O alemão Markus Kayser criou, projetou e construiu uma máquina que utiliza painéis fotovoltaicos para alimentar um computador e o funcionamento eletromecânico de uma impressora 3D. A invenção foi chamada de “Solar-Sinter”.

A cabeça da impressora possui uma lente que concentra a luz solar de uma lente maior Fresnel, em um tabuleiro de areia. Este feixe focado atinge temperaturas de mais de 1400°C, capaz de derreter a areia e formar um vidro ou objeto de cerâmica. Mesmo sendo bastante diferente das impressoras tradicionais, a ideia não é inteiramente nova.

O primeiro teste foi realizado em 2011, no deserto marroquino. A máquina foi concluída em meados de maio e no final do mês foi levada ao deserto do Saara, perto de Siwa, no Egito, por um período de teste de duas semanas. A máquina e os resultados desses primeiros experimentos representam os primeiros passos significativos no sentido de prever o grande potencial de uma nova ferramenta de produção movido a energia solar.

Kayser deu os primeiros passos no sentido de tornar este sonho possível. Ele é bacharel em Design 3D pela Universidade Metropolitana de Londres e mestre em Design de Produtos no Royal College of Art, Londres.

Em entrevista ao site Green Prophet ele falou sobre as mudanças que gostaria de ver na maneira pela qual os produtos são manufaturados e consumidos. Ele explica que seu projeto questiona a produção atual de uma forma positiva e que gostaria de ver mudanças na forma como a energia é utilizada. Neste caso, significa usar o imenso poder do sol de uma forma mais direta do que apenas a conversão em eletricidade.

O designer afirma que gostaria de desenvolver um material capaz de substituir o concreto, como um material de construção. “Penso que há uma lógica base, que é a de que a luz solar está ‘alimentando’ a terra como um todo e que esta energia pode também ser utilizada para fabricar produtos ou até mesmo edifícios.”

A produção de concreto libera grandes quantidades de CO2, consome combustíveis fósseis e exige grandes quantidades de água. O “Solar-Sinter” não.

O protótipo não foi desenvolvido para produção em massa, mas tem como objetivo inspirar as indústrias a olharem nesta direção. Para o criador do projeto, a máquina tem um grande potencial na arquitetura e infraestrutura sanitária.

No momento Kayser está sendo patrocinado por uma grande fabricante de cerâmica (KOHLER), interessada ​​no processo de como eles veem o seu potencial para a fabricação futura. “Eu acho que é um pequeno começo na participação da indústria de realmente começar a pensar nessa direção”, explicou.

Quando o questionaram sobre como a impressão 3D pode alterar a relação entre consumidores, fabricantes e meio ambiente, o alemão disse: “A impressão 3D está se movendo em duas direções: impressoras de mesa e impressoras para customização de produtos em massa. Acho que ambas terão um grande impacto em como os produtos são consumidos, bem como na fabricação. Se, por exemplo, eu posso modificar um produto para as minhas necessidades pessoais antes de comprá-lo, isso pode ter um impacto sobre a maneira como sinto o produto e sua usabilidade e eu poderia pensar duas vezes antes de jogá-lo fora uma vez que eu era parte de sua criação. E isso poderia levar a um menor consumo.”

Fonte:http://www.ciclovivo.com.br/

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