A apenas um dia da inauguração da primeira usina comercial de energia solar do Brasil, a MPX Tauá, o Ceará avança na estruturação de uma cadeia produtiva para o setor. Há pelo menos 20 empresas de vários países do mundo querendo se instalar no Estado em várias áreas ligadas ao setor. As companhias são brasileiras, indianas, chinesas, portuguesas e espanholas. Além de Tauá, Sobral, Russas e Cariri também receberão projetos.
O objetivo é desenvolver atividades não apenas na montagem de painéis solares, mas desde a extração de quartzo, silício e fabricação de células fotovoltaicas de captação de energia solar. Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Francisco Zuza de Oliveira, esse esforço vai garantir a redução do valor pago pela energia solar de aproximadamente R$ 500 o MW/h (megawatts/hora) para R$ 140 o MW/h, que é o valor comercial para fontes como a hidrelétrica.
A estruturação da cadeia também será possível com a implementação do Fundo de Incentivo à Energia Solar do Estado do Ceará (Fies), que irá subsidiar os preços aos produtores até que a viabilidade econômica seja possível. O Fundo deverá ser regulamentado até o final do ano.
Segundo Zuza, a energia solar começará a ser barateada em processo parecido com o ocorrido com a eólica. “Na década de 1990, o Ceará foi inovador na matriz de energia eólica e agora o Estado começa esse projeto de energia solar quando ninguém tinha feito”, destacou
Leilão
Até o próximo ano, o Governo Federal deverá lançar um leilão específico para energia solar, segundo Zuza. O Ceará que, segundo ele, já possui vantagem competitiva, seria beneficiado pelos preços mais competitivos.
Para o professor do departamento de engenharia mecânica e de produção e consultor na área de energias alternativas, Francisco José Wanderley Osterne, inicialmente a energia solar é cara, mas é necessário vislumbrar também os custos ambientais. Além disso, é garantia de chegar à autossuficiência energética no Estado.
Tauá
A MPX Tauá já está operando, com capacidade de produção de 1 MW, suficiente para abastecer 1.500 residências. A usina teve investimentos de R$ 10 milhões, e deverá ter sua capacidade expandida para 5 MW.
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
O Estado poderá avançar na estruturação da cadeia produtiva da energia solar, ganhar competitividade de mercado, sobressair-se nesse tipo de energia e ser referência. No entanto, é necessário investimento.
Fonte:http://www.opovo.com.br/