Pela primeira vez desde 2009, o mercado solar térmico em Espanha cresceu. Em 2013, foram instalados 232.500 m2 (163 MWth), mais 1,5% do que em 2012, revelam dados da associação solar térmica espanhola, ASIT. O setor faturou 186 milhões de euros e é responsável por 4.650 postos de trabalho diretos.
Do total instalado, a legislação para os edifícios, que obriga à instalação de sistemas solares térmicos em edifícios novos, foi responsável por 69% (160.500m2), os incentivos das Comunidades Autônomas por 30% (70.000m2) e o sector terciário e industrial por 1% (2.000m2). Em termos de área acumulada, no ano passado, o país vizinho superou os 3 milhões de m2 instalados (3.197.090m2).
De acordo com a análise da ASIT, os resultados positivos foram conseguidos graças ao esforço que as fabricantes espanholas de colectores solares térmicos fizeram para optimizar os seus produtos, avançar para outros mercados, aumentando em 16% o nível de exportação relativamente a 2012, e reforçar a sua estrutura comercial, adaptando-se no seu território regional. Para além disso, a associação destaca ainda o programa de medidas de fomento à energia solar térmica que está a ser levado a cabo na Andaluzia e que contribui com a instalação de 69.537 m2 de nova área instalada na região.
Dada a fragilidade do sector, os espanhóis não falam ainda de recuperação. Todavia, estes números foram recebidos como sinônimo de esperança para a indústria, que admite a impotência das empresas para inverter a situação.
“Lamentavelmente, não depende de nós, da nossa capacidade de gestão, da nossa vontade de seguir em frente, nem sequer da nossa capacidade industrial, tecnológica e competitiva, com a qual, tal como os indicadores de atividade refletem, muitas das nossas empresas conseguiram posicionar-se no mercado internacional e sobreviver à crise do nosso país”, aponta.
Para a ASIT, o estado do sector deve-se à falta de vontade dos responsáveis políticos e de ideias dos grandes gestores institucionais, tanto ao nível das competências do Estado, como de muitas Comunidades Autônomas.
O mercado espanhol foi um dos mais afetados pela crise no sector da construção. Depois de crescer, em média, 63% por ano, entre 2005 e 2008, o solar térmico em Espanha registou uma queda a pique a partir de 2009 (de 402.000 m2 para 229.000 m2 em 2012). Numa tentativa de reanimar o mercado, o governo espanhol incluiu no seu Plano de Ação para as Renováveis 2020 um incentivo ao calor renovável, o ICAREN, que funcionaria como uma tarifa remuneratória, mas que nunca chegou a ir para a frente.
Fonte:http://edificioseenergia.pt/