Os Emirados Árabes Unidos (EAU) oferecem um ambiente que promove o crescimento futuro da energia renovável e é um espaço natural para ser a sede de longo prazo da IRENA, disse o diretor-geral da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA), Adnan Amin, na primeira reunião da assembleia-geral da entidade.
De facto, os EAU deram alta prioridade à questão das alterações climáticas e das energias renováveis. O Departamento de Energia e Alterações Climáticas dos Emirados Árabes Unidos foi criado como parte do Ministério das Relações Exteriores em Março de 2010, com o propósito de ali sediar a IRENA. Mas o forte compromisso da nação para impulsionar soluções e tecnologias sustentáveis tem sido também demonstrado através de ações como a iniciativa Masdar, o código de construção verde de Abu Dhabi (Estidama), a World Future Energy Summit e o prémio Zayed Future Energy.
A cidade de Masdar, por exemplo, que está em fase de construção, pretende ser uma cidade sustentável neutra em carbono. O projeto está aberto a todo o tipo de tecnologias que promovam produtos e sistemas “verdes”, assumindo-se com um ninho de oportunidades para empresas e outras organizações que queiram explorar parcerias tecnológicas. Em causa estão as áreas de ambiente construído (construção de sistemas), infra-estruturas (potência energética, isolamento térmico / refrigeração, água, resíduos, TIC), e transporte (veículos, infra-estrutura, sistemas).
Mas não é apenas a dependência de combustíveis fósseis que os Emirados querem eliminar. A escassez de água é outra das questões que está a determinar as opções tecnológicas do pais. Estima-se que, até 2025, seja necessário investir 200 000 milhões de dólares (147 000 milhões de euros) em infra-estruturas e no tratamento de águas e águas residuais, até porque, em Junho de 2010, o regulador nacional anunciou novas regras para o tratamento de efluentes e no sentido de promover a reutilização de água.
A dessalinização é outra das grandes apostas na região: só o Dubai vai investir cerca de 20 000 milhões de dólares (15 000 milhões de euros) em unidades de dessalinização, nos próximos sete anos. Já este ano a Agência de Ambiente de Abu Dhabi anunciou o desenvolvimento de um projeto de dessalinização a energia solar que irá permitir reduzir custos e emissões de CO2. Os primeiros testes foram realizados em duas unidades-piloto, cada uma com capacidade de produzir 35 KWh. Atualmente existem 30 sistemas a ser testados na região.
Portugal presente na World Future Energy Summit em 2012
Portugal está já de olhos postos neste mercado. Na World Future Energy Summit José Sócrates encabeçou uma delegação de 60 empresários portugueses dos mais variados sectores. O pavilhão português, de 200 metros quadrados, mostrou as iniciativas mais inovadoras nas tecnologias de energia e sustentabilidade sob o conceito renovável. O Mobi-E na mobilidade eléctrica e o InovCity nas redes inteligentes estiveram entre os principais projectos expostos.
A Secretaria de Estado da Energia e da Inovação faz um balanço «muito positivo» desta participação portuguesa, sublinhando o interesse dos gestores em participar no próximo fórum anual, a realizar em 2012. “Se há alguma coisa que se pode aprender com a experiência portuguesa é que é possível obter resultados em pouco tempo. Em seis anos, mudamos o cenário da energia”, referiu o Primeiro-ministro, no seu discurso aquando da cimeira.
A Zagope actua nos Emirados Árabes Unidos através da sua participada Zagope Gulf Contracting, LLC. Recentemente, esta empresa, com sede em Abu Dhabi, obteve uma Licença Especial, que lhe permite apresentar-se a qualquer concurso de Obras Públicas nos Emirados Árabes Unidos. No domínio das renováveis, a Janz, Solar Plus e Eneida aspiram a conquistar este mercado, depois dos inúmeros contatos frutíferos que resultaram da sua participação na World Future Energy Summit.
Studio Equinócio
Fonte: http://www.destakes.com/