O crescimento médio anual da demanda por eletricidade no Brasil deverá ser da ordem de 4,5% nos próximos dez anos. Segundo estimativa da Empresa de Planejamento Energético (EPE), o consumo passará de 472 mil gigawatts-hora (GWh), em 2011, para 736 mil GWh em 2021. Até 2030, estudo da consultoria Ernst & Young em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas Projetos aponta que o País será o sétimo maior mercado consumidor de energia.

Para suportar esse consumo, observando a atual matriz energética brasileira, a maior parte da geração, em torno de 66,5%, é proveniente das usinas hidrelétricas, com mais quase 27% vindos das térmicas. Nesse contexto, fontes complementares como as do vento e do sol, as chamadas energias eólica e solar, apesar do grande potencial do País e do aumento dos investimentos nos últimos anos, ainda são presença diminuta no total da oferta interna.

Maior destaque

Por enquanto, um dos destaques vem sendo a fonte eólica, cuja produção, segundo a EPE, totalizou, no ano passado, 2,7 mil GWh, expansão de 24,2% ante 2010. O elevado percentual de crescimento prenuncia o que deverá ocorrer de forma mais expressiva nos próximos quatro anos, quando novos parques, já em construção, deverão entrar em operação.

Sem contar que muitos outros, com projetos já concluídos, aguardam os próximos leilões para aquisição desse tipo de energia, já marcados para o segundo semestre de 2012, afim de saírem do papel.

Espaço para avançar

No caso da fonte solar, até agora, conforme o Banco de Informações de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), apenas em torno de 1,5 GWh estão sendo gerados, por meio de oito empreendimentos espalhados pelo País. Porém, em escala comercial, existe somente 1 megawatt (MW), produzido por uma usina localizada em Tauá, no Interior do Ceará. Este é o único empreendimento do gênero na América Latina, mas que abre um grande espaço para que se possa avançar, sobretudo no Brasil. Por enquanto, as demais iniciativas ainda são de microgeração.

A expectativa é de que até o fim deste ano um leilão para aquisição de energia desta fonte venha a ser marcado. Por outro lado, o que também deverá ajudar nessa expansão é a aprovação, pela Aneel, desde o último dia 17 de abril, de regras que incentivam a microgeração no País. Dentro de alguns meses, os clientes de energia poderão deixar de ser agentes passivos, passando a gerar a própria energia em sua residência ou empresa.

Cobrança

Mesmo diante do fato de mais de 90% da energia elétrica gerada em território nacional já ser considerada limpa, a cobrança por uma maior presença das fontes eólica e solar na matriz energética do País é uma constante, ainda mais agora, quando o Brasil sediou, nas últimas duas semanas, a Rio +20, a conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, que debateu amplamente este, entre outros temas.

A questão atualmente é: o que ainda falta para que as energia eólica e solar, em franca expansão no País, passem a fazer parte mais maciçamente do dia a dia da população? Quais os desafios para que isto de fato venha a acontecer?

Fonte:http://diariodonordeste.globo.com

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