Um edital da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) voltado a projetos de energia alternativa financiará a instalação de mais de duas mil placas de energia solar junto ao aeromóvel do Aeroporto da Capital. Assinado em 2011, o projeto passou por mudanças e por isso, um termo aditivo será assinado nos próximos dias entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Companhia Estadual de Energia Elétrica para garantir a sua implantação.

Criador do Aeromóvel, Oskar Coester explica que a proposta do convênio é estudar a viabilidade do aumento da potência para o aeromóvel. Financiado pelo Fundo da Aneel, o uso das placas solares aumentaria a energia durante o deslocamento do aeromóvel.

— O ideal seria mover todo o aeromóvel com energia solar, mas é um sonho, ainda longe da realidade — diz Coester.

Apesar do nome, o Aeromóvel é movido por energia elétrica, e não eólica, como muitos costumam pensar.

Além da instalação das placas fotovoltaicas, a iniciativa contempla a realização de um mapa solar de Porto Alegre, que em outras palavras, representa um diagnóstico dos telhados da cidade mais propícios para receber placas solares. Iniciativa semelhante a essa foi realizada em Berlim, na Alemanha, onde um inventário permitiu demarcar o potencial do sol levando em conta o ângulo e a orientação dos telhados.

Atualmente, em Porto Alegre, há poucas instalações desse tipo, a maioria delas iniciativas individuais ou de empresas preocupadas com questões de sustentabilidade, explica Arno Krenzinger, do Laboratório Solar da UFRGS. O próprio laboratório da universidade federal é um exemplo. Lá são testadas as placas antes de o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) aprovar a importação para o Brasil.

— O Inmetro certifica as placas que são compradas, em geral, da China. Recebemos os módulos das empresas, fazemos a medição e enviamos relatórios antes que seja autorizada a venda no Brasil — explica Arno.

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CUSTO

A média de tamanho das placas é 1m de largura por 1,6m altura. O custo médio é de R$ 1,5 mil, e a instalação completa custa, em média, R$ 10 mil. O retorno do valor ocorre em longo prazo: pode demorar cerca de 15 anos para a pessoa abater o investimento.

FABRICAÇÃO

Para a elaboração das placas são utilizadas diferentes tecnologias, algumas de silício cristalino (fixados atrás de vidro para dar resistência mecânica) e filmes finos (de silício amorfo, telureto de cádmio, cobre, índio, gálio e selênio) e alguns são sobre lonas, com mais maleabilidade. No Brasil há uma fábrica, mas produz poucos módulos. O resto é importado de países como a China, onde a mão de obra é mais barata e há menos impostos.

LEGISLAÇÃO

No Brasil, a opção adotada com as concessionárias de energia é a troca. Não há dinheiro no repasse. A partir de um medidor bidirecional, fica registrada a energia entregue e utilizada. No momento em que não é utilizada, a energia é entregue para a concessionária. Uma regulamentação da Aneel de 2012 obriga a concessionária a aceitar esse tipo de contrato. Quem usa energia solar em sua casa fica com crédito para ser abatido posteriormente. Na conta de luz tem que ser discriminado, o saldo de débito e o devedor. Em outros países, como Alemanha e Espanha, a legislação obriga a concessionária a comprar a energia solar produzida pelas pessoas por um preço mais alto do que energia normal.

CÉLULA FOTOVOLTAICA

Como funciona a conversão da energia solar em energia elétrica

— É um fenômeno físico conhecido como efeito fotovoltaico.

— A célula fotovoltaica é o dispositivo que realiza esta conversão.

— Uma típica célula fotovoltaica é constituída por silício onde é formada uma junção similar a de um diodo semicondutor.

— Ao receber a radiação solar, o material da célula fotovoltaica absorve a energia dos fótons incidentes gerando pares elétrons-lacuna.

Estes pares são separados pelo campo elétrico formado na junção PN.

— A energia obtida da radiação solar é convertida em energia elétrica e pode alimentar equipamentos elétricos.

Fonte: Labsol / UFRGS

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