A agência municipal de energia de Lisboa, a Lisboa E-Nova, lança hoje a Carta Potencial Solar da Capital, uma ferramenta online que permite saber qual o potencial de instalação de sistemas solares nas coberturas das residências.
“Lisboa é a capital europeia com mais horas de sol por ano. Este é um recurso imenso que temos à nossa disposição. Tentámos perceber como é que conseguimos promover estas tecnologias e diminuir a dependência energética do exterior”, disse à agência Lusa a coordenadora da Carta Potencial Solar de Lisboa, Joana Fernandes.
A carta, que é apresentada hoje à tarde, pode ser consultada no website da Lisboa E-Nova (www.lisboaenova.org) apresenta o “potencial de instalação de sistemas solares” nas residências lisboetas, de acordo com “a orientação e inclinação das coberturas, obstáculos e sombreamentos na envolvente”.
Além disso, a informação disponibilizada para cada cobertura é ainda complementada com a “estimativa da produtividade associada a coletores solares térmicos e sistemas solares fotovoltaicos instalados”.
Segundo explicou Joana Fernandes, através da análise do potencial de todos os edifícios de Lisboa concluiu-se que “28 por cento de todas as coberturas (residenciais) de Lisboa estão otimamente orientadas para o aproveitamento da energia solar”, ou seja, recebem mais de 1600 quilowatts-hora por metro quadrado por ano de radiação solar, livres de obstáculos e sombreamentos.
Outra das conclusões da carta é que utilizando 4 por cento dessa área “otimamente orientada” seria possível satisfazer 70% das necessidades de águas quentes sanitárias de todas os residentes de Lisboa, adiantou Joana Fernandes.
Segundo uma nota da Lisboa E-Nova, “se a restante área (ótima) fosse aproveitada para a instalação de sistemas solares fotovoltaicos seria possível produzir cerca de 590 Gigawatt por ano, ou seja, 17 por cento do consumo eléctrico do concelho de Lisboa”.
Este aproveitamento energético seria possível nas coberturas “otimamente” orientadas, normalmente viradas a sul, a coordenadora da Carta Potencial Solar de Lisboa acrescentou que as casas orientadas a Oeste (radiação da ordem dos 1400 quilowatts-hora por metro quadrado por ano) poderiam “colmatar cerca de 40 por cento das necessidades elétricas de Lisboa através de tecnologias solares”.
Apesar de estas coberturas não terem uma orientação ótima, apresentam “valores sobejamente superiores aos registados na Europa Central onde estas tecnologias estão amplamente disseminadas”.
Esta ferramenta é a primeira criada a nível nacional e foi desenvolvida pela Municipia Energy no âmbito do projecto Europeu POLIS (Identification and Mobilization of Solar Potentials Via Local Strategies).
Fonte:http://sicnoticias.sapo.pt