Adélio Mendes, docente e coordenador do Centro de Competências para a Energia da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), vai receber em janeiro uma bolsa avançada (Advanced Grant) de dois milhões de euros do European Research Council (ERC).

O cientista portuense de 45 anos, coordenador do Centro de Competências para a Energia, foi distinguido pelo seu trabalho (Building Dye Sensitized Solar Cells), investigação na área das tecnologias fotovoltaica, potencialmente relevantes para a geração da eletricidade.

A bolsa agora atribuída irá ser investida nos próximos cinco anos no desenvolvimento de painéis celulares alternativos aos de silício, tecnologia ainda cara e feia esteticamente.

“Apesar dos dispositivos de silício, metálicos e escuros, custarem hoje menos seis vezes do que há seis anos ainda são mais caros do que a eletricidade contratada à EDP”, sustenta Adélio Mendes, convicto que o futuro, em termos de custos e beleza, estará no desenvolvimento das células solares fotovoltaicas.

“A diversificação de tecnologias neste domínio é de extrema importância e tem por meta contribuir para um sector fotovoltaico forte na Europa, capaz de satisfazer necessidades diferentes a custos competitivos”, diz Adélio Mendes.

Do Porto para a NASA

O investigador da FEUP explica que as células solares sensibilizadas com corante (DSC – dye sensitized solar cell), devido ao seu baixo custo de fabricação e à sua aparência semi-transparente, têm tudo para se transformarem numa tecnologia promissora de revestimento de telhados e fachadas.

“Absorvem a radiação e vão transformá-la em eletricidade a preços que serão competitivos, ao mesmo tempo que permitem que as falhadas adotem as cores e padrões escolhidos pelos proprietários dos edifícios, acrescenta o docente da FEUP.

A comercialização desta nova tecnologia, ainda dependente de alguns desenvolvimentos, como um novo tipo de selagem a vidro assistida por lazer, poderá chegar ao mercado já no próximo ano, através da empresa portuguesa Efacec.

Além deste projeto, no qual trabalha desde 2006, Adélio Mendes integra ainda uma equipa da NASA que investiga a produção de oxigénio de elevada pureza para enchimento de garrafas utilizadas pelos cosmonautas.

Fonte:http://expresso.sapo.pt/

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