A energia solar fotovoltaica cadastrou 400 projetos no total de 10.790 megawatts (MW) para participação no leilão de energia de reserva marcado para 31 de outubro, o primeiro em que não competirá com outras fontes e que poderá marcar a entrada definitiva da energia solar na matriz elétrica brasileira. A quantidade de projetos solares cadastrados equivale quase a uma hidrelétrica Belo Monte.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) informou nesta terça-feira que 1.034 projetos de geração de energia foram cadastrados para o leilão, no total de 26.297 megawatts. Desse volume, a energia eólica cadastrou 626 projetos, no total de 15.356 MW, e as térmicas a biogás e resíduos sólidos urbanos cadastraram 8 empreendimentos, somando 151 MW. Os projetos ainda têm que passar pela fase de habilitação para poderem efetivamente ofertar energia no leilão.
A maioria dos projetos cadastrados está na Bahia, sendo 236 eólicas e 161 usinas solares nesse Estado.
“O alto número de projetos cadastrados já nos permite antecipar que esse será um leilão bastante competitivo”, disse o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, em comunicado.
O leilão de reserva prevê a entrega da energia que será contratada a partir de 2017.
O Brasil tem a maior reserva de matéria-prima do mundo para a produção de painéis fotovoltaicos, mas tem optado por investir em fontes mais baratas como hidrelétricas. Mais recentemente, porém, o governo federal se voltou para a energia solar, na esteira de uma crise hídrica que baixou represas de várias usinas no país a níveis críticos e a matriz elétrica nacional passou a mostrar limitações.
A expectativa é de que o leilão contrate ao menos 500 megawatts em novos projetos. Mas alguns especialistas do setor apontam que a disputa poderá viabilizar até 1.000 MW, suficiente para atender mais de 4 milhões de residências, considerando um preço-teto de entre 230 e 260 reais por megawatt-hora (MWh).
Fonte:http://exame.abril.com.br/