Na próxima terça-feira, 24/11, às 10h, serão votadas as alterações na resolução que permite ao brasileiro gerar sua própria energia. Agora, o Governo quer que o cidadão que produz energia em um local e escolhe abater os créditos em outro tenha de 30 a 80% menos ganhos! Não podemos deixar isso acontecer! Acompanhe a votação e diga à Aneel que não queremos mais retrocessos! A ANEEL está propondo melhorias sim à política solar mas de forma retrógrada retira importantes incentivos ao cidadão brasileiro para que ele produza e compartilhe sua energia de forma quase gratuita. A energia solar precisa ser organizada colaborativamente e compartilhada entre todos nas comunidades para criar economias laterais fortes o suficiente para levar o custo da energia a próximo de zero para todos na sociedade. É disto que estamos falando. De ter acesso à energia a um custo próximo de zero nos próximos anos.
Vamos lhes dizer que daqui 25 anos você estará vivo e a maior parte da energia que você usará nos seus eletrodomésticos, para tocar o seu negócio, dirigir seu carro e operar cada setor da economia global terá um custo marginal quase zero. Isso começa a acontecer para vários milhões de pessoas que transformaram suas casas e empresas em pequenas usinas solares para produzir sua energia in loco. Mesmo antes de qualquer custo fixo de compra e instalação dos equipamentos solares ser amortizado- geralmente num período curto de 3 a 8 anos – o custo marginal da energia produzida por você é praticamente gratuito. O Sol coletado em seu telhado é gratuito. Nos próximos anos centenas de milhões de pessoas irão produzir a própria energia renovável em casa, na empresa e nas fábricas e irão compartilhar e trocar esta energia online assim como compartilham informações e músicas hoje. Em nenhum outro setor da economia discute-se mais a exponencialidade do que na indústria da energia solar e seu impacto é ainda mais pronunciado quando consideramos o vasto potencial do Sol como futura fonte de energia: o Sol emite 470 Exajoules de energia para nosso planeta a cada 88 minutos o que corresponde à quantidade de energia que o planeta usa em um ano. Vamos sim produzir nossa energia e mais do que isto, se pudermos armazenar apenas 1% da energia solar que incide na Terra, isto nos fornecerá 6 vezes mais a quantidade de energia que utilizamos atualmente na economia global.
O custo da energia solar será tão mais barato que durante certos períodos do dia a quantidade de energia distribuída na rede excederá a demanda instantânea de energia resultado em preços negativos e estes preços negativos de energia já surgem em vários lugares do mundo. Isto sinaliza que é necessário reduzir ao máximo os investimentos em usinas termoelétricas fósseis e hidroelétricas gigantescas e inviabilizar da forma que for possível o investimento em usinas “ sujas”. Isto reponde de onde virá o dinheiro para montar e financiar a estrutura de distribuição e gestão desta rede de energia. Não virá do bolso do cidadão e sim da eliminação completa dos subsídios e incentivos ofertados à economia fóssil do século passado. O plano no Brasil ainda parece ignorar os efeitos das mudanças climáticas e as consequências devastadoras para os ecossistemas e para a vida humana. A proposta da ANEEL é parte do retrocesso climático ao retirar incentivos importantes para o rápido e pleno desenvolvimento das energias solares e distribuídas no Brasil.
É necessário também entender que as energias renováveis distribuídas já estão próximas de um custo marginal zero para milhões de pessoas. Ganhar escala para que todos do planeta possam produzir sua própria energia e compartilha-la com quem bem entender a um custo próximo de zero é a próxima grande tarefa para a nova sociedade econômica da era do compartilhamento. Qualquer proposta diferente desta representa um retrocesso econômico, social e ambiental sem precedentes e por isso devemos dizer à ANEEL e a todos setores que tentam dificultar, burlar, reduzir os incentivos e benefícios para frutificação do pleno desenvolvimento da energia solar distribuída que não aceitaremos retrocessos. Sabemos sim mas os mais jovens sabem melhor que as companhias tradicionais de energia e o modelo de planejar energia é o próprio arquétipo do poder centralizado e de todos os males que impingiram ao mundo mas o futuro breve oferece uma cura a estes males e se materializa em associações abertas, cooperativas e colaborativas que democraticamente produzem e compartilham sua própria energia renovável limpa e poderosa e é a bandeira que inspira as próximas gerações a se mobilizarem, a bandeira da sustentabilidade com prosperidade, acesso e abundância.