O Comitê Executivo (ExCo) da Agência Internacional de Energia (IEA) decidiu lançcar duas novas tarefas relacionadas com o tema energia solar térmica.
As tarefas já têm o seu número e título : “IEA SHC Task 48 – Garantia de qualidade e medidas de apoio para a refrigeração solar” e “IEA Task SHC 49 – calor solar de processo e aplicações avançadas”. As tarefas da IEA servem principalmente para reunir especialistas de vários países em torno de um tema e o dinheiro para a participação do trabalho nas tarefas vem de projetos individuais de cada país.
Estranhamente o Brasil não participa oficialmente das tarefas da IEA, o que dificulta o intercâmbio e inovação tecnológica no país, mesmo já estando entre os 5 maiores mercados de energia solar térmica do mundo, comenta Carlos Faria, diretor do Studio Equinócio.
No contexto da tarefa 48, os especialistas vão analisar como refrigeração solar pode ampliar seu mercado e ser usada em aplicações industriais . A tarefa dá continuidade às tarefas 25 e 38, que se dedicaram à trabalhos conceituais e fundamentais seguidos por projetos de demonstração. Os trabalhos da tarefa 48, que vai durar 3 anos, começarão em Outubro de 2011, com uma reunião de lançamento realizada no ESTEC- Conferência Européia de Energia Solar Térmica, que acontecerá em Marselha, evento que contará com a participação do Studio Equinócio.
Nos últimos anos tem havido progresso na área de calor de processo solar e este é o tema da Task 49, que dá continuidade à sua precurssora a tarefa 33. Como parte da nova tarefa, os participantes pretendem desenvolver coletores especiais para altas temperaturas e procurar novas formas de integrar o calor solar aos processos industriais. O trabalho da tarefa 49 começará em janeiro de 2012 e vai continuar por quatro anos.
É importante compartilhar a visão de que a energia solar térmica pode suprir senão toda grande parte das demandas de calor e frio das edificações. No Brasil há um enorme potencial para aplicações da refrigeração solar, evidentemente até porque quando mais se precisa de frio, mais Sol há disponível. No setor industrial, vários setores podem se aproveitar do calor solar de processo, para processos de lavagem, secagem, esterilização,etc. “Estaríamos em posição de aproveitar melhor estas tecnologias se o Brasil participasse oficialmente das tarefas da IEA pois temos cientistas, consultores e empresas competentes e inovadoras no país capazes de contribuir e colocar o Brasil como uma potência solar”, finaliza Faria.