Autor: Jéssica Lipinski – Fonte: Instituto CarbonoBrasil/The Guardian
Relatório sugere que queda nos preços da energia solar e aumento no custo dos combustíveis fósseis podem tornar instalações solares competitivas em menos de dez anos
O custo dos módulos solares tem caído rapidamente e até 2013 pode chegar a metade do valor de 2009, o que possibilitaria à energia solar a se tornar competitiva em menos de uma década, indica uma nova pesquisa da Ernst and Young.
A análise foi feita com base nas informações fornecidas por dez empresas britânicas que trabalham com uma gama de tamanhos de sistemas acima de 50 kW que são atualmente instalados no Reino Unido. De acordo com a pesquisa, o preço do módulo solar caiu de mais de US$ 2 em 2009 para US$ 1,50 em 2011. Com essa continua queda, o estudo prevê que o preço deve chegar perto de US$ 1 até 2013.
Além disso, o relatório considerou fatores como despesas iniciais, preços de combustíveis e taxas de preço da energia para estimar quando a energia solar se tornará competitiva em relação às fontes fósseis.
Segundo o estudo, com a continuidade de subsídios em curto prazo, as instalações solares em larga escala se tornarão competitivas entre 2016 e 2019, e em dez anos poderão mesmo se tornar competitivas no mercado mesmo sem auxílios.
Atualmente, as instalações solares são economicamente viáveis em alguns países em residências e empresas apenas por causa dos subsídios governamentais, mas a pesquisa indica que o aumento no preço dos combustíveis fósseis pode tornar as solares competitivas em uma década – menos do que se esperava previamente.
A pesquisa vai ao encontro de outros relatórios, que já apontavam para a queda no preço da energia solar e uma consequente competitividade. “O relatório reforça o que nós explicamos na nossa estratégia de Revolução Solar e vem de uma consultoria independente”, declarou Howard Johns, presidente da Associação de Comércio Solar (STA).
Ben Warren, principal autor do relatório da Ernst & Young, afirmou que a análise sugere também os benefícios que a energia solar pode trazer para a economia. “Se você cria um mercado sustentável, você gera economias e direciona benefícios econômicos em termos de renda de impostos e criação de empregos”, disse.
No entanto, Warren lembra que por enquanto, os subsídios ainda são necessários, pois ajudam a gerar novas fontes de capital que podem acelerar o desenvolvimento das energias renováveis. “O mercado de energia está faminto por capital – e o capital não virá todo de empresas públicas e bancos. Há uma necessidade desesperadora de criar compromissos com investidores institucionais”, explicou.