Em vez de considerar as cidades como verdadeiros problemas, é preciso gerenciá-las de modo com que sejam fundamentais para as soluções aos desafios ambientais. Esta foi a principal ideia disseminada ontem (25/1) e defendida pela ex-senadora Marina Silva, durante evento sobre o tema no Fórum Social Temático 2012 (FST), em Porto Alegre. Em sessão concorrida, que lotou o auditório da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Marina estava ao lado de velhos conhecidos da esquerda brasileira, entre eles os teólogos Leonardo Boff e Frei Betto e o ativista e pai do Fórum Social Mundial, Oded Grajew.
“Não podemos ver as cidades como um mero amontoado de problemas. São também um espaço facilitador para a resolução desses problemas”, destacou a ex-ministra do Meio Ambiente.
O socioambientalista e ex-consultor do Ministério do Meio Ambiente Tasso Azevedo observou que se as cidades concentram problemas, elas também agrupam soluções. “Não é mais tempo de pensar nos grandes objetivos, a gente deve pensar em nível mais local. O que falta hoje é definir em que lugar queremos chegar como coletivo”, apontou.
Durante o debate, o Programa Cidades Sustentáveis, ligado a organizações como a Rede Nossa São Paulo e o Instituto Ethos, lançou uma plataforma com sugestões em níveis internacional, nacional e local para melhorar a qualidade de vida nas cidades e incluir os centros urbanos na busca de soluções para problemas ambientais globais.
Entre as propostas apresentadas pelo grupo, estão políticas de financiamento para os Poderes locais acerca de investimentos em projetos de sustentabilidade, o fortalecimento da representatividade de autoridades locais nas instâncias multilaterais e a criação de sistemas internacionais de intercâmbio, para que as cidades possam trocar experiências sobre iniciativas sustentáveis.
Medidas locais, como o incentivo do uso de bicicletas como meio de transporte, a ampliação do acesso água potável e o estabelecimento de metas de gestão também estão entre as propostas que serão apresentadas a governos. Além de serem levadas a governos, as iniciativas farão parte de uma agenda de compromissos que será apresentada a candidatos nas próximas eleições municipais.
A campanha “Eu voto sustentável” sugere que eleitores cobrem dos candidatos a adoção de compromissos para cidades mais sustentáveis. “Desde já precisamos estar alertas ao processo eleitoral. Façam uma pauta de compromissos dos candidatos e perguntem se eles se comprometem com os pontos da pauta. Vamos exigir compromissos por escrito”, adiantou o teólogo Frei Betto.
Data: 26/01/2012 12:44
Por: Redação TN / EcoD