O setor de energia solar espera ansiosamente pelo leilão de reserva, marcado para 31 de outubro, para o que acredita ser o marco para os projetos fotovoltaicos e um primeiro sinal para a indústria no País. Com 10,8GW cadastrados para o certame, por meio de 400 projetos desenvolvidos por mais de 40 empresas, a expectativa para a viabilidade fica por conta do financiamento que está sendo estruturado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Esse leilão vai ser um grande marco para a energia solar no Brasil, não há dúvidas disso. Será o starter para o setor”, declarou o diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Lopes Sauaia. O motivo para a expectativa é que, apesar de ser o terceiro leilão do qual a fonte participa (A-3, A-5 e PE Sustentável), nesse as condições de participação são mais viáveis para o desenvolvimento de projetos, onde a negociação dos produtos será diferenciada por fontes.
Mas o importante sinal para a habilitação efetiva dos projetos cadastrados será a linha de financiamento do BNDES. Os empreendedores aguardam as condições pelas quais esse desembolso será dado, como as taxas de conteúdo nacional e a velocidade de nacionalização da produção dos componentes.
“Em contrapartida, se o nível de exigência for muito alto, o risco é que ao invés de fomentar o desenvolvimento da cadeia produtiva, poderá bloquear esse desenvolvimento”, explicou Sauaia.
Como o certame está marcado para outubro, a perspectiva é que o banco de fomento publique as diretrizes em torno de um mês. E, se essa estrutura não estiver montada até a realização da licitação, a torcida do diretor-executivo da Absolar é para que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia (MME) avaliem a possibilidade de um novo adiamento, possibilitando às empresas um maior prazo para planejar seu preço – inicialmente, o certame estava marcado para 10 de outubro.
O mercado prospecta uma contratação entre 500MW e 1GW, trazendo para a discussão outros pleitos do setor, como o desenvolvimento da cadeia produtiva. “Para isso acontecer, a gente precisa de políticas públicas adequadas, redução da carga tributária sobre insumos, e é essencial e imprescindível ter uma demanda previsível de inserção de usinas fotovoltaica na rede elétrica brasileira”, concluiu o diretor da Absolar.
Fonte:http://www.jornaldaenergia.com.br/