Participe e se mobilize: o Ministério de Minas e Energia (MME) prorroga o processo de Consulta Pública referente ao Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE 2020, por meio da Portaria nº 441, publicada no dia 19 de julho no Diário Oficial da União (D.O.U.). As sugestões devem ser enviadas até 30 de agosto de 2011 para pde2020@mme.gov.br, ou para Esplanada dos Ministérios, Bloco “U”, 5º andar, CEP 70065-900, Brasília-DF.

O Plano Decenal tido como um dos principais instrumentos do planejamento energético brasileiro tem orientado boas e más decisões relacionadas ao equilíbrio entre o crescimento econômico do país e a oferta de energia. Más decisões porque o crescimento da oferta de energia nem sempre leva à real prosperidade do cidadão e muitas vezes desconsidera a preservação e a recuperação da natureza, bens estes que realmente necessitam de cuidado, pois podem levar nossa vida junto. Não custa lembrar novamente que privilegiar os recursos fósseis e nucleares é apostar em recursos finitos com prazo de extinção decretado e que apresentam maiores riscos à natureza e à vida.

Quem sabe desta vez, a sociedade brasileira se mobilize de uma vez por todas para demandar do governo a inserção massiva das energias renováveis solares distribuídas na nossa matriz. Afinal Sol não falta em nenhum lugar de nosso extenso e rico território. Fontes solares incontáveis esperam para ser desenvolvidas e aplicadas. Que tal se os 9,5 bilhões de reais destinados à perigosa Angra 3 fossem destinados a um programa solar ou se uma parte das dezenas de bilhões destinadas a Belo Monte, que a cada dia se torna mais inviável do ponto de vista ambiental, social, energético e econômico, fossem destinados a um programa inédito e massivo de investimento nas energias solares, eólicas, biomassa solar,etc privilegiando uma geração mais distribuída e uniforme de recursos e de renda com uma intensa geração de empregos verdes, já que todos sabemos que os recursos solares geram muito mais empregos por unidade de energia que as demais fontes fósseis e nucleares.

A inserção do aproveitamento da energia solar em todas suas aplicações deveria passar a prevalecer e ser pauta do dia não somente no MME, mas na agenda dos cidadãos que tem por dever exigir do governo e de nossas lideranças a mudança imediata da intensa e quase que exclusiva continuidade do pensamento baseado nas fontes fósseis e nos grandes empreendimentos hidrelétricos. Precisamos nos reaproximar de nossas fontes de energia para baixar os custos para toda a sociedade. Reaproximar-nos das fontes de alimentos para reduzir seu custo. Reduzir os caminhos onde buscamos nossas fontes de vida, como a água. As fontes mais baratas são justamente as que estão muito próximas e em geral não tem dono ou não deveriam ter: imaginem, ninguém pode ser dono do Sol não é mesmo e vamos continuar escutando que energia solar é cara e não está desenvolvida o suficiente. Se uma boa parte do dinheiro que se aposta no Brasil para manter a economia centralizada e fóssil fosse já investido num plano agressivo de energia solar distribuída, expansão de redes inteligentes e politicas mais contundentes de eficiência energética, o Brasil se tornaria uma potência solar e contribuiria de forma importante com várias outras nações do mundo, afinal não estamos sozinhos na esperança de criar uma economia planetária ecológica… solar.

Por Carlos Faria e Délcio Rodrigues

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