O Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Ciência e Tecnologia, está desenvolvendo cinco outros projetos para diversificar a matriz energética do Arquipélago de Fernando de Noronha.

O município de Petrolina, localizado no Sertão do São Francisco, ganhará uma planta piloto de uma usina heliotérmica, geradora de energia limpa por meio da transformação térmica dos raios do sol. O convênio assinado na manhã desta sexta-feira (22) entre a Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sectec), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT), Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no valor de R$ 27,5 milhões, irá garantir a construção da unidade. O terreno já está garantido e o início das obras de terraplanagem está previsto já para o próximo mês de agosto.

A usina, com capacidade para gerar um megawatt de energia, terá como objetivo o estudo e desenvolvimento de novas tecnologias e capacitação de mão de obra qualificada para trabalhar na diversificação da matriz energética do Estado e na redução dos impactos ambientais. A sua construção prevê a instalação de um Centro de Pesquisa que será responsável pelo estudo das tecnologias empregadas e de novas tecnologias, a certificação de equipamentos e a formação de mão de obra.

“A formação de mão de obra irá contribuir para a atração de novas empresas para Pernambuco, que poderão contar com pessoal qualificado local para a diversificação de nossa matriz energética”, afirma o secretário de Ciência e Tecnologia, Marcelino Granja.

Dos R$ 27,5 milhões de investimentos, 17,3 milhões serão aportados pela Finep, R$ 5 milhões pela Sectec, R$ 4,2 milhões pelo Cepel e R$ 1 milhão pela UFPE. O projeto será executado pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), entidade coordenada pela Eletrobrás, e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A conversão heliotermelétrica funciona com vapor de água em caldeiras para movimentar um gerador. Uma usina usa concentradores solares para aquecer fluidos e gerar eletricidade. O princípio de funcionamento é similar ao de uma termelétrica, com a diferença que o calor que alimenta as turbinas é gerado pela luz do Sol.
No mesmo terreno, em Petrolina, também será instalada uma usina fotovotaica, numa parceria entre a Sectec, Chesf e UFPE. Nesta usina, que irá gerar três megawatts de energia, serão investidos R$ 45 milhões. Placas instaladas no local irão captar a energia do Sol e transformá-la em eletricidade

Novos Projetos

O Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Ciência e Tecnologia e de demais parceiros, está desenvolvendo cinco outros projetos para diversificar a matriz energética do Arquipélago de Fernando de Noronha. Os projetos visam reduzir o uso da energia gerada a partir da Usina Termoelétrica Tubarão, que utiliza óleo diesel poluidor como combustível, por energia limpa, além de dar uma destinação a todo o lixo produzido no Arquipélago. Todos estarão em operação até o final de 2013.

“O diesel utilizado na Termoelétrica é nocivo ao meio ambiente de Noronha. E a logística para transporte do lixo produzido no Arquipélago é complicada e de custo elevado. Com esses novos investimentos, iremos resolver problemas sérios da Ilha”, destacou Fernando Machado.

Paraíso natural como exemplo de sustentabilidade

O Arquipélago de Fernando de Noronha, reconhecido como uma das maiores belezas naturais do mundo, com praias, baías, relevo, natureza e história riquíssima, também passará a ser um exemplo de sustentabilidade. A energia que hoje é gerada por uma usina termoelétrica poluidora, passará gradualmente a ser produzida a partir de duas usinas solares, treze pequenas turbinas eólicas, uma usina marítima e uma usina de tratamento de lixo.

Atualmente, a população de Noronha tem um consumo de 2,3 megawatts e a Usina Termoelétrica Tubarão gera 4,2 megawatts de energia.
Fernando de Noronha está recebendo duas plantas de usinas solares fotovoltaicas com capacidade para gerar cerca de um megawatt de energia, o equivalente a 40% do que é consumido atualmente na Ilha. Os dois projetos recebem recursos da Celpe.
A primeira usina será instalada nas dependências do Departamento de Proteção ao Vôo (DPV), da Aeronáutica, num investimento de cerca de R$ 10 milhões. Ela deverá gerar 400 kilowatts. A segunda, com capacidade para gerar 600 kilowatts, será instalada nas placas de captação de água existente no bairro do Boldró, próximo à usina termoelétrica.

No Arquipélago, também serão instaladas 13 pequenos aero-geradores eólicos com capacidade para gerar cerca de 1/2 megawatts de energia. O Governo do Estado, por meio da Sectec, deverá investir R$ 975 mil nesse projeto. O edital para a aquisição dos equipamentos encontra-se aberto.

Noronha também ganhará uma usina de geração de energia pelo movimento das ondas do mar, num investimento de cerca de R$ 25 milhões. O projeto, além da Sectec, deverá contar com apoio do Ministério de Minas e Energia e Chesf, será responsável pela geração de um megawatt de energia limpa. Placas de aço serão instaladas a 20 metros de profundidade e irão se mover acompanhando o balançar das águas produzindo energia elétrica.

“É importante destacar que essa usina terá uma geração contínua de energia ao contrário das usinas solares e eólicas, que podem ter uma variação em sua produção”, destacou o gerente geral de Política de Ciência, Tecnologia e Inovação da Sectec, Fernando Machado.

O outro projeto é uma usina para tratamento térmico do lixo, capaz de processar três toneladas de resíduos sólidos não-recicláveis por dia, convertendo o material em gás que irá acionar um turbogerador, gerando cerca de 80 kilowatts de energia. Além de gerar energia, essa usina irá solucionar o problema de destinação de todo lixo da Ilha, que hoje é enviado para o continente, em uma logística complicada e de alto custo.

A compra dos equipamentos para a instalação da usina está sendo negociada com uma empresa Norte Americana. “São os equipamentos mais modernos atualmente e que deverão atender as especificações ambientais”, destacou Fernando Machado.

A Usina Termoelétrica continuará instalada em Noronha e em funcionamento apenas para garantir que toda a população seja atendida. “Existirão momentos de menor geração de energia ou de manutenção das usinas de fontes alternativas. Nesse caso, teremos que garantir a energia para o funcionamento da Ilha”, destacou Fernando Machado.

Fonte: Sectec

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