Desde que o programa governamental de feed-in-tariffs ( tarifas-prêmio) foi introduzido em abril de 2010, 38.602 painéis solares fotovoltaicos foram instalados no Reino Unido com uma capacidade total instalada de 107.5MW. O mais interessante disto é que quase todas estas instalações (37.843 equivalente a 101.5MW) são sistemas domésticos , ou seja através de uma inteligente geração distribuída. Entretanto apesar do setor doméstico felizmente dominar a aplicação da tecnologia, há ainda um número de mercados emergentes que sinalizam cenários ainda mais positivos.

O CEO da Solarplaza, Edwin Koot, explica: “Apesar do início das feed-in-tariffs e da nova revisão tarifária anunciada pelo Governo, o Reino Unido ainda é um lugar muito interessante para se apostar na energia solar fotovoltaica. Esperamos que instalações domésticas continuem a dominar, mas existem vários outros setores que poderão aproveitar os benefícios, mesmo que a tarifa feed-in seja restrita aos sistemas menores de 50kW.

“A comunidade agrícola por exemplo tem mostrado grande interesse em painéis solares para telhados de seus celeiros, porque a ação permite a diversificação das atividades e uma maior proteção da renda contra a volatilidade dos preços das commodities e da energia. Em novembro de 2010 a empresa Solarsense completou a maior instalação privada do Reino Unido – uma disposição de 200kWp de painéis solares na Worthy Farm. Desde então, o interesse disparou e uma pesquisa recente realizada pela Farming Futures revelou que quatro em cada cinco agricultores querem instalar painéis solares fotovoltaicos em seus telhados dentro dos próximos três anos.

“A habitação de interesse social é outro local onde se aposta no crescimento; não surpreende já que um quinto das casas no Reino Unido são de propriedade de associações de habitação. Para estes, o setor PV pode reduzir a conta de eletricidade dos inquilinos em mais de £ 150 por ano e ajudar a superar a pobreza. A Peabody, uma das maiores e mais antigas associações de Londres, já defende a energia solar fotovoltaica para suas casas e já instalou mais de 200kWp até o momento. Parte da eletricidade gerada é usada pelos moradores e o excesso de energia disponível é disponibilizada à empresa Good Energy fornecedor de energia que abastece seus clientes com 100% de energia renovável.

“O setor sem fins lucrativos também continua a abraçar a energia solar fotovoltaica. Muitas escolas estão se beneficiando com contas de eletricidade mais baratas. Igrejas podem ser ideais para a energia solar – o altar é normalmente construído de frente para o leste o que significa que muitos têm telhado perfeitamente virado para Sul ( no Brasil a orientação adequada seria o Norte).

“Uma área cuja adoção da solar fotovoltaica tem sido lenta é o setor comercial. Há um monte de escritórios e fábricas no Reino Unido com telhados que poderiam produzir energia, reduzir as contas e gerar uma renda através de um sistema de médio porte. Os dados atuais sugerem que há cerca de 1,5 MW instalados em edificações comerciais. Este mercado, provavelmente precisa de mais consciência e um melhor entendimento do negócio da energia solar. Infelizmente, a atual incerteza sobre o futuro da política solar não vai ajudar esse setor sair do chão. ”

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