Os pequenos empreendedores pernambucanos contam agora com um fundo específico para implantação de projetos de captação de energia solar. Os recursos serão disponibilizados pelo Banco do Nordeste (BNB) através da Agência de Fomento do Estado de Pernambuco (Agefepe), que operará um total disponível de R$ 5 milhões na primeira fase do programa PE Solar, lançado nesta sexta-feira (29) pelo governador Paulo Câmara. Os créditos são de, no máximo, R$ 300 mil e podem bancar até 80% dos custos da operação.
“Nosso objetivo é atender nesse momento 150 empreendedores locais, o que representa 30% da base de usuários de todo o Brasil. Com isso, estaremos ajudando os pequenos negócios locais a reduzirem suas contas de energia, além de estimular o desenvolvimento de um polo de energias renováveis no estado”, afirma o governador. Segundo ele, isso também irá propiciar a formação de uma cadeia produtiva local no setor.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Thiago Norões, o retorno do investimento deve ser sentindo em sete anos. “Algumas empresas irão conseguir produzir 100% da energia que consomem e, além disso, Pernambuco foi o primeiro estado a liberar a cobrança de ICMS sobre os créditos gerados que vão para a rede, ou seja, quem consumir menos que produz, ainda ganhará créditos livres de impostos da Celpe, que poderá ser abatido na conta em 36 meses”, esclarece.
O financiamento estruturado para o PE Solar prevê prazos de amortização de até oito anos (96 meses), com seis meses de carência, e cobrança de juros baixos, de até 8,24% ao ano para micro, pequenas e médias empresas, e de 5,3% ao ano para cooperativas e cooperados do setor rural. O pagamento em dia vai gerar bônus de adimplência, que reduzirá os juros para 7% e 4,5%, respectivamente.
O secretário da Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação, Evandro Avelar, adianta ainda que entendimentos com o setor produtivo já foram iniciados, a exemplo da Cooperativa dos Panificadores (Coopancosi). “Pernambuco tem grande potencial para geração de energia solar, e o PE Solar vai fortalecer as cadeias produtivas num momento de crise econômica e energética no país. Gerar a própria energia vai significar aos micro e pequenos empresários a possibilidade de escapar de aumentos nas tarifas, e até mesmo gerar crédito energético, o que pode baratear custos de produção”, complementa Avelar.