O Instituto Português de Energia Solar (IPES), esta terça-feira criado em Évora, reclama maior atenção do Governo para o sector que, das energias renováveis, é o que tem “maior potencial de utilização”.

“Nós temos, de facto, uma situação privilegiada nesta área do solar e temos competências. O solar vai desenvolver-se no mundo inteiro e há uma oportunidade excelente para o país”, frisou Manuel Collares Pereira, director do IPES.

O responsável realçou que, no que toca às energias renováveis, aquela que “tem maior potencial de utilização” é a energia solar, mas é também aquela, “infelizmente, que ainda não estamos a explorar a fundo”.

A energia solar não tem “a importância” que o país, no passado, já atribuiu “à hídrica e à eólica”, continuou, defendendo que “há alguma atenção” por parte do Governo relativamente a este potencial energético, “mas pode haver muito mais”.

“É preciso ajudar o Governo a definir uma política energética que dê espaço para estas tecnologias” da energia solar, defendeu Manuel Collares Pereira, pelo que o IPES pretende propor ao Governo ideias concretas que, na prática, impulsionem essa indústria.

O Instituto Português de Energia Solar, cuja escritura pública de constituição foi hoje assinada, é liderado pela Universidade de Évora, que possui 27 por cento do capital inicial, que ronda os 60 mil euros.

O organismo integra mais 19 associados fundadores, entre instituições de investigação científica e empresas ligadas à área, mas está disponível para agregar todas as entidades nacionais que estejam interessadas.

O director do instituto frisou que, através desta parceria, a ideia é fomentar “novos produtos, novas maneiras de explorar tecnologia que existe, eventualmente, até novas tecnologias e provocar oportunidades para haver demonstrações tecnológicas”.

A energia solar tem inúmeras aplicações, para além do fotovoltaico, realçou, exemplificando que pode ser utilizada para aquecimento e climatização na indústria ou para fazer combustíveis, o que tem impacto nos transportes, mas isso exige “mais investigação”, que o IPES quer estimular.

“Existem muitas competências nesta área no país e é bom poder juntá-las e potenciar uma indústria que seja capaz de exportar, quer conhecimentos, quer tecnologia, quer mesmo equipamentos”, concluiu.

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