Mais crescimento e mais conservação. Esse é o desejo de todas as delegações presentes no Rio+20, e para sair na frente e dar o exemplo, o Ministério do Meio Ambiente da Itália apresentou, no Pavilhão Italiano da Rio+20, o projeto da embaixada no Brasil. Conhecida como Embaixada Verde, a proposta é um laboratório de experimentos sustentáveis com o desafio de sincronizar sustentabilidade e crescimento econômico. Segundo o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que esteve no Pavilhão Italiano, a Embaixada Verde da Itália deveria servir de exemplo para outros países seguirem a ideia.

O projeto “Embaixada Verde” foi concebido há dois anos, como uma contribuição do embaixador italiano no Brasil, Gherardo La Francesca. O conceito de energia limpa faz parte do projeto Embaixada Verde. Com 405 painéis fotovoltaicos no teto, o prédio é responsável por toda a energia consumida, evitando a emissão de 7,6 toneladas de carbono por ano. Com uma capacidade instalada de 49,01 KW, a Embaixada dispõe da segunda maior planta fotovoltaica ativa no Brasil, atrás apenas da instalada na cidade de Tauá no Ceará.

O sistema de geração distribuída fotovoltaica opera na sede diplomática desde 2011 e, como resultado, o consumo de energia elétrica mensal na Embaixada Italiana foi reduzida em 17% em relação ao ano anterior, com uma economia estimada de cerca de R$20 mil ano passado.

No Brasil, o uso de energia elétrica em edifícios chega a consumir 44% do total produzido nas usinas hidrelétricas – principal fonte de geração do país. Dessa parcela, 14% são destinados à iluminação. Assim, sistemas de energia solar fotovoltaica representam uma alternativa ambientalmente correta para locais onde não há energia elétrica,ou para locais onde a demanda por energia é baixa. Para um usuário Brasileiro é possível afirmar que com a economia realizada pelos painéis haveria um retorno de 80% do investimento realizado na construção da planta.

O grande benefício gerado pelo projeto não está na simples economia energética para a Embaixada, mas sim no seu impacto indireto. Através dessa iniciativa pioneira, a Itália demonstra seu forte apoio ao desenvolvimento da geração fotovoltaica no Brasil e no mundo, explica o ministro do Meio Ambiente da Itália, Corrado Clini. “Atuando como vitrine, a Itália não só insere empresas italianas no contexto energético brasileiro, mas também fomenta o mercado nacional de equipamentos e serviços ligados a esse tipo de energia renovável”, explica Clini.

O projeto consistiu também na implantação de um sistema de fitodepuração de águas residuais do edifício, dedicado às energias renováveis, ao tratamento das águas refluentes e à arquitetura ecossustentável (edificação social).

A implantação do sistema de depuração se apresenta como um jardim de aspecto esteticamente agradável, que não emite nenhum odor proveniente das águas residuais recicladas. Após a filtração e a depuração, as águas já utilizadas se transformam em água potável. Dessa forma, a embaixada não será mais ligada à rede de esgotos de Brasília, e possui a perspectiva de desconto de cerca de 50% da conta de água. Isso evitar o desperdício de água, com um sistema de tratamento que purifica a água utilizada para reuso na limpeza e jardinagem do edifício.

É importante lembrar que a população mundial está consumindo 50% mais recursos naturais do que o planeta pode oferecer e, segundo o Relatório Planeta Vivo, divulgado pela rede ambiental WWF, o crescimento da população e o consumo excessivo são os maiores responsáveis pela pressão sobre o meio ambiente. O Brasil está acima da média mundial na relação entre a demanda e a capacidade de regeneração do ambiente. A iniciativa do projeto Embaixada Verde vem mostrar que é possível reverter à situação, com soluções para a reversão dos problemas mundiais referentes ao meio ambiente.

EconomiaSC

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