Bento XVI pede aos participantes na Convenção das Alterações Climáticas da ONU que encontrem uma resposta «responsável e credível» para reduzir os gases de efeito de estufa, que tenha em conta as necessidades dos mais pobres
Os trabalhos da Convenção das Nações Unidas sobre as alterações climáticas e o protocolo de Quioto arrancam hoje, 28 de Novembro, em Durban, África do Sul, sendo esperadas cerca de 25 mil pessoas. As atenções estão viradas para os prazos estipulados no protocolo de Quioto, que estabelece que 37 países industrializados reduzam até 2012 em pelo menos cinco por cento os níveis das emissões de carbono que registaram em 1990, segundo a agência Associated Press. É ainda esperado que os países ocidentais consigam que a China e outras economias em crescimento aceitem restrições às emissões de gases de efeito estufa.
“Espero que todos os membros da comunidade internacional cheguem a acordo para uma resposta responsável, credível e solidária a este inquietante e complexo fenómeno, tendo em conta as necessidades das populações mais pobres e das gerações futuras”, manifestou Bento VXI, na sua tradicional bênção dominical na praça São Pedro. O papa referiu que a paz mundial depende da salvaguarda da criação de Deus, demonstrando mais uma vez preocupação com a protecção do ambiente.
Sob a direcção de Bento XVI, o Vaticano instalou células solares fotovoltaicas no seu auditório principal para assim converter a luz solar em electricidade. Outra iniciativa da Santa Sé é a colaboração num projecto de reflorestação que visa compensar as suas emissões de CO2, isto é, dióxido de carbono. Esta é uma questão moral, segundo o Papa. O “ensinamento da Igreja afirma que o homem deve respeitar a criação”. Bento XVI argumentou ainda que as mudanças climáticas e catástrofes naturais ameaçam os direitos das pessoas à vida, alimentação, saúde e à paz.