SÃO PAULO (Reuters) – A Canadian Solar iniciou a entrega de módulos solares para um complexo de usinas fotovoltaicas que está sendo construído em conjunto com a francesa EDF em Minas Gerais, disse à Reuters um diretor da companhia canadense.

A EDF comprou 80 por cento do empreendimento em outubro passado, e a Canadian, que manteve uma fatia minoritária nas usinas, será a fornecedora dos painéis solares, que estão sendo fabricados em uma unidade da empresa inaugurada recentemente em Sorocaba, interior de São Paulo.

“Já entregamos mais de 40 megawatts (em painéis) na obra”, disse à Reuters o diretor de vendas da Canadian Solar para a América Latina, Hugo Albuquerque.

O complexo de usinas deverá ter capacidade instalada de 191,5 MW.

O executivo disse também que a fábrica de montagem de painéis da companhia, com capacidade de cerca de 350 megawatts por ano, está totalmente ocupada até junho deste ano.

“De junho a dezembro, diria que a gente ainda tem disponível para vender esse ano de 80 a 90 megawatts… a gente deve estar em fase final de assinatura de contrato nos próximos meses”, disse Albuquerque.

A Canadian Solar é a única grande fabricante global de painéis solares a estabelecer uma unidade no Brasil até o momento, atraída por um programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que prevê financiar até 80 por cento de usinas solares com conteúdo local.

A chinesa BYD chegou a anunciar que também implementaria uma fábrica no Brasil, mas a empresa ainda não consta do cadastro de fornecedores aprovados pelo BNDES. Procurada, a BYD não retornou pedidos de comentário.

O BNDES estuda mudar exigências de nacionalização de equipamentos solares que entrariam em vigor em 2018 e 2020, devido à dificuldade que tem sido enfrentada para atrair mais fabricantes de painéis fotovoltaicos para o Brasil, segundo reportagem da Reuters na sexta-feira.

CONFIANÇA NO BRASIL

Segundo Albuquerque, a Canadian Solar foi surpreendida com o cancelamento pelo governo, no final do ano passado, de um leilão agendado para dezembro que contrataria novas usinas solares e eólicas.

Na época, o Ministério de Minas e Energia disse que uma situação de sobra estrutural de energia elétrica devido à queda do consumo com a crise tornou a licitação inviável.

“Ninguém esperava uma decisão dessa…mas a Canadian entende o momento que o Brasil passa e respeita. A gente respeita e reitera nosso investimento no Brasil. Acreditamos que em curto prazo devem ser retomados os investimentos em renováveis”, disse o diretor.

(Por Luciano Costa)

 

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