão receber painéis de captação de luz solar para produção de energia, em fase experimental. Dessas 15, nove unidades de ensino já foram vistoriadas pela equipe da Secretaria do Ambiente, em parceria com as secretarias de Educação e de Desenvolvimento Econômico.

Também presente à solenidade de abertura, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Serviços, Julio Bueno, destacou que a Carta do Sol representa um avanço para o Rio, pois a energia solar fotovoltaica tem melhor potencialidade para ser usada no Brasil.

– A nossa proposta é de que a energia solar avance na matriz energética brasileira. Por isso propusemos aos secretários que apoiem a Carta do Sol – acrescentou Bueno.

O presidente do Conselho Empresarial de Energia e Sistema da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), Armando Guedes, elogiou a iniciativa do Estado de lançar a Carta do Sol. Ele disse que a presidência da Firjan já iniciou estudos para a implantação de painéis fotovoltaicos para a produção de energia através da luz solar no edifício-sede da Federação, no centro do Rio.

– A nossa expectativa é servir de exemplo para o segmento industrial dos demais estados brasileiros – afirmou Armando Guedes.

A Carta do Sol é um documento elaborado pelas secretarias estaduais do Ambiente e de
Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, semelhante à Carta dos Ventos, que, lançada em Natal, Rio Grande do Norte, em 2009, acabou estimulando a promoção de incentivos federais a projetos de energia eólica no Brasil. Entre as propostas da Carta do Sol, destacam-se a isenção de tarifas na distribuição e na transmissão de energia; a inclusão da energia solar fotovoltaica no Programa de Incentivo às Fontes de Energia Elétrica (Proinfa), instituído pela lei 10.438 de 2002; e o fomento de programas de capacitação e formação de mão de obra para atuar em todas as etapas da cadeia produtiva da energia solar fotovoltaica.

Fonte:http://diariodemocratico.com.br

A economia verde é o único setor da nossa economia que ainda funciona, porque é o único que está alinhado para o futuro.Entrevista com Jeremy Rifkin.

“A economia verde é o único setor da nossa economia que ainda funciona, porque é o único que está alinhado para o futuro. Os outros segmentos estão em crise e todas as vezes que têm um momento de recuperação temporária e o motor da produção se coloca novamente em movimento com o velho sistema, os preços do petróleo e das matérias-primas dispararam para as estrelas, fazendo o mecanismo emperrar novamente: a segunda revolução industrial chegou ao fim, porque não soube calcular os limites físicos do planeta”.
Jeremy Rifkin acaba de publicar La terza rivoluzione industriale, o manifesto da sociedade que está se formando em torno dos valores da economia verde.

A reportagem é de Antonio Cianciullo, publicada no jornal La Repubblica, 09-11-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista.

Comecemos pelos números. Até ontem, muitos consideravam a economia verde útil, mas secundária, um ator de segundo plano na cena econômica mundial. Hoje a situação mudou?

Sim, porque a Terceira Revolução Industrial está provando ser uma mudança epocal do nosso modo de produzir e de pensar. Algumas indústrias irão fechar, mas muitas outras vão abrir, e serão criadas centenas de milhões de postos de trabalho por causa da energia renovável distribuída nas casas, nos escritórios, na zona rural, por causa da realização de um ciclo de armazenamento de energia baseado no hidrogênio, por causa da substituição de velhas frotas de automóveis poluentes por veículos elétricos, por causa da criação de redes inteligentes [smart grid] capazes de fazer alta quantidade de energia viajar assim como as informações na web.

Uma revolução só para o futuro?

Ao contrário, é um processo que já começou. Dou-lhe só mais alguns exemplos. Nos EUA, a eficiência energética das casas é extremamente baixa: aumentá-la custaria 100 bilhões de dólares por ano, mas permitiria que se economizasse energia em 163 bilhões de dólares por ano. E a mobilidade oferece oportunidades semelhantes. A Zipcar, a empresa mais importante de compartilhamento de carros, em uma década de atividade, abriu milhares de sedes para colocar os carros compartilhados à disposição dos seus clientes: ela cresce 30% ao ano e, em 2009, faturou 130 milhões de dólares.

No entanto, nem todo o movimento ambientalista apoia a economia verde. Há uma parte que contesta as instalações eólicas, solares e de biomassa em nome da paisagem.

Parece-me uma contradição destinada a ser superada pela evolução da economia verde. Nesse momento de transição, uma proporção significativa de energia renovável é produzida por grandes usinas porque estamos na fase de desenvolvimento inicial da indústria. Eu não me oponho por princípio às grandes instalações e acho que, em alguns lugares, elas podem ser construídas, mas estão destinadas a serem superadas pela lógica da Terceira Revolução Industrial. Uma revolução baseada no desenvolvimento de milhões de mini e microcentrais de produção energética que encontrarão lugar nos telhados e nas fachadas de boa parte dos edifícios.

Porém, a crise econômica, em muitos países, registrou uma detenção da economia verde.

Pararam as economias que não apontaram para o futuro. Mas para saber aonde o mundo vai, há um modo simples: olhar o que os jovens fazem. Os seus valores são os da internet: o direito de acesso ao conhecimento, a relação paritária, a troca de informações e de música, e em breve a troca de energia. A sua revolução é o ataque ao sistema baseado no autoritarismo, no poder hierárquico, na centralização. Eles querem uma sociedade que tenha como valores a transparência, a descentralização e o livre acesso às redes.

Uma possibilidade real?

Alguns governos que permaneceram presos ao velho modo de pensar, como os regimes ditatoriais da África mediterrânea, já foram eliminados porque o poder lateral construído pela geração da internet derrotou a arrogância das autocracias. O desenvolvimento do movimento dos indignados mostra que uma crítica radical à velha lógica industrial está crescendo rapidamente até nos países industrializados: há a necessidade de um conceito mais avançado e mais amplo de democracia, que inclua os atos da vida cotidiana e uma redistribuição da riqueza.

Para ler mais:

Prefeito de Muzambinho pede aquecedor solar à Cohab-MG

No último dia 10, estiveram em audiência no gabinete do presidente da COHAB-MG, Octacílio Machado Júnior, o assessor do governador Gustavo Paoliello e o Subsecretário de Política Urbana, Renato Andrade (PP), protocolizando a pedido do prefeito de Muzambinho Sérgio Paoliello (PSDB), o projeto e a solicitação de inclusão do município no programa que introduziu a energia solar como um instrumento para melhoria da qualidade de vida para os proprietários das casas construídas pela COHAB-MG.

Muzambinho há pouco teve um conjunto habitacional construído pela COHAB-MG com cerca de 150 novas moradias para famílias de baixa renda, nominado Jardim dos Imigrantes.

Com a instalação desses aquecedores solares haverá uma redução no consumo da energia elétrica e trará, em consequência, economia para as famílias beneficiadas, que se reverterá a favor de outros itens do orçamento doméstico como alimentação, saúde, educação etc.

Vale lembrar que o bairro Jardim dos Imigrantes vem sendo cuidado de uma forma carinhosa pelo prefeito, sendo que há pouco tempo teve sua infraestrutura concluída, logo começará a construção da Creche/Escola que já foi licitada e em breve também contará com aquecedores solares nas residências.

Fonte:http://www.passosnews.com/

Florida atinge 7,3 MW de capacidade instalada de energia solar

O esquema de tarifa feed-in (FIT) empregado pela Cia pública de eletricidade da Flórida, Gainesville Regional Utilities (GRU), resultou em apenas 3 anos de programa em uma capacidade instalada de energia solar fotovoltaica da ordem de 7,3 MW. Somente em 2011, 55 projetos com uma capacidade combinada de 2,7 MW foram aprovados sob o regime de tarifas garantidas por um prazo de 20 anos que variam de $ 0,24 a $ 0,32 por kWh, dependendo da capacidade de pico do sistema. Com o sucesso do programa, a GRU que se diz pioneira nos EUA na implantação de um programa de FIT, deverá lançar uma nova chamada de projetos em Janeiro de 2013. A iniciativa se traduz muito bem quando se conclui que a instalação per capita de painéis solares é a maior em todo estado da Califórnia e quando compara-se com grandes mercados mundiais conforme mostra a tabela abaixo.

Energia solar seguirá caminho da eólica, aposta ministro Lobão

Lobão afirma que governo está estudando a viabilidade da fonte, fazendo levantamentos e análises

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, aposta que a geração solar vai ter uma trajetória semelhantes à dos parques eólicos, que tiveram os custos gradativamente reduzidos até se tornarem uma fonte competitiva. Nesta segunda-feira (21/11), durante evento em São Paulo, Lobão disse que sua pasta está elaborando um estudo de viabilidade desse tipo de energia, com levantamentos de custos, de capacidade de produção e de mercado.

“Creio que a energia solar está trilhando o mesmo caminho da eólica. Brevemente, o desenvolvimento tecnológico dará à solar competitividade para participar de leilões no mesmo patamar de outras fontes”, disse Lobão. O chefe da pasta de energia do governo participou de fórum realizado pela revista Exame, que também contou com outros especialistas e uma mesa sobre fontes renováveis.

Durante o evento, o presidente da Associação Brasileira de Energias Alternativas e Meio Ambiente (Abeama), Ruberval Baldini, mostrou otimismo com o avanço da energia solar. “A fotovoltaica é uma coisa já de hoje. Se não entrar na rede já em 2012, talvez em 2013”, previu. O executivo contou que visitou recentemente uma usina de 70MW no exterior que foi construída em seis meses. “Que outra fonte você instala 70MW em seis meses?”, questionou.

Já o professor e pesquisador da Universidade de Salvador (Unifacs), Osvaldo Soliano, defendeu a realização de leilões para promover o crescimento da fonte. Para ele, o uso de painéis em residências e fábricas, para geração distribuída, “é um caminho, mas só ele não basta”. O especialista também disse que, hoje, “não dá pra imaginar fotovoltaica a menos de R$300 por MWh”, o que exige uma política setorial, uma vez que esse patamar de preços ainda não permite a competição com outras fontes.

Fonte: Jornal da Energia

Endesa pesquisa geração de energia solar através de tecnologia de motores Stirling

Endesa está envolvida em um programa pioneiro que visa demonstrar a viabilidade técnica e econômica dos últimos avanços tecnológicos em motores Stirling com geração solar. Solardis é o nome do projeto que conta com um orçamento de 1,7 milhões de euros e prevê a construção de uma planta de demonstração para validar a tecnologia comercialmente.

O objetivo principal do projeto é desenvolver um concentrador solar que viabilize a tecnologia dos motores Stirling diante das já disponíveis , tais como as torre solares, Fresnel ou concentradores parabólicos.

O ciclo de Stirling é um ciclo termodinâmico em que a entrada de calor é feita através de grandes captadores solares que refletem e concentram a luz solar em um motor Stirling, sem queimar qualquer tipo de combustível. Este motor produz energia mecânica e através der um gerador gera energia elétrica livre de emissões.

Congresso brasileiro de energia solar térmica discutiu ações para chegar a 15 milhões de m² de solar até 2015

Os desafios para atingir a meta definida junto ao Ministério do Meio Ambiente vão das novas tecnologias de Sistemas de Aquecimento Solar – SAS até a qualificação da mão de obra e etiquetagem compulsória dos equipamentos

Durante dois dias – 09 e 10 de novembro -, especialistas em sistemas de aquecimento solar (SAS) reuniram-se em Campinas (SP) para apresentar as iniciativas em implantação e discutir novas ações para que o Brasil atinja a meta de 15 milhões de m² de coletores instalados até 2015, crescimento equivalente a 2,5 vezes a área atual de coletores, meta indicada no estudo “Plano de Ação Para Incentivo ao Uso de Aquecimento Solar de Água no Brasil” de 2007, coordenado pelo Ministério Minas Energia. Em meio às ações está a ampliação do SAS nas habitações de interesse social, a conscientização dos vários agentes da sociedade envolvidos, a Rede Procel Solar para qualificação de mão de obra, a formalização dos fornecedores e, também, a etiquetagem compulsória dos SAS produzidos no país, a ser implantada nos próximos meses, dentro do Programa Brasileiro de Etiquetagem – PBE do Inmetro.

Membros do governo, de universidades, empresários e profissionais do setor falaram a uma plateia de mais de 200 pessoas presentes no CB-SOL – Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar realizado pela ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento, através do seu Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL), com apoio da UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas. Convidados internacionais da Alemanha e Áustria colaboraram com os debates, relatando a experiência acumulada em outros países e as soluções e estratégias praticadas em outros mercados.

Na abertura do evento, Samoel Viera, presidente da ABRAVA, e José Ronaldo Kulb, presidente do Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA, justificaram os motivos que levaram a entidade a promover o evento, como representante dessa indústria nacional e a importância da preservação dos recursos naturais com o melhor aproveitamento das energias limpas, como a solar. O professor Gilberto Jannuzzi, da UNICAMP, destacou a importância do tema para o País, no momento em que o mundo inteiro repensa suas matrizes energéticas. Fez referência ao conteúdo programático proposto pela UNICAMP ao evento, com envolvimento de governo, universidade e indústria na discussão dos temas. A Eletrobrás, maior patrocinadora do evento, esteve representada no evento por Emerson Salvador, coordenador da Rede Procel Solar, que enfatizou as ações da empresa e o amplo apoio à tecnologia solar térmica.

Minha Casa…
Na primeira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida a meta de 40 mil moradias com SAS foi ultrapassada, chegando a quase 42 mil. Agora, cresce a expectativa do setor diante da Portaria 325 do Ministério das Cidades, de julho de 2011, que determina o uso de aquecimento solar em boa parte das 1,2 milhão unidades habitacionais voltadas para a faixa 1, de renda de zero a três salários mínimos, a serem construídas até 2014. “Até o dia 07 de novembro passado, já tinham sido construídas 17.413 moradias da fase 2 do MCMV, sendo que 4.971 incorporaram coletores solares, o equivalente a 28% do total”, revelou Mara Luisa Alvim Motta, gerente executiva da Caixa Econômica Federal.

“O setor precisa levar adiante algumas ações fundamentais, a começar pela divulgação à população sobre as vantagens do sistema e sua simplicidade quanto ao uso e manutenção. A capacitação dos profissionais deve permear toda a cadeia, desde projetistas, arquitetos e engenheiros, até os instaladores. É importante, também, que se definam indicadores para medição e verificação de desempenho dos SAS”, recomendou Mara Motta que esclareceu, ainda, sobre as modalidades do Selo Casa Azul de impacto ambiental, da CAIXA.

A qualificação da mão de obra será amplamente equacionada pela recém lançada Rede Procel Solar – Rede Nacional de Cooperação em Energia Solar Térmica -, projeto da Eletrobras/Procel, para a criação de sete centros de capacitação no Brasil. A coordenação é da professora Elizabeth Marques Duarte Pereira, do Centro Universitário UNA-MG que, citando pesquisa da ABRAVA, afirmou que a meta de atingir 15 milhões de m² de coletores instalados até 2015, proposta no estudo do MME, promoverá 8,5 mil empregos diretos e a capacitação de 2,2 mil instaladores em cinco anos.

A professora que foi coordenadora do GreenSolar – laboratório de ensaios de SAS mantido pela PUC-Minas – desenvolveu há alguns anos uma pesquisa para a Eletrobras de medição e monitoração do uso de coletores em três regiões do país: centro-oeste, sudeste e sul. Foram aplicados 1400 questionários e feitas 700 visitas técnicas. “Observamos, por exemplo, que os moradores de baixa renda não fazem a limpeza das placas por desconhecimento do sistema. Quanto a instalação e manutenção do sistema de aquecimento solar, nem mesmo os bombeiros hidráulicos (encanadores) sabem plenamente o que fazer. Daí a necessidade de formação”, disse, acrescentando que esses moradores admitem a economia que o sistema proporciona, conta Elizabeth Pereira.

Casas x prédios
Sheyla Maria das Neves Damasceno, especialista em regulação da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – detalhou os avanços do Programa de Eficiência Energética das Empresas de Distribuição (PEE), desde sua criação há 11 anos. As 63 distribuidoras de energia concessionárias e as 30 permissionárias são obrigadas a destinar 1% de sua receita operacional líquida em ações que evitem o desperdício de energia, sendo 0,50% em pesquisa e desenvolvimento, e o restante em implantação efetiva de projetos, sendo alguns deles voltados para populações de baixa renda, como a implantação de sistemas de aquecimento solar em conjuntos habitacionais. A partir da resolução 300 de janeiro de 2008, já foram investidos R$ 100 milhões em projetos com SAS. Essa ação, no entanto, tem se destinado a moradias unifamiliares, de custo menor e implantação mais simples, se comparada a edifícios verticais.

A especialista ressaltou que novas regras poderão ser implantadas a partir de 2012 pela ANEEL. Entre elas, está a revisão de atendimento prioritário aos consumidores inscritos no Cadastro Único, com o respectivo Número de Inscrição Social (NIS). O argumento é de que é preciso que o programa amplie os benefícios da eficiência energética em outras classes sociais com o uso mais intenso de energia e, portanto, maior potencial de economia. Outra medida em estudo pela ANEEL é a flexibilidade para aplicação dos recursos do PEE, para que contemple novas edificações utilizando a experiência de projetos anteriores.

“A adoção dos SAS torna os sistemas prediais mais complexos, principalmente se aliados a outros recursos como reuso de água pluvial e de águas cinzas”, observou o professor Orestes Gonçalves, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Ao exigir a instalação de medidores individualizados nos edifícios, o sistema se torna mais caro e afugenta os construtores. “Daí”, sugeriu, “a necessidade maior aproximação entre universidade e fabricantes para a busca de soluções técnicas que viabilizem custos menores”.

A CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo – que universalizou em suas obras o uso de coletores solares, possui poucas implantações em edifícios verticais, conforme o arquiteto Eduardo Baldacci, Gestor do Programa de Eficiência Energética da empresa. “Os recursos da CDHU são destinados para moradias, sem distinção se serão construídos prédios ou casas. Temos subsídio para construir casas e para fazer prédios, mas precisamos que os recursos sejam diferenciados e que o setor fabricante colabore com soluções técnicas”, disse.

Eficiência energética
Segundo a professora Vanessa Gomes, da Unicamp, entre as cinco principais alternativas para que um edifício seja autosustentável em energia, a melhor é a que reúne sistema de aquecimento solar passivo e ativo, painéis fotovoltaicos, sombreamento e iluminação natural. “O SAS é considerado o segundo melhor retorno, ou seja, com menos recurso se obtém maior eficiência energética”, lembrou. Segundo ela, um dos maiores desafios enfrentados em todo o mundo para prover energia às cidades é o investimento: “a relação investimento x consumo é de 1 x 100”, informou, lembrando que entre 1960 até agora quintuplicou o número de tomadas numa residência para atender a necessidade dos eletroeletrônicos.

Para Carla Achão, representante da EPE – Empresa de Pesquisa Energética, os 2,5% dos domicílios com SAS para banho, dado histórico, precisa ser ampliado. Em 2005 eram 0,15 m²/habitante e, em 2010, esse valor mais do que dobrou, chegando a 0,33 m²/habitante, o que correspondendo a 6,2 mil domicílios. Para 2015, a previsão é de 12,2 mil domicílios com SAS em todo o Brasil, com benefícios na redução da demanda de eletricidade no horário de pico, além da economia de energia propriamente dita e decorrente impacto ambiental evitado.
“A etiqueta de eficiência energética brasileira – Procel Edifica – é a única no mundo que pontua separadamente o sistema de água quente do edifício, podendo ser a gás, solar, a óleo ou elétrica”, informou o professor Roberto Lamberts, da Universidade Federal de Santa Catarina. Ao revisar em conjunto com o INMETRO o RTQ-R – Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais -, Lamberts revelou ter constatado que a norma brasileira de aquecimento solar estava deficiente quanto ao dimensionamento dos sistemas. “Procuramos reforçar os métodos de dimensionamento, o que poderá servir de base na revisão da norma de solar”, disse, acrescentando que sempre será possível aprimorar a normativa.

Para Hamilton Moss, diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do MME, eficiência energética deve ser uma cultura incorporada ao cotidiano das empresas, da construção civil e da sociedade brasileira, e não aparecer apenas em tempos de crise de abastecimento. “O caminho ideal para que programas e ações sejam eficientes é a parceria entre os ministérios do Meio Ambiente e o de Minas e Energia”, afirmou, exemplificando com o Programa de Energia Eólica que atingirá 6 GW, em 2015, meta antecipada em 15 anos. Indicou aos presentes que o atual Plano Nacional de Eficiência Energética – PNEF apresenta um capítulo dedicado ao SAS e que o próximo passo será o desenvolvimento de planos de trabalhos.

Eficiência comprovada
Em 2010, a indústria brasileira produziu quase 1 milhão m² de sistemas de aquecimento solar, de acordo com Marcelo Mesquita, gestor do DASOL. “A previsão inicial era de se fechar o ano de 2011 com 7.477 milhões m² de coletores instalados, equivalente a um acréscimo de 20% sobre os atuais 6.238 milhões m². Entretanto a indústria sentiu uma queda no mercado no primeiro semestre de 2011, motivada principalmente pela transição do governo que descontinuou investimentos em vários setores. Porém, se mantida essa taxa anual de crescimento, especialmente diante da demanda do programa Minha Casa, Minha Vida, chegaremos a 15 milhões m² até 2015”. Essa é a expectativa do departamento da ABRAVA, segundo Mesquita. Ele lembrou que, em 2006, o país tinha apenas 434 mil m² de área de coletores.

“O sudeste puxa o mercado com 80% das vendas no primeiro semestre de 2011. No período, o segmento residencial continua à frente, respondendo pela aquisição de 59% de todo o mercado nacional de SAS, seguido pela indústria, comércio e serviços com 24%. As construções habitacionais já respondem por 18%”, revelou Marcelo Mesquita.

Marcos André Borges, coordenador do PBE – Programa Brasileiro de Etiquetagem, relatou que hoje estão etiquetados pelo INMETRO 216 modelos de 40 empresas fabricantes de sistemas de aquecimento solar, num total de 52 marcas. “Não há nada igual no mundo”, garantiu, dizendo que a etiqueta estimula a indústria a fabricar produtos com qualidade crescente, equilibrando a relação de consumo.
Carlos Arthur Alencar, VP Tecnologia e Meio Ambiente do DASOL/ABRAVA lembrou aspectos do novo Termo de Referência, destacando cuidados especiais ao setor para atendimento desse projeto e o posicionamento adequado quanto às responsabilidades assumidas no fornecimento. Alertou ainda para a necessidade de união da indústria em prol da qualidade de forma a valorizar os SAS no mercado brasileiro. “A organização setorial fortalecida deve ser permanente”, disse.

Integração na arquitetura
Na Alemanha, os SAS têm uso mais amplo, inclusive como matriz energética para os sistemas de ar condicionado. Segundo Jan Knaack, gerente de Projetos da Bundesverband Solarwirtschaft – associação do setor na Alemanha -, as residências detém a maior fatia do mercado de instalações de coletores para aquecimento de água. A aplicação térmica do solar se divide em 46% em residências; 23% no comércio; e 31% na indústria. “Temos, na Alemanha, uma longa experiência em energia solar e o Brasil pode buscar entre nós todo o conhecimento de que necessita para ampliar o seu mercado”, propôs Knaack.

O arquiteto Christian Holter, presidente da Solid – empresa austríaca fabricante de SAS -, contou que muitos clientes revelam o desejo de mostrar os coletores no projeto arquitetônico, outros, no entanto, preferem esconder. “Na sede central do CGD – Caixa Geral de Depósitos –, em Lisboa, uma construção de 100 mil m², onde trabalham cinco mil pessoas, conseguimos esconder os coletores nas faces internas do telhado voltadas para dois átrios descobertos”, relatou. Outro case é o da universidade UWC, em Cingapura, em que foram instalados 3,9 mil m² de painéis solares aparentes.

Segundo Holter, os sistemas de ar condicionado respondem pela maior fatia de consumo de energia elétrica nos segmentos de edifícios públicos e comerciais. “Para enfrentar esse que é um verdadeiro problema, cresce o uso da energia solar como fonte para o funcionamento dos condicionadores de ar”, disse.

Qualidade dos materiais
A qualidade dos SAS evolui junto com a dos materiais que compõem o produto. Julio César Di Cunto, da Aperam South America, mostrou alguns tipos de aço inoxidável, destacando o 444 que apresenta maior resistência à corrosão sob tensão se comparado ao 304, comumente utilizado. Fornecedora de isolamento térmico, a Saint Gobain/Isover, representada por Rodrigo Ratão, defendeu a lã de vidro como opção ideal por ser antifog, ou seja, impede a formação de condensação de materiais voláteis. Samuel Abrahão, da Cebrace, demonstrou que os vidros especiais com baixo teor de ferro para coletores propiciam uma abertura maior para a radiação solar, aumentando a eficiência do sistema.

Concessionárias e os SAS´s
Fernando Perrone, gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética da da Eletrobrás, trouxe o histórico do PBE, desde 1994, os resultados do Procel no combate ao desperdício de energia e promoção da eficiência equivalente a 6,16 bilhões de kWh, resultado de várias frentes de trabalho, desde o desenvolvimento tecnológico e capacitação, até disseminação, marketing e regulamentação. Citou o histórico dos 10 anos da lei 10.295 sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia, que incluiu a etiquetagem de edificações residenciais a partir de 2010, sendo que apenas neste um ano já contempla 54 prédios.

Alexandre Moana, da ABESCO – Associação Brasileira de Empresas de Conservação de Energia -, apresentou um resumo dos projetos com SAS e as vantagens quando associados à controladores eletrônicos. Esses sistemas permitem incrementos residuais de potência para que a água do banho atinja temperaturas de conforto e configuração de potência específica em dias e horários indicados, como tempo de banho e intervalo entre banhos – atributos que auxiliam na gestão da eficiência energética do sistema.

Fonte:http://www.dasolabrava.org.br/

Piauí inaugura primeira ponte com iluminação gerada por energia solar

O governador Wilson Martins (PSB) inaugurou a ponte do Mocambinho percorrendo todo o percurso ao lado da primeira dama Lilian Martins e dos senadores Ciro Nogueira (PP) e Wellington Dias (PT). A ponte vai encurtar as viagens em 15 km – cerca de 30 minutos para chegar ao centro da Cidade – e beneficiará mais de 100 mil habitantes.

A ponte será a primeira do Brasil a contar com iluminação noturna gerada pelo acúmulo e reutilização de energia solar. O percurso antes feito em uma hora, com a nova ponte será reduzido para 20 ou 30 minutos.

“A ponte é um projeto pioneiro pois a iluminação será feita por energia solar. Ela será a primeira do Brasil a usar essa tecnologia. A inauguração lança uma fase experimental. Pretendemos aumentar o número de pontes com essa tecnologia”, disse o governador Wilson Martins.

Ao fazer uma caminhada sobre a ponte Leonel Brizola, Wilson Martins disse que a obra irá melhorar a qualidade de vida dos moradores, principalmente do bairro Pedra Mole e Socopo que davam um grande volta para chegar ao Centro de Teresina, reduzindo de 11 a 15 quilômetros o percurso.

“Estamos dando qualidade de vida às pessoas. São 190 metros de extensão e um acesso de 800 metros de avenidas, que interliga região da Santa Maria da Codipi, Socopo ao Centro de Teresina. Beneficiando mais de 100 mil habitantes, com recursos do tesouro estadual. Essa obra vai reduzir o percurso de até 15 quilômetros entre a Pedra Mole e o Centro”, enfatizou o governador.

Muitas autoridades prestigiaram a inauguração, dentre elas, o prefeito Elmano Férrer e os senadores Ciro Nogueira (PP) e Wellington Dias (PT).

Fonte:http://www.cidadeverde.com/

Cemig investe em energia solar com usina em Sete Lagoas

A Cemig irá construir usina solar fotovoltaica de 3 MW, o equivalente ao fornecimento de energia de aproximadamente mil residências, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). O projeto terá investimento de R$ 40 milhões, com início das obras previsto para em janeiro e conclusão em abril de 2012.

“Essa será a primeira instalação de energia solar fotovoltaica conectada à rede distribuição no estado e a segunda, no Brasil, a produzir energia solar em caráter comercial”, destaca o gerente de Alternativas Energéticas da Cemig, Marco Aurélio Dumont Porto, em declaração divulgada pelo blog Sustentabilidade Cemig.

Quando estiver em operação, a Cemig realizará estudos para analisar e diagnosticar o desempenho da usina e sua relação com o sistema de distribuição. O objetivo é viabilizar a introdução de usinas solares no parque gerador da companhia.

O objetivo do projeto é desenvolver na Cemig o conhecimento necessário para tornar, no futuro, a geração de energia solar viável e benéfica para a Empresa, o setor elétrico brasileiro e a sociedade. “A Usina Experimental de Geração Solar Fotovoltaica é uma demonstração do empenho da Cemig em desenvolver tecnologias que prezem pela utilização de energia limpa”, reforça Marco Aurélio.

A usina será construída em um terreno de oito hectares, cedido pela Prefeitura de Sete Lagoas, e será composta por três unidades, sendo duas geradoras de 2,5 MW e 0,45 MW, e a restante que servirá de centro de pesquisa.

Segundo Marco Aurélio, Sete Lagoas foi escolhida por ter localização privilegiada próxima a Belo Horizonte e ao Aeroporto de Confins, além de apresentar um índice de radiação satisfatória e por concentrar ações do projeto Cidades do Futuro, por meio do qual a Cemig está testando a automação das redes de distribuição e modernização do sistema elétrico no âmbito da tecnologia smart grid (redes inteligentes).

O projeto é implantado em parceria com a espanhola Solaria, fabricante espanhola de painéis fotovoltaicos, a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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