Primeira fase do projeto está orçada em 30 milhões de eurosPor Natália Bezutti
A Braxenergy, que até então apostava em projetos de geração termossolar, pretende implantar uma fábrica de painéis fotovoltaicos na região Nordeste com uma capacidade de produzir 300MW por ano. Serão investidos R$30 milhões euros na primeira fase do projeto. No total, serão quatro etapas para, ao final, produzir placas e células solares, além de semicondutores. A implantação começará em 2013, quando a empresa já prevê fabricar as placas. Em 2014 deve ter início a produção de células, que será seguida por um investimento maior, para produção dos semicondutores.
A empresa de engenharia e desenvolvimento de energia construirá a fábrica em sociedade com um grupo europeu, que o CEO da empresa, Hélcio Camarinha, prefere não revelar. O Estado que receberá a unidade também ainda é mantido em segredo. A planta ocupará uma área de 50 mil metros quadrados e possibilitará a transferência de tecnologia para o Brasil. “Apesar de todos os players falarem que tem muita fábrica de placa no mundo, e que está sobrando, o Brasil tem que seguir sua linha de tropicalização e forçar a implantação do parque fabril”, enfatiza Camarinha.
Na área termossolar, o primeiro projeto da empresa é para a cidade de Coremas, na Paraíba. Apesar de ter outorga e licença de instalação, Camarinha lamenta ainda não possuir um contrato de venda de energia. No ano passado, a empresa tentou inscrever a planta em leilões promovidos pelo governo, mas não teve aceita a inscrição.
Enquanto issso, a empresa explora outros mercados. Camarinha revela que a Braxenergy possui 657MW em projetos na África do Sul – 200MW de fotovoltaica, 200MW de eólica, 200MW de termossolar e 75MW em pequenas centrais hidrelétricas (PCH). Segundo o executivo, o país oferece boas condições e tem garantido a contratação de usinas.
“Há seis anos a gente está trabalhando nisso aqui no Brasil e até hoje não tem nada assegurado. Na África do Sul você não perde dinheiro com investimento em projeto. Aqui o setor elétrico está muito mal regulamentado, traz muita incerteza para os investidores, principalmente para quem desenvolve”, comenta o engenheiro
No Brasil, a Braxenergy entrou com pedido de autorização para divisão do projeto de usina termossolar Doutor Miguel Arraes de Alencar em dois módulos, com 30MW cada. Segundo Camarinha, a empresa deve implantar, no mesmo complexo, um parque de energia solar fotovoltaica.